O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), recebeu Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, na quinta-feira (7), em Brasília. O encontro ocorreu na sede do ministério, um dia após a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros.
A representação diplomática americana confirmou a reunião, mas não divulgou detalhes sobre o conteúdo das conversas. A assessoria do MDIC informou que o encontro abordou as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Alckmin destacou que o governo brasileiro apresentou argumentos contrários às tarifas e está aberto a discussões sobre temas não tarifários, como data centers, big techs e minerais estratégicos.
O governo brasileiro está preparando um plano de contingência para minimizar os impactos da tarifa, visando setores dependentes do mercado americano, como couro, calçados e pesca. ‘O presidente vai bater o martelo no plano e então ele será anunciado. Se não for amanhã (8), provavelmente na segunda-feira (11) ou terça-feira (12)’, detalhou Alckmin a jornalistas. As ações previstas incluem a liberação de crédito com juros reduzidos, aumento das compras governamentais e a possibilidade de reativação do Programa Seguro-Emprego.
MDIC diz que tarifas atingem 35,9% das exportações
Gabriel Escobar atua como principal representante dos EUA no Brasil devido à ausência de um embaixador formal desde que o presidente Donald Trump não indicou um substituto. Segundo o MDIC, a tarifa americana afeta cerca de 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, abrangendo produtos como carne e café, enquanto itens estratégicos como suco de laranja, aeronaves civis e petróleo foram poupados.
Além do encontro com Alckmin, Gabriel Escobar também se reuniu com Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e cumpriu agenda na Câmara dos Deputados, reforçando o diálogo diplomático sobre a medida tarifária.
Fonte: Revista Oeste