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Drake afirma que censura de ‘Not Like Us’ no Super Bowl reforça processo por difamação


Drake reforçou suas acusações de difamação e assédio contra a gravadora Universal Music Group (UMG) com um novo documento judicial apresentado na quarta-feira (16). No processo, o rapper alega que a decisão da NFL de censurar a palavra “pedófilo” durante a apresentação de Kendrick Lamar no show do intervalo do Super Bowl serve como prova de que a música “Not Like Us” é difamatória.

“A versão da música apresentada durante o Super Bowl foi modificada para excluir a palavra ‘pedófilo’, mas nenhuma outra alteração foi feita,” afirma a nova petição de 107 páginas protocolada na Justiça Federal de Manhattan e obtida pela Rolling Stone.

“Isso porque praticamente todo mundo entende que é difamatório rotular falsamente alguém como ‘pedófilo certificado’.”

Drake diz que a NFL e as empresas responsáveis pelas transmissões televisivas e via streaming compreenderam que o termo “pedófilo certificado” era inaceitável em uma apresentação assistida por milhões. Apesar disso, a UMG segue publicando a versão original da faixa, sem a censura adotada até mesmo por Kendrick para o evento.

Quando Drake entrou com o processo original contra sua própria gravadora, em janeiro, o Super Bowl LIX — realizado em 9 de fevereiro em Nova Orleans — ainda não havia acontecido. Na época, ele e seus advogados mencionaram que o show estava prestes a acontecer, mas não tinham como prever que se tornaria o intervalo mais assistido da história, com mais de 133 milhões de espectadores — superando até a audiência do próprio jogo.

No novo documento, a equipe de Drake afirma que a performance de Kendrick amplificou significativamente os danos à reputação e às finanças do rapper. Segundo eles, o show:

“Alcançou milhões de crianças, além de muitas outras pessoas que nunca haviam escutado a música.”

Embora a versão televisionada de “Not Like Us” tenha censurado o termo “pedófilo certificado”, Kendrick Lamar manteve versos considerados prejudiciais pela defesa de Drake, como: “Ei, Drake, ouvi dizer que você gosta das novinhas” e “Só garanta que sua irmãzinha esteja escondida dele.”

“Esse foi o primeiro — e, esperamos, o último — show do intervalo do Super Bowl orquestrado para assassinar a reputação de outro artista,” diz o texto do processo atualizado.

A petição também destaca que a faixa ganhou ainda mais repercussão ao vencer os prêmios de Gravação do Ano e Música do Ano no Grammy 2025, em 3 de fevereiro, o que também teria aumentado os danos.

“Esses eventos culturais de grande alcance apresentaram a música a um novo público, levando mais pessoas a acreditarem falsamente que Drake seria um pedófilo,” afirma o documento.

“Além disso, os streams da música aumentaram significativamente após esses eventos, assim como as ameaças contra Drake e sua família.”

Em resposta, os advogados da UMG classificaram o novo processo como “frívolo e irresponsável”.

“Drake, inquestionavelmente um dos artistas mais bem-sucedidos do mundo — com quem tivemos uma parceria de 16 anos — está sendo mal orientado por seus representantes legais a tomar decisões jurídicas absurdas uma atrás da outra,” disse a gravadora em comunicado na noite de quarta-feira.

Eles afirmaram que a versão emendada do processo tenta evitar sanções por alegações falsas na ação original. A primeira versão acusava a UMG de conspirar e pagar terceiros para inflar artificialmente os números de streaming da música. No novo texto, Drake recua, alegando que:

“No mínimo, a UMG sabia que terceiros estavam usando bots para reproduzir a faixa e ignorou a situação, mesmo tendo poder para impedi-la.”

Os advogados da UMG ainda criticaram o histórico recente da equipe de Drake:

“Em novembro, seus advogados deram início a um processo no Texas com alarde. Na segunda-feira, retiraram o caso discretamente. Ambos os processos, no Texas e em Nova York, são um insulto aos artistas e à liberdade criativa. Se a ação em Nova York continuar, provaremos que todas as alegações remanescentes são infundadas. É lamentável que essas manobras jurídicas tolas e infundadas continuem. Elas prejudicam a reputação e as finanças de Drake, e não têm nenhuma chance de sucesso.”

Em uma moção anterior para encerrar o processo, a UMG já havia declarado que as acusações de Drake eram “injustificadas” e representavam uma tentativa de amenizar o impacto de sua derrota na batalha de rimas contra Kendrick Lamar:

“O autor, um dos artistas mais bem-sucedidos de todos os tempos, perdeu uma batalha de rap que ele próprio provocou e na qual participou voluntariamente. Em vez de aceitar a derrota como o artista imperturbável que diz ser, ele processa sua própria gravadora numa tentativa equivocada de curar seu ego ferido.”

Especialistas ouvidos pela Rolling Stone afirmam que Drake enfrentará um caminho difícil para vencer o processo. De qualquer forma, o caso também está sendo interpretado como uma manobra de relações públicas após sua derrota na disputa de nove faixas contra Kendrick, em maio do ano passado.


Essa matéria é uma tradução da Rolling Stone americana, escrita por Nancy Dillon e publicada em 17 de abril de 2025. Leia a versão original aqui.





Fonte: rollingstone.com.br

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