A inflação do mês de julho chegou a 0,26% de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça (12). O vilão do mês foi, novamente, a conta de luz que pesou 3,04% no bolso dos brasileiros. No acumulado de 12 meses, a inflação soma 5,23%, acima do teto da meta de 4,5%.
Foi o segundo mês seguido que a tarifa de energia elétrica pressionou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) por conta da vigência da bandeira vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 nas contas a cada 100 kWh consumidos. A expectativa é de que a inflação de agosto, a ser divulgada em meados de setembro, também venha alta por conta da sobretaxa do patamar 2, que adiciona R$ 7,87 no consumo.
“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (3,26%). Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%”, explicou Fernando Gonçalves, gerente da apuração do IPCA, que é o índice oficial da inflação no país.
VEJA TAMBÉM:
Prefeito do MA culpa tarifaço de Trump por falta de pagamento a professores
Gonçalves explicou que, se não fosse a sobretaxa em julho, a inflação seria de 0,15%. Os maiores reajustes no período, junto de outros fatores, ocorreram nas cidades de São Paulo (13,97%), Curitiba (1,97%) e Porto Alegre (14,19%). O grupo de Habitação como um todo teve uma alta de 0,91% no mês.
Além das tarifas de energia elétrica, também pesou no bolso dos brasileiros o aumento dos preços cobrados pelos jogos de azar (11,17%), principalmente nas loterias administradas pela Caixa. “A atualização tem como objetivo manter a sustentabilidade das modalidades, ampliar os valores das premiações e aumentar os repasses sociais que beneficiam milhões de brasileiros”, disse o banco em nota.
As despesas pessoais, que englobam as loterias, tiveram uma alta de 0,76% no período. Também pesaram no bolso dos brasileiros as despesas com saúde e cuidados pessoais (0,45%), transportes (0,35%), artigos de residência (0,09%) e educação (0,02%).
Alimentos caem em julho
Por outro lado, os preços dos alimentos caíram novamente no mês com uma retração de 0,27%. No começo do ano, este foi o maior vilão da inflação.
Segundo o IBGE, as maiores quedas foram da batata-inglesa (-20,27%), da cebola (-13,26%) e do arroz (-2,89%). No entanto, a alimentação fora de casa subiu 0,87% no mês, com destaque para os lanches (1,90%) e a refeição (0,44%) no mês.
Os itens de vestuário também tiveram queda no período, de 0,54%.
“Com a queda de alimentos importante na cesta de consumo das famílias, o resultado do IPCA no mês ficou em 0,26%. Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%. As altas no grupamento de alimentação fora do domicílio refletem o período de férias”, completou Fernando Gonçalves.
Fonte: Gazeta do Povo