Após megaoperação no Rio de Janeiro contra o crime organizado, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) parece ter conquistado seu grande trunfo eleitoral. Pesquisas apontam que boa parte da população apoiou a ação e a popularidade do governador só cresce. Na esfera federal, por outro lado, Lula partiu para o ataque e arrisca sofrer danos políticos para 2026. O petista disse que a ordem do juiz era de prisão, “não uma ordem de matança” e que, do ponto de vista da ação do estado, a operação foi “desastrosa”. De que lado estará o eleitorado? Este foi o ponto de partida do programa Última Análise desta terça-feira (04).
Para o vereador Guilherme Kilter, “havia criminosos esperando os policiais com fuzis. Então não foi uma ‘matança’ como Lula colocou. Foi um combate em uma zona de guerra. Se ele recusa a admitir que o crime existe e que domina o Rio de Janeiro, precisa revisar os seus conceitos”. Ainda, segundo Kilter, a operação foi um sucesso, ao contrário do que concluiu Lula.
Como resposta à megaoperação, a base governista instalou, nesta terça-feira (04), uma “CPI do Crime Organizado” no Senado Federal. A CPI vai investigar a estrutura, expansão e o funcionamento do crime organizado, com ênfase na atuação de milícias e facções criminosas, principalmente o PCC e o Comando Vermelho.
“Parece que houve dois objetivos do governo: sequestrar a pauta da segurança pública, como se fosse um teto para conter o que vem de baixo. E, em segundo lugar, dividir responsabilidades, para dizer que, no final das contas, a culpa pela situação da criminalidade do país não é só do PT”, afirmou o advogado e ex-deputado estadual Homero Marchese.
Nikolas Ferreira sofre censura
A Justiça do Distrito Federal deu ordem para que a rede social X apague, em até 48 horas, uma postagem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que chama o Partido dos Trabalhadores (PT) de “Partido dos Traficantes”. A decisão, em caráter liminar, é do juiz Wagner Pessoa Vieira, da 5ª Vara Cível de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Ainda cabe recurso da decisão.
“Temos uma liberdade de expressão ampliada para quem é de esquerda e reduzida para quem é de direita. A verdade no Brasil é essa e não adianta brigar com os fatos. Mesmo tendo uma imunidade parlamentar, tenho que cuidar com o que eu falo”, lamenta Kilter.
Juiz reduz multa bilionária da J&F
O juiz Antônio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, reduziu de R$ 10,3 bilhões para R$ 1,2 bilhão a multa imposta à J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em um dos processos derivados das ações penais da Operação Lava Jato. Na decisão, o magistrado afirmou que a empresa teria sido coagida a assinar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em 2017.
A cientista política Júlia Lucy lamenta a decisão pois “desmoraliza” a justiça brasileira. “Assim como diversas decisões já tomadas pelo ministro Dias Toffoli, que anulou multas que e condenações, ela passa uma péssima mensagem para a população”. O ministro, em 2023, havia suspendido a aplicação da mesma multa, sendo que sua esposa era advogada da empresa.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.
Fonte: Revista Oeste
