A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira apresentou ao governo federal um plano para direcionar a mercados árabes produtos brasileiros atingidos pelo aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos. A entidade sugere ações conjuntas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Itamaraty, incluindo visitas oficiais à região, missões empresariais a feiras, rodadas de negócios e facilitação de vistos para empresários, além da retomada e aceleração de acordos de livre comércio.
O estudo da Câmara identificou 13 produtos com potencial de absorção nos países árabes, como café, carne bovina congelada, açúcar, semimanufaturados de aço e ferro, petróleo refinado, equipamentos pesados e produtos de madeira. O levantamento também aponta os países com maior demanda, priorizando Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Marrocos, Palestina e Líbano.
O café, por exemplo, poderia ser parcialmente absorvido por Arábia Saudita, Egito e Argélia, que importaram US$ 905,48 milhões em 2024, valor equivalente a cerca de metade das vendas brasileiras aos EUA. A carne bovina congelada também tem espaço no Egito, Emirados Árabes e Arábia Saudita, que juntos compraram US$ 2,26 bilhões, sendo 42,78% do Brasil, segundo Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe.
A entidade destaca que os países árabes aplicam alíquotas de importação entre 0% e 30%, sendo a maioria de 5% a 6%, com possibilidade de redução por novos acordos comerciais. Entre os avanços estratégicos, a Câmara lista a negociação com os Emirados Árabes Unidos em fase final e a necessidade de retomar ou acelerar acordos com o Conselho de Cooperação do Golfo, Marrocos, Palestina e Líbano, ampliando a inserção brasileira na região.
Fonte: AGROLINK