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A triste imposição feita a Halsey por sua gravadora


A cantora Halsey se encontra em uma batalha contra as expectativas da indústria fonográfica após revelar que sua gravadora bloqueou a produção de novos materiais. O motivo? O desempenho comercial de The Great Impersonator, seu mais recente trabalho de estúdio, não correspondeu às projeções da Columbia Records, apesar do reconhecimento crítico e posições respeitáveis nas paradas musicais.

A controvérsia expõe um dilema crescente na música contemporânea: artistas consolidados enfrentam pressão para repetir sucessos comerciais passados, mesmo quando optam por explorar territórios criativos mais arriscados. Em declarações à Zane Lowe da Apple Music 1, Halsey detalhou como a mudança de direção artística impacta diretamente sua liberdade criativa.

O álbum em questão representa uma guinada conceitual significativa na carreira da artista. Diferente de seus trabalhos anteriores voltados ao mainstream, The Great Impersonator mergulha em territórios experimentais, abordando temas profundos como mortalidade e transformação pessoal. Esta escolha artística, embora elogiada pela crítica especializada, resultou em vendas que a gravadora considera insuficientes.

Halsey contextualizou os números, explicando que as 100 mil cópias vendidas na primeira semana representam um resultado sólido para o tipo de projeto desenvolvido. A artista destacou que estes números colocam o álbum entre os melhores desempenhos de primeiras semanas para artistas femininas em 2024, além de impulsionar sua turnê mais bem-sucedida comercialmente.

A pressão exercida pela gravadora reflete um padrão problemático na indústria musical contemporânea. Halsey denunciou ser constantemente medida pelos padrões de Manic, seu álbum de 2020 que alcançou 239 mil vendas iniciais, ignorando completamente a diferença de proposta artística entre os projetos.

A situação se agrava pelas comparações inadequadas com artistas como Taylor Swift, cujo modelo de negócio e estratégia de mercado operam em escalas completamente diferentes. Halsey questionou a lógica dessas comparações, especialmente considerando que desenvolveu um projeto autoral sem apoio promocional tradicional, incluindo execução radiofônica limitada.

A artista também abordou a transformação de sua posição no cenário musical. Ela reconheceu não ser mais a “estrela pop” de anos anteriores, mas argumentou que esta mudança representa uma escolha consciente de exploração artística. O problema surge quando a indústria insiste em aplicar métricas inadequadas para avaliar trabalhos que operam em categorias completamente distintas.

Halsey revelou que sua base de fãs demonstra lealdade consistente, com números que se mantêm estáveis desde Badlands, seu álbum de estreia. Esta estabilidade deveria ser valorizada como indicador de sustentabilidade artística, especialmente em um mercado fragmentado onde poucos artistas conseguem manter relevância por uma década.

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Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.



Fonte: rollingstone.com.br

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