O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, declarou que trabalha para que a comitiva de senadores brasileiros enviada a Washington não tenha sucesso em sua missão de negociar a suspensão ou redução das tarifas de 50% impostas pelo governo Donald Trump e que passam a valer em 1º de agosto.
Eduardo Bolsonaro qualificou a iniciativa como um “desrespeito” e afirmou que a missão está “fadada ao insucesso”, por considerar que a questão das tarifas é um problema político e institucional no Brasil, e não apenas comercial.
Eduardo atribui as tarifas a uma reação da administração Trump a “violações de direitos” e “perseguições” contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados no Brasil. Ele afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encontrou em Trump um “adversário à altura”.
Tentativas “prolongam sacrifício” dos brasileiros
Para o deputado, as tentativas dos senadores prolongam o “sacrifício dos brasileiros” ao não considerar o contexto político por trás das medidas americanas. Eduardo Bolsonaro também busca impedir que a comitiva tenha recepção favorável por parte do governo dos EUA, agindo para que não sejam recebidos por autoridades da administração Trump.
“Essa comitiva ignora a questão mais básica, que é a questão da crise institucional. Trump abre a carta com Jair Bolsonaro, seus apoiadores e a perseguição. Depois fala da questão de eleições limpas e transparentes. Fala da violação de direitos das empresas americanas no Brasil (…) Eu trabalho para que (os senadores) não encontrem diálogo. Vindo desse tipo de pessoa só haverá acordos do tipo meio-termo, que é nem certo, nem errado. (…) O que eles (senadores) estão fazendo para acabar com esse tipo de situação (perseguição política). Por que só quando atinge o bolso, talvez de seus financiadores, é que eles se movem“, disparou Eduardo, em entrevista ao SBT News.
Eduardo Bolsonaro já enfrenta múltiplas ações no Congresso
A delegação é liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e reúne oito parlamentares de diferentes partidos, incluindo ex-ministros do governo Bolsonaro, como Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Pontes (PL-SP). Os senadores buscam diálogo com parlamentares republicanos e democratas, além de representantes do setor privado e câmaras de comércio brasileira e americana.
Donald Trump justificou as tarifas em carta pública divulgada na sua rede social, a Truth Social, relacionando a medida a uma suposta “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, que atualmente responde a processo por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo Bolsonaro defende que as tarifas decorrem desse conflito político e vê a negociação técnica dos senadores como um desvio do problema central. Ele já enfrenta múltiplas ações no Congresso por supostos crimes contra a soberania nacional.
Esse cenário evidencia a divisão política e institucional ligada à missão dos senadores brasileiros nos Estados Unidos, marcada por tensões internas mesmo durante tentativas diplomáticas para contornar a imposição das tarifas.
Fonte: Revista Oeste
