O Brasil se encontra em posição estratégica para diversificar seus parceiros comerciais e explorar mercados emergentes, como Oriente Médio, Sudeste Asiático e partes da África, em vez de depender apenas de potências tradicionais como China, Estados Unidos e União Europeia. Esses mercados apresentam crescente demanda por produtos agrícolas, minerais e alimentos processados, áreas em que o país se destaca.
“A China segue sendo o principal parceiro comercial, mas outras regiões estão se abrindo. O Oriente Médio, por exemplo, tem ampliado a demanda por alimentos prontos para preparo e insumos agrícolas. Isso abre espaço para que o Brasil avance na agregação de valor de suas exportações”, afirma Mario Veraldo, especialista em logística e CEO da MTM Logix.
A nova geopolítica do comércio global favorece a descentralização logística, com portos alternativos e estruturas internas ganhando importância frente aos grandes centros saturados. Serviços portuários podem ser realocados para o interior, criando novos corredores comerciais. Pequenas e médias empresas também podem se beneficiar do uso de ferramentas digitais e preditivas, aumentando competitividade e reduzindo riscos.
A diversificação de acordos comerciais é outra frente crucial. Buscar tratados com países do Oriente Médio, Sudeste Asiático e América Latina diminui a vulnerabilidade frente a potências tradicionais. Além disso, o Brasil precisa avançar na industrialização de sua pauta exportadora, agregando valor aos produtos e gerando empregos locais.
“Enquanto o mundo adota padrões internacionais de dados, o Brasil ainda engatinha nesse sentido. Isso gera custos desnecessários e atrasa a adaptação às exigências dos novos mercados. Não se trata apenas de infraestrutura física, mas de modernizar também os processos e sistemas que sustentam o comércio exterior”, explica.
A burocracia ainda limita a adaptação às exigências dos novos mercados. Modernizar processos e sistemas, aliado a investimentos em infraestrutura e acordos estratégicos, permitirá ao Brasil conquistar novos mercados e assumir papel mais relevante no comércio global.
Fonte: AGROLINK