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Ego Kill Talent celebra shows com System of a Down e fase criativa: ‘Nova identidade’


Nas últimas semanas, Ego Kill Talent acompanhou a icônica banda de nu metal armênio-americana System of a Down como ato de abertura em todas as datas da Wake Up! South America Stadium Tour, que passou por Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Brasil.

No último domingo, 11, poucas horas antes do grupo brasileiro, formado por Emmily Barreto, Theo van der Loo, Niper Boaventura, Raphael Miranda e Cris Botarelli (que usou um casaco listrado de rockstar, segundo os colegas de banda), apresentar-se no Allianz Parque, em São Paulo, a Rolling Stone Brasil bateu um papo com os artistas para falar sobre essa série de shows, outras ocasiões em que abriram para outros grandes artistas internacionais (Linkin Park e Evanescence, por exemplo), parcerias anteriores com Serj Tankian e John Dolmayan (ambos do SOAD), próximos lançamentos de inéditas, e mais.

Segundo Miranda, todo esse momento da banda é “maravilhoso” e os shows ficavam cada vez melhores. Até brincaram que a turnê acabou quando chegou no auge, mas o baterista constatou que a resposta do público fora do Brasil foi surpreendente, porque eles nunca tinham tocado em Colômbia, Peru, Chile ou Argentina anteriormente.

Nessas nove datas, Ego Kill Talent aproveitou para realizar alguns testes no ao vivo, com músicas inéditas (duas por dia), mas a estrutura do repertório se manteve basicamente a mesma. Já em São Paulo, em cada um dos três shows, chamaram Chaene da Gama (Black Pantera), Jéssica di Falchi (ex-Crypta) e Jean Patton (Project46) para participações especiais.

“O show está bem amarradinho, porque começamos a fazer uma coisa que a gente não fazia antes: tocar com o VS (trilha sonora pré-gravada) junto, que soma muito no show”, disse Raphael. “Então, temos percussão e um monte de coisa junto ali. Por conta disso, achamos mais seguro manter o mesmo set todas as noites. Só que aí com essas novidades aqui em São Paulo. Mas é basicamente isso”.

O relacionamento com System of a Down não é de hoje

Cerca de quatro anos antes de abrir os nove shows do System of a Down na América do Sul, Ego Kill Talent lançou uma música com John Dolmayan, intitulada “Thousand Nails“, e nunca perderam o contato desde então. Na verdade, essa relação com o baterista, assim como Serj Tankian, existe desde antes da criação da banda brasileira.

“Inclusive, John e Serj estão na lista das 10 primeiras pessoas que ouviram demos da Ego Kill Talent lá em 2014″, relembrou Theo van der Loo. “Inclusive, eu acho que muito da banda existir tem a ver com isso, porque a reação, quando a gente mostrou as demos lá atrás, foi muito de ‘pô, acho que vocês têm uma coisa aí que vocês deviam investir. A banda é ótima'”.

Temos um contato com eles, praticamente no último ano, quase diário de falarmos por WhatsApp, telefone… a relação é bem próxima, mesmo.

Dolmayan opina muito nas nossas do grupo — até mesmo no nome da banda. Segundo van der Loo, o baterista insiste para o quinteto adicionar a letra “S” no fim de “Kill”. Já o baixista Shavo Odadjian acha melhor como está.

“Por exemplo, quando lançamos ‘Reflecting Love‘, ele ligou só para dizer: ‘Cara, tá muito melhor esse figurino, diferente'”, continuou. “Antes de Emmily e Cris entrarem na banda, tocávamos todos de preto. E aí, quando ele ouviu ‘Reflecting Love‘, falou: ‘Nossa, tá muito melhor do que todas aquelas roupas pretas no palco”.

Outra curiosidade: Dolmayan queria muito ver Niper Boaventura no palco com uma roupa toda prateada, enquanto Theo van der Loo deveria vestir um terno.

“Mas assim, a relação, como o Theo falou, é desde lá de 2011. Antes de ‘Thousand Nails‘, já tínhamos tocado com o System“, complementou Raphael Miranda. “Fizemos uns shows na Europa juntos em 2017. É uma relação antiga”.

Quanto aos feedbacks que recebem dos artistas armênio-americanos, Ego Kill Talent não se preocupa em agradar, visto que enxergam a relação como amizade: “A gente ouve e, obviamente, os caras são integrantes de uma das maiores bandas do mundo, então escutamos com muita atenção porque eles são ótimos no que fazem”.

“Mas é sempre muito construtivo. Por exemplo, o John falou no jantar anteontem: ‘Esse line-up da banda hoje é disparado o melhor que vocês já tiveram’. Ele é completamente apaixonado pela Cris e Emmily, ele acha elas incríveis. Tem uma sensibilidade muito interessante. Apesar de ser um cara muito brutão, ele é muito sensível. Ele tem uma coisa de palco, de ver a banda no palco, e ele nunca nos elogiou tanto quanto ele elogiou quando viu pela primeira vez com Cris e Emmily. Ele é entusiasta, joga pra cima”, disse Theo van der Loo.

Chega de Ego Kill Talent?

Não apenas em palcos de festivais grandes como Lollapalooza (2016, 2018 e 2022) e Rock in Rio (2019), mas Ego Kill Talent já tem muita experiência como ato de abertura de shows solo de grandes artistas no Brasil.

No país, antes de System of a Down, tocaram antes de nomes como Korn (2017), Foo Fighters (2018), Metallica (2022), Evanescence (2023) e Linkin Park (2024). Segundo Theo van der Loo, esse reconhecimento é fruto de muito trabalho.

“Nada acontece de forma fácil, nada é dado de mão beijada. O fruto desse esforço acaba vindo com você conseguindo oportunidades, né? Teve muitas turnês que a gente tentou abrir e não conseguiu”, explicou. “As pessoas não sabem, né? Então, na realidade, nos esforçamos quando vemos uma oportunidade”.

A gente manda material e entra em contato; é uma sensação incrível tocar num estádio. O que vivemos agora com você nessa sala, faltando duas horas para tocar para 50 mil pessoas, é uma das melhores sensações do mundo.

Para Raphael Miranda, quando uma banda de grande porte escolhe uma banda para abrir shows, ela será bastante criteriosa com uma série de fatores, como qualidade da música e dos artistas, organização, a equipe, entre outros: “Isso tudo contou muito para conseguirmos fazer essas coisas todas, né? Eu acho que isso conta demais”.

“Se você pensar bem, se vierem Metallica, Foo Fighters, Queens of the Stone Age, Linkin Park e System of a Down chamarem você para abrir a turnê deles, o que você vai dizer? A gente acha que todo mundo deveria ter oportunidade, a gente tá abraçando as nossas. É só isso que a gente tá fazendo”, refletiu o baterista.

“É importante lembrar que o pessoal foca, mas teve o Bring Me the Horizon e não tocamos. Tiveram vários artistas que tiveram no Brasil e não abrimos, e se chamasse a gente ia abrir”, adicionou Theo van der Loo. Por fim, Emmily ainda brincou que eles vão abrir até “geladeira, marmita e caixa de presente do Dia das Mães“.

Uma nova era criativa

Ego Kill Talent não lança um disco de estúdio de inéditas desde 2021, quando divulgaram The Dance Between Extremes nas plataformas digitais. Agora, o plano é seguir no estúdio produzindo novas músicas e analisar o mercado da música.

“Temos debatido muito como que se lança música hoje em dia. Tem uma tendência: ao invés de você lançar um álbum de uma vez, você está sempre e continuamente lançando música”, disse Theo van der Loo. Estamos em um momento criativo muito bom”.

Conforme o artista explicou, muito dessa fase de deve com a mudança do line-up, com as entradas de Emmily Barreto e Cris Botarelli: “Chegamos em um ponto no qual entendemos como funciona a dinâmica funciona. Estamos muito felizes”. Então, ele pediu para Cris, “a maior rockstar da banda”, explicar sobre isso.

“É só por causa desse casaco, que não vai dar para ver na entrevista, mas… [então, digo que vou descrever o casaco com listras pretas e brancas no texto] Bom, eu fui a última a entrar, eu sou a caçula. E desde então a gente já fez várias coisas legais juntos, né? Essa turnê é com certeza a mais legal delas”, celebrou a baixista.

“Agora, rola uma grande ansiedade de aproveitarmos a nós juntos em mais composições. Tivemos momentos de composição, que estão entre os meus favoritos. Estivemos juntos uma semana imersos compondo. É a minha coisa favorita de fazer, a razão da minha existência. Estou muito empolgada para, depois desse momento de celebração, viver essas coisas tão maravilhosas, usarmos essa energia que coletamos aqui para cair para dentro de novas composições”, afirmou Cris.

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Fonte: rollingstone.com.br

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