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“Cheiro de maconha” leva Senado filipino a fazer testes antidrogas


O suposto “cheiro de maconha” vindo de um dos banheiros do Senado das Filipinas levou seu presidente, Francis Escudero, a ordenar na última segunda-feira (18) testes antidrogas obrigatórios para todos os funcionários, em escândalo que já resultou na demissão de uma servidora.

“O Senado tem a firme intenção de realizar os testes aleatórios e obrigatórios de detecção de drogas em todos os funcionários e empregados”, afirmou Escudero, segundo uma carta publicada pela emissora ABS-CBN e dirigida ao senador Vicente Sotto III, promotor da ideia.

O escritório encarregado da segurança no Senado abriu uma investigação oficial na semana passada depois que seus funcionários detectaram o cheiro, onde afirmaram que se encontrava somente uma funcionária do senador Robin Padilla.

Desde então o escândalo tem aumentado, e apesar da falta de provas conclusivas, a pressão contra Nadia Montenegro, a trabalhadora suspeita de usar entorpecentes, escalou cada vez mais.

“Se esse suposto cheiro incomum, que se parecia com o de maconha, vinha do banheiro feminino, não deveria ser atribuído a mim”, retrucou Montenegro em sua carta de demissão, alegando que não estava no banheiro no momento do incidente e que portava apenas um vaporizador com sabor de uva.

Na carta, confirmada na segunda pelo gabinete do senador Padilla, Montenegro reafirmou sua inocência, mas disse ter sido forçada a se demitir “para que este assunto não cause mais distrações nem danos”.

Embora o presidente do Senado não tenha especificado se os testes antidrogas obrigatórios também afetarão os senadores eleitos, alguns já se voluntariaram.

É o caso do senador Juan Miguel Zubiri, que se submeteu a um teste voluntário junto com seus 35 funcionários, enquanto seu colega Raffy Tulfo indicou estar disposto a fazer o mesmo exame.

A particular guerra contra as drogas no Senado filipino ocorre após a sangrenta cruzada empreendida pelo ex-presidente Rodrigo Duterte durante seu mandato (2016-2022). Segundo a polícia, ao menos 6.000 pessoas morreram em operações antidrogas e execuções extrajudiciais, embora organizações não governamentais locais elevem esse número para mais de 30.000.

Duterte está atualmente preso em Haia à espera de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade durante sua guerra contra as drogas, embora isso não signifique que as Filipinas tenham posto fim à luta contra os entorpecentes.

O atual presidente, Ferdinand Marcos Jr., prometeu seguir a guerra “sem derramamento de sangue”.



Fonte: Revista Oeste

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