Quatro atletas de Cuba que viajaram ao Paraguai para disputar os Jogos Pan-Americanos Juvenis de 2025, em Assunção, abandonaram a delegação de seu país e podem solicitar asilo político. O caso ocorreu na quarta-feira (13), quando os competidores se afastaram do grupo durante um passeio turístico e não retornaram ao hotel onde estavam hospedados. As autoridades paraguaias investigam o episódio como uma possível deserção.
A denúncia do desaparecimento dos atletas do hotel onde ficavam foi feita à polícia paraguaia pela própria chefia da delegação cubana.
“Quatro atletas cubanos informaram esta manhã ao chefe de sua delegação que não voltariam ao hotel. A polícia, nesses casos, faz o que se chama de alerta para averiguar se há alguma questão para se preocupar, mas aparentemente seria um caso de deserção”, disse o ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, nesta quinta-feira (14).
Os desertores foram identificados como Félix Puente Batista, Robert Landy Fernández, Keiler Ávila Núñez – todos integrantes da equipe de remo de Cuba – e Suannet de la Caridad Nápoles, jogadora de handebol. De acordo com Riera, “estes ainda não fizeram nenhuma solicitação ao Conare [órgão paraguaio responsável por refugiados], mas, em princípio, essa é a presunção que temos” em referência à possibilidade de os atletas solicitarem refúgio ou asilo junto à Comissão Nacional de Apátridas e Refugiados do Paraguai.
Os Jogos Pan-Americanos Juvenis de Assunção reúnem mais de 4.000 atletas de 40 países. Eles tiveram início em 9 de agosto e vão terminar no dia 23. A competição possui 28 esportes e 42 modalidades em disputa. Segundo o portal Diário das Américas, episódios semelhantes ao que ocorreu nesta semana não são inéditos: segundo dados oficiais divulgados pelo próprio regime de Cuba, apenas em 2023 cerca de 190 atletas de alto rendimento da ilha desertaram em competições no exterior, incluindo o boxeador Andy Cruz, considerado um dos melhores do país.
O episódio ocorreu na mesma semana em que Estados Unidos e Paraguai assinaram em Washington um Acordo de Terceiro País Seguro. Pelo tratado, estrangeiros que solicitarem asilo aos EUA poderão fazer o pedido em território paraguaio. Com a nova parceria, o Paraguai passou a ter papel estratégico na política migratória do governo Donald Trump, que já havia firmado acordos semelhantes com El Salvador e iniciado tratativas para isentar de visto cidadãos argentinos em viagens de turismo e negócios aos Estados Unidos.
Fonte: Revista Oeste