O hiato anunciado pelo Angra após a turnê de 20 anos do álbum Temple of Shadows (2004) abriu brecha para especulações sobre como será o retorno da banda quando o período sabático for encerrado.
A formação será a mesma? Fabio Lione ficará de fora? Há a chance de algum ex-integrante retornar ao grupo? Se sim, quem?
O guitarrista e único membro original Rafael Bittencourt tratou de cortar as asinhas da imaginação dos fãs. Segundo ele, é jogo que segue.
Em entrevista a Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil, Rafael disse que a intenção é retornar com a mesma formação. Ele também não descarta fazer apresentações “pontuais” mesmo durante o hiato.
Ao ser perguntado se a ideia é retomar o lineup pré-hiato, o artista respondeu:
“Sim, exato. A pausa é pela quantidade de compromissos e turnês. Shows. Botar um pouco o pé no freio. Mas óbvio que se houver um convite legal para uma celebração, uma data especial, um festival… A gente está aberto. Não significa entrar em estúdio agora para fazer um álbum. Não. Precisamos de uma pausa. Vamos começar uma nova turnê e fazer várias datas? Não. Precisamos fazer uma pausa. Mas recebemos um convite para algo pontual, superespecial… Ah, vamos pensar. Não vai macular a pausa. E continua preservando.
O que muda no Angra
O que irá mudar após o hiato, segundo o músico, é o modus operandi do Angra. Bittencourt cogita reduzir drasticamente o número de compromissos da banda, seja em relação a shows, turnês, discos e/ou obrigações em geral.
“Nossa maneira de trabalhar, tão maluca, de estar sempre em turnê, sempre emendando compromissos e num desespero de preencher todos os espaços, com entrevista, ensaio, viagem, fazer música. Entendeu? Sempre fomos muito obstinados. O heavy metal não é fácil.
Ele relembrou os primórdios do Angra e contou que a banda sempre teve uma filosofia de trabalho frenética, algo necessário, em sua visão, para se conseguir viver tocando heavy metal no Brasil:
“Começamos os ensaios no verão de 1991 para 1992. Até então, existiam férias escolares. Você viajava. E com a banda, não. Desde o começo entramos no modo de ensaiar que nem maluco, se dedicar que nem maluco para garantir esse espaço tão difícil. Então, sempre tivemos esse ritmo louco. O que é fundamental, pois o heavy metal estava à margem de todas as modas. Mas os fãs permanecem bem leais. Mas precisa trabalhar muito para se manter. Não tem como fazer mais ou menos.”
Veja a entrevista completa em vídeo:
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Fonte: rollingstone.com.br