O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, já se encontra na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para prestar depoimento aos parlamentares, nesta quinta-feira (25).
Antunes seria ouvido na quinta-feira passada (15), mas cancelou a participação de última hora. O lobista obteve um habeas corpus do ministro André Mendonça que lhe facultou comparecer à CPMI. Ele está cumprindo prisão preventiva a pedido da Polícia Federal e se encontra no Senado.
Na segunda-feira (22), o presidente da comissão, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) havia dito que o advogado do “Careca” confirmou a presença do empresário.
“A fala dele é muito importante mas o mais importante é que nós já temos as provas. Temos a movimentação bancária, as empresas que ele usou para desviar dinheiro dos aposentados brasileiros. O que nós queremos é a versão dele”, disse o presidente da CPMI, Carlos Viana.
“Essas pessoas estavam tão certas da impunidade, estavam tão certas que não seriam descobertas e presas que não se deram nem ao cuidado de evitar por exemplo saques R$ 1 milhão, R$ 2 milhões. Eles têm tanta amizade com os poderes que eles se acharam protegidos”, afirmou.
“Está marcado. Trabalho com muita cautela, com muita responsabilidade, porque em outra oportunidade ele confirmou e acabou não comparecendo à CPMI. Desta vez, temos do advogado o compromisso, temos dele também o desejo de participar, ainda que fique calado, e temos a liberação do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro André Mendonça, para que ele seja conduzido”, disse Viana em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo as investigações, o “Careca do INSS” movimentou mais de R$ 50 milhões. A Operação Sem Desconto, que investiga as fraudes, estima que os prejuízos cheguem a R$ 6,3 bilhões para aposentados e pensionistas. Com o lobista, a polícia apreendeu cinco carros de luxo avaliados em R$ 3,29 milhões, incluindo um Porsche e dois BMWs.
A oitiva de Antunes ocorre após a CPMI do INSS convocar sua esposa e seu filho para depor ao colegiado. Segundo as investigações da Polícia Federal, ambos eram sócios nas empresas do lobista. Por conta disso, os congressistas entenderam que, com a ausência dele, os familiares poderiam ser chamados a prestar esclarecimentos.
O empresário teria atuado como intermediário entre associações conveniadas e servidores do instituto, sendo responsável por facilitar o credenciamento de entidades suspeitas junto ao INSS, além de interceder em processos de liberação de descontos em folha de beneficiários.
Fonte: Revista Oeste