O Coldplay parece não conseguir escapar de controvérsias ultimamente, mesmo quando tenta pregar o amor por toda a humanidade. Em julho de 2025, houve a polêmica da “kiss cam” no telão, que flagrou um CEO de tecnologia traindo supostamente a esposa com sua chefe de recursos humanos. Agora, a banda enfrenta críticas por dizer aos fãs que eles podem “mandar amor a qualquer lugar”, incluindo para a família de Charlie Kirk, o ativista de direita e aliado de Donald Trump morto a tiros na última quarta, 10. E a polarização política continua a aumentar após a morte de Kirk.
Em imagens registradas do show da banda no Estádio de Wembley, em Londres, na sexta, 12, o vocalista Chris Martin pediu que os fãs enviassem um pouco de amor ao mundo antes de tocarem “Fix You”.
“Pela última vez em alguns anos em Londres, vamos levantar as mãos assim e mandar amor para qualquer lugar que vocês quiserem no mundo”, disse ele do palco, erguendo as mãos para o alto (algo que a banda tem feito ao longo da turnê recente). “Há tantos lugares que podem precisar disso hoje. Então aqui vai, de Londres. Você pode mandar para o seu irmão ou sua irmã. Pode mandar para as famílias de pessoas que têm passado por coisas terríveis. Pode mandar para a família de Charlie Kirk. Pode mandar para qualquer família. Pode mandar até para pessoas com quem você discorda, mas você manda amor mesmo assim.”
Enviar amor para pessoas, lugares e, de forma geral, para o universo é algo que combina com a identidade do Coldplay. Na reportagem de capa da Rolling Stone de dezembro de 2024, Martin disse: “Essa é realmente a nossa missão agora: estamos conscientemente tentando erguer a bandeira do amor como abordagem para todas as coisas. Não há muitos [grupos] que tenham a oportunidade de defender essa filosofia para tanta gente. Então fazemos isso. E eu também preciso ouvir isso, para não desistir e acabar ficando amargo, distorcido, escondido, odiando todo mundo. Eu não quero fazer isso, mas é tão tentador.”
(Falando em estar dentro da sua própria identidade, na noite anterior, o cantor country Gavin Adcock — que vem brigando com Charley Crockett sobre “autenticidade” na música country —, sem surpresa, puxou um coro em homenagem a Charlie Kirk em seu show, como noticiado pela Fox News.)
Kirk, aparentemente, não era fã do Coldplay, como revelou em um vídeo no qual comentava o episódio da kiss cam em julho. Caso você tenha ficado offline durante os vários dias em que a história viralizou: o CEO da Astronomer, Andy Byron, e a chefe de recursos humanos da empresa, Kristin Cabot, foram flagrados em clima de romance no telão do show do Coldplay, o que acabou expondo o aparente caso extraconjugal dos dois. Quando perceberam que estavam sendo filmados em um abraço íntimo, se abaixaram e se esconderam. Martin então brincou do palco (o que acabou não sendo uma brincadeira): “Ou eles estão tendo um caso, ou são apenas muito tímidos.”
No vídeo em que comentou o episódio da kiss cam, Kirk disse: “Eu preferiria ser pego morto a estar em um show do Coldplay. Eu preferiria ir a um jogo da WNBA [Women’s National Basketball Association] do que a um show do Coldplay. Não consigo imaginar algo mais entediante, banal e perda de tempo.”
Kirk foi cofundador da Turning Point USA, criada para fomentar uma cultura conservadora em campus universitários pelos Estados Unidos. Ele foi morto a tiros na quarta-feira, enquanto falava com estudantes na Utah Valley University, em Orem, Utah. O suspeito do ataque, Tyler Robinson, um jovem de 22 anos de Utah, foi preso na sexta-feira.
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Fonte: rollingstone.com.br