O jornalista Paulo Figueiredo afirmou que as autoridades dos Estados Unidos pediram a ele detalhes sobe a conduta de cada um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de verem que o Brasil estaria “dobrando a aposta” na reação ao tarifaço imposto por Donald Trump.
O pedido teria sido feito a ele durante uma reunião realizada nesta terça (15) com representantes do Departamento de Estado do país, em Washington, junto do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eles teriam insistido na necessidade dos Estados Unidos aplicarem sanções ao ministro Alexandre de Moraes antes do julgamento de Jair Bolsonaro (PL).
“Perguntaram também sobre cada um dos ministros do STF, queriam saber em detalhes como cada um deles atua”, disse Figueiredo em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na noite desta terça (15).
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Pelas redes sociais, Figueiredo foi fotografado por Eduardo Bolsonaro em frente à sede do Departamento de Estado, em que o parlamentar afirmou que “se no Brasil já não há mais Constituição, então viemos beber na fonte da constituição do país referência em democracia e liberdade”.
Moraes é o principal alvo de Eduardo Bolsonaro por ser o relator do processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que teria o pai, Jair, apontado como líder do plano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a condenação do ex-presidente a mais de 40 anos de reclusão.
Paulo Figueiredo afirmou que a conversa com as autoridades norte-americanas também girou em torno da chamada “Lei Magnitsky”, que permite aos Estados Unidos aplicarem sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou violação dos direitos humanos.
Segundo Figueiredo relatou à Folha, os Estados Unidos estão aguardando um “primeiro passo” do Brasil para desescalar a crise comercial entre os dois países.
“Eles estão vendo que o Brasil está agindo ao contrário e dobrando a aposta”, afirmou o jornalista em relação à reação brasileira ao tarifaço de Trump.
No entanto, o governo brasileiro adotou um tom mais ofensivo com críticas ao que seria uma interferência dos Estados Unidos nas instituições do país, com a defesa da soberania, negociações e respostas aos argumentos de Trump para a taxação.
Trump afirmou, entre os motivos para a taxação, que a Justiça brasileira faz uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, em uma clara “perseguição política”. Também fez menção a dados imprecisos sobre uma suposta vantagem brasileira na balança comercial com os Estados Unidos – rebatida por autoridades dos dois países – e censura contra big techs americanas.
Nesta terça (15), o governo norte-americano instaurou um procedimento de investigação contra o Brasil que vai além e apura práticas de pirataria e econômicas que seriam nocivas ao país.
Fonte: Revista Oeste