Os governos da Tailândia e do Camboja concordaram com um cessar-fogo “imediato e incondicional” a partir da meia-noite desta segunda-feira (28), após cinco dias de confrontos na fronteira que deixaram dezenas de mortos e feridos, além de ter provocado um deslocamento em massa de pessoas que residem na região afetada -cerca de 291 mil deslocados.
O acordo, confirmado nesta segunda após pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, no sábado (26), também contou com apelo da China, que se somou às na qualidade de observador nas conversas.
Trump entrou em contato com os líderes dos dois países no final de semana, ameaçando-os com a suspensão das negociações sobre as tarifas.
“Acabei de ter umas conversa muito boa com o primeiro-ministro do Camboja [Hun Manet] e o informei sobre minhas discussões com a Tailândia e seu premiê interino [Phumtham Wechayachai]. Ambos os países estão buscando um cessar-fogo e paz imediatos. Elas também querem voltar à ‘mesa de negociações comerciais’ com os EUA, o que consideramos inadequado até que os combates PAREM. Eles concordaram em se reunir imediatamente e trabalhar rapidamente em um cessar-fogo e, no fim, na PAZ!”, disse o presidente americano no sábado em uma publicação na Truth Social.
Tailândia e Camboja formalizarão o fim do conflito em pelo menos duas reuniões bilaterais, começando por uma nesta terça-feira (29), realizada entre chefes militares e outra prevista para o dia 4 de agosto.
O premiê do Camboja, Hun Manet, destacou a mediação de Trump no acordo, agradecendo-o pela intervenção. Na reunião desta segunda-feira, participaram os embaixadores dos EUA e da China na Malásia, Edgard D. Kagan e Ouyang Yujing, respectivamente.
Relembre outras mediações recentes de Trump em conflitos no mundo
No mês passado, a administração de Donald Trump se envolveu diretamente na guerra de 12 dias entre Israel e Irã e conseguiu que os países aceitassem um cessar-fogo, apesar do início turbulento da trégua com acusações de violações do acordo.
O presidente dos EUA foi decisivo na desescalada das agressões entre os países do Oriente Médio, que continuam trocando ameaças, mas sem ataques diretos desde o mês passado.
Em maio, o governo Trump mediou um conflito na Ásia, entre Índia e Paquistão. Na ocasião, o presidente Trump foi elogiado por participar das negociações de paz entre os dois países vizinhos com armas nucleares, que trocaram ataques por quatro dias consecutivos.
O governo paquistanês anunciou na época sua intenção de indicar formalmente o líder da Casa Branca ao Prêmio Nobel da Paz, por sua intervenção para encerrar a crise com a Índia.
Os EUA também estão focados em outros dois longos conflitos: a guerra entre Israel e Hamas, no Oriente Médio, e a guerra no leste europeu, entre Rússia e Ucrânia, que seguem sem resolução devido a divergências entre as partes.
Fonte: Revista Oeste