No programa Entrelinhas da sexta-feira (16), um dos temas tratados foi o áudio vazado de Paulo Figueiredo Filho, suposto integrante do “núcleo de desinformação” do governo, hoje exilado nos EUA, em uma conversa privada com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Figueiredo compara o 8 de Janeiro ao 6 de Janeiro ocorrido nos EUA, quando apoiadores do então presidente Donald Trump entraram no Capitólio. Ele afirma que ambos serão usados para criminalizar a direita. Figueiredo será convidado do Entrelinhas nesta segunda-feira (19).
O comentarista Frederico Junkert lembra que que as contas bancárias de Paulo Figueiredo foram bloqueadas e seu passaporte cancelado pelo ministro Alexandre de Moraes em 2022. Junkert concorda com o teor do áudio, apontando que há semelhanças entre os episódios, pois em ambos não houve “individualização das condutas, exatamente como vem ocorrendo no Brasil”.
Criminalização da direita como objetivo
No citado áudio, Figueiredo ainda cobra que o ex-presidente se manifeste publicamente, porém Mauro Cid diz que ele não iria comentar. A surpresa diante dos eventos significa que tudo foi espontâneo, sem participação decisiva do alto escalão, conforme concluiu a jornalista Desirée Peñalba, que diz que Bolsonaro não se posicionou pois “não tinha por que ele ficar dando palpite em algo de que não fazia parte”. Ela ainda reforçou que o silêncio do ex-presidente não equivale a um “endosso”.
Para Peñalba, os eventos apontam para “uma manobra clara para criminalizar a direita”. A acusação de golpe serviria “como um argumento da esquerda para tentar afastar o diálogo ou a discussão política”. Assim, ela espera que o áudio de Paulo Figueiredo forneça ainda “mais embasamento” para que o PL da Anistia avance no Congresso Nacional, pois “claramente comprova que não houve um golpe”.
O Entrelinhas vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 15h, no canal da Gazeta do Povo no YouTube, trazendo os principais temas do cenário político e econômico do país. A apresentação é de Mariana Braga, com comentários de Frederico Junkert, advogado e especialista em direito constitucional.
Fonte: Revista Oeste