O mundo celebra o anúncio de um acordo de paz mediado pelo presidente americano Donald Trump para a região de Israel e Gaza. O acerto foi assinado com a concordância tanto do governo de Israel quanto do Hamás, o grupo terrorista que coordena o governo na Faixa de Gaza.
Embora haja esperança e euforia com a notícia, o acordo não é visto como totalmente justo devido à troca de reféns em cativeiro por assassinos e terroristas que cumpriam pena em Israel. No entanto, foi o acordo possível, e Israel concordou em segui-lo.
O contexto do conflito brutal
A guerra foi desencadeada pelo atentado terrorista do Hamás contra a população civil de Israel em 7 de outubro de 2023. Apenas dois meses depois do ataque, em dezembro de 2023, uma comitiva de jornalistas e parlamentares brasileiros, a primeira a visitar o país após o atentado, esteve em Israel.
Naquele ataque, cem judeus foram mortos em seu próprio território, cinco mil ficaram feridos e 258 foram sequestrados pelos terroristas do Hamás. Todo tipo de brutalidade foi cometida, incluindo assassinato em massa, estupro em massa, crueldade em massa e sequestro em massa de civis judeus. A motivação não é meramente territorial ou religiosa, mas sim o desejo dos terroristas de aniquilar o Estado de Israel e o povo judeu, conforme está escrito no estatuto do grupo.
A guerra atual começou quando Israel invadiu o território de Gaza com suas forças de defesa para tentar libertar os reféns. Muitos terroristas palestinos foram libertados por Israel em troca de reféns, muitos dos quais já estavam mortos, tendo seus corpos devolvidos. Com esta última etapa de negociação, os quase 50 reféns ainda em cativeiro serão libertados, incluindo os corpos dos que estão mortos.
A visão de brasileiros em Israel
Para entender a dificuldade de Israel em lidar com os ataques brutais, a perspectiva de brasileiros que vivem no país é fundamental. A jornalista Marcia Cherman Sasson, que mora em Israel há oito anos e edita uma revista em português para a comunidade brasileira local, compartilhou seu depoimento.
Marcia relata o cotidiano de uma nação em guerra, onde membros de sua família e vizinhos foram convocados; sua sobrinha de 22 anos, por exemplo, é combatente na linha de frente. Ela enfatiza que o confronto é entre o exército israelense e terroristas, e não entre dois exércitos.
Segundo a jornalista os terroristas cometem barbáries, faltando-lhes dignidade e compromisso. Eles não poupam civis, usando o estupro como arma de guerra, queimando crianças e mutilando pessoas, inclusive homens.
“Guerra da mídia” e desinformação
Marcia criticou veementemente a cobertura internacional, afirmando que o jornalismo no Brasil e no resto do mundo está com informações “totalmente deturpadas”. Ela argumenta que qualquer jornalista precisa estar em Israel para relatar a situação, pois comparar Israel com terroristas “não existe”.
Ela identifica a desinformação como a “grande guerra que Israel perde”, devido ao eficaz marketing do Hamás. E citou o exemplo de uma explosão em um hospital que foi reportada por veículos de comunicação como tendo 500 mortos, quando na realidade, segundo ela, o míssil caiu em um estacionamento e o número de vítimas não passava de 50.
Para a jornalista, o sentimento é de tristeza, “como se quisesse gritar e a voz não saísse”. Ela reforça que o conflito é de ideologia e não de território. O sentimento do povo israelense, segundo Marcia, é de união, de uma “grande família”. Ela citou o exemplo de um pai que, ao saber que seu filho havia morrido em Gaza, pediu que os esforços se concentrassem em resgatar as pessoas vivas, pois “meu filho já está morto”.
Fonte: Gazeta do Povo