O líder do partido de direita nacionalista Chega, André Ventura, criticou nesta quarta-feira (24) o governo do premiê de Portugal, o conservador Luís Montenegro, por ter reconhecido o Estado palestino no início desta semana.
Segundo informações do site Sapo, durante o debate quinzenal com o chefe de governo no Parlamento, Ventura afirmou que o primeiro-ministro tomou a decisão após “duas ou três sondagens” e que o reconhecimento é “um tiro no pé da direita portuguesa”.
O líder de direita nacionalista disse que o governo de Portugal havia colocado em julho como condições para o reconhecimento do Estado palestino “a libertação segura dos reféns [que seguem nas mãos do grupo terrorista Hamas], a realização de reformas democráticas pela Autoridade Palestina, a desmilitarização do Estado e do Hamas, o desarmamento do Hamas, o reconhecimento de Israel pela Autoridade Palestina”, mas “nada disto aconteceu”.
“Na terra da Autoridade Palestina, as mulheres são objetos, quem manda é o terrorismo, quem manda não é a democracia, são as armas, e os homens, as minorias, as mulheres são parte do tráfico, e do tráfico que os piores bandidos do mundo fazem”, acusou Ventura. “Não foi isto que [Montenegro] nos prometeu, não é isto que a direita quer, não é isto que a direita exige.”
Em resposta a esses comentários, Montenegro explicou que seu governo respondeu em consonância com seus aliados no cenário internacional e à luz das mudanças em torno desta questão nos últimos meses.
“Sempre dissemos que era necessário que a Autoridade Palestina concordasse com um conjunto de condições. Isso só foi visto a partir de julho, até setembro”, afirmou o primeiro-ministro no plenário.
Ele também alegou que, embora essas condições não possam ser “implementadas da noite para o dia”, elas contribuirão para alcançar “o objetivo da paz, do respeito aos direitos humanos e da existência de dois Estados”. Ele também defendeu Israel como uma democracia e “amigo de Portugal”.
Fonte: Revista Oeste