Criticado pelos irmãos Dan e Justin Hawkins, do The Darkness, por sua homenagem a Ozzy Osbourne no MTV Video Music Awards (VMA), o jovem vocalista Yungblud decidiu revidar.
Em entrevista ao podcast The Magnificent Others, de Billy Corgan (via Guitar World), ele recorreu a dois argumentos para rebater as críticas. Primeiro, disse que estava cantando de verdade, ao contrário de outros artistas que fizeram playback:
“Em meio a toda aquela euforia e glamour, provavelmente fomos um dos únicos artistas cantando ao vivo lá.”
Ele completou:
“Só de tocarmos ao vivo e ser o vídeo mais visto da internet no dia seguinte, dá para sentir que o rock tem tudo a ver com verdade, paixão e humanidade. A música pop é a versão caricatural da vida; o rock é sobre estar na lama.”
Além disso, Yungblud também citou a diferença de gerações entre ele e os irmãos Hawkins, que estouraram com o The Darkness no início dos anos 2000 com a música “I Believe in a Thing Called Love”. Ele, que tem 28 anos, argumentou:
“Às vezes as pessoas não acreditam em mim, e eu aceito esse desafio. Foi muito interessante quando conversei com o Ozzy sobre isso. Ele disse que não dá para assumir isso. É difícil entender alguém que está tentando fazer rock de uma maneira nova porque, claro, estou me referindo ao passado; todos nós estávamos.
O jovem artista acrescentou:
“Yungblud, como nome, quase tem uma conotação negativa, tipo: ‘Ah, não posso gostar disso, é coisa de criança’. Estão sempre segregando. Mas o que foi bonito em Back to the Beginning foi que foi a primeira vez que uma geração mais velha de fãs de rock e eu compartilhamos algo em comum, que era nossa adoração mútua pelo nosso gênero.”
As críticas a Yungblud
No MTV Video Music Awards (VMA), Yungblud se apresentou com Nuno Bettencourt (Extreme) e Steven Tyler e Joe Perry, ambos do Aerosmith. Os dois primeiros executaram “Crazy Train” e “Changes” e, depois, “Mama I’m Coming Home” ao lado de Tyler e Perry.
Yungblud foi detonado por Dan Hawkins, que escreveu o seguinte comentário das redes sociais:
“Vejam um bando de babacas. Mais um prego no caixão do rock ‘n’ roll. Cínico, nauseante e, mais importante, uma m#rda. Me dá nojo ver como as pessoas se aproveitam dessa m#rda para impulsionar suas carreiras. Que bando de otários.”
Seu irmão, o vocalista Justin Hawkins, também fez duras críticas:
“Uma das coisas que irrita músicos de uma certa idade é ver o Ozzy inventar o heavy metal, depois se tornar um nome conhecido com a série de televisão (The Osbournes) e suas décadas de brilhantismo… aí você pensa: ‘que diabos todas essas décadas de legado incrível têm a ver com o Yungblud?’. É o fato de o Yungblud parecer ter se posicionado como um herdeiro natural do legado do Ozzy, sem ter nada a ver com as coisas realmente importantes.”
Justin, inclusive, destinou uma série de elogios a Nuno Bettencourt. Em meio a isso, porém, voltou a criticar o cantor:
“Toda essa postura é uma mistura de Jim Morrison com o cara do Stone Temple Pilots (Scott Weiland) com todo mundo que já teve uma calça de couro. É coisa de aluno da School of Rock, sabe? É o mais recente de uma longa linhagem de – lamento dizer – impostores. Durante sete minutos, o mundo está olhando para o rock e é isso que lhes demos. É como se você tivesse só assistido a um filme sobre rock e metal. É o que um stripper faria. Não soa autêntico. É rock’n’roll, mas não como o conhecemos.”
Por fim, o frontman do The Darkness chegou a dizer que Yungblud representa uma espécie de “versão Disney” do mito do rock and roll.
“Tem uma espécie de verniz Disney por cima, como se fosse rock’n’roll visto através de algum tipo de filtro do Instagram. É isso que o torna irritante para as pessoas que fizeram posts desdenhando. Seria como David Hasselhoff, que é um dos gigantes, e não estou insultando, mas é como uma personalidade da televisão fazendo rock’n’roll.”
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Fonte: rollingstone.com.br