Os monstros se reuniram mais uma vez. A oitava edição do Monsters of Rock, promovida em celebração às três décadas de fundação do evento no Brasil, aconteceu no último sábado, 19, no Allianz Parque, em São Paulo.
Apresentaram-se Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius. Tais grupos ofereceram cerca de 12 horas de música pesada — seja hard rock, heavy metal ou ramificações do segundo gênero citado.
A Rolling Stone Brasil acompanhou os shows e aponta destaques sobre cada um deles. Confira a seguir.
Monsters of Rock 2025
1) Stratovarius, a “abertura” de peso
Um festival que coloca uma banda do porte do Stratovarius para abrir os trabalhos não está para brincadeira. A banda finlandesa de power metal, aliás, pareceu ter sido uma das principais responsáveis por atrair uma massa considerável de fãs bem cedo — as dependências do Allianz Parque já estavam relativamente cheias às 11h30, quando subiram ao palco Timo Kotipelto (voz), Jens Johansson (teclados), Lauri Porra (baixo; e, sim, este é o sobrenome dele), Matias Kupiainen (guitarra) e Rolf Pilve (bateria). Timo, aliás, se mostrou surpreso próximo do fim da apresentação ao dizer: “não esperava tanta gente aqui de manhã”. Pois é.
Como não há album novo para promover — Survive, o mais recente, saiu em 2022 —, o Stratovarius pôde concentrar os esforços de seu setlist nos clássicos. Apenas duas faixas do disco recente foram tocadas: a faixa-título e “World on Fire”. O clássico Visions (1997), acabou por se tornar o registro mais representando no repertório, com a introdutória “Forever Free”, “Paradise” e a clássica “Black Diamond”. De outros trabalhos, destacaram-se as grudentas “Eagleheart” e “Hunting High and Low”, que, como outras canções, tiveram boa execução tanto em instrumental afiado quanto nos vocais de Kotipelto.
2) Opeth, o “diferentão”
Até Mikael Åkerfeldt, vocalista e guitarrista, demonstrou saber que o Opeth não se encaixaria naturalmente a um lineup mais orientado ao hard rock e ramificações mais tradicionais do heavy metal. Seu grupo, vindo da Suécia, pratica um som que vai do rock progressivo ao death metal de modo natural, com direito a uso eventual de vocais guturais e pedais duplos mais constantes. O frontman destacou, ainda, que a banda era a mais “nova” da escalação. “E eu tenho 51 anos”, emendou ele.
Circula nos bastidores que o quinteto completo por Martín Méndez (baixo), Fredrik Åkesson (guitarra), Joakim Svalberg (teclado) e Waltteri Väyrynen (bateria) tinha uma turnê solo pelo Brasil devidamente agendada quando pintou o convite do Monsters of Rock. Desmarcaram os shows à parte para tocar no festival porque desejavam expor sua obra a um novo — e amplo — público.
Deu certo? Só o tempo dirá. Mas a impressão passada foi a de que o Opeth agradou quem resolveu prestar atenção em seu som, repleto de nuances, mudanças de tempo e variações de “humor”, indo do peso a momentos lentinhos e afáveis a ponto de se ter rodas na plateia que também iam dos empurrões a bracinhos para o alto. A plateia reagiu bem a canções que dispensavam os guturais, como “§3”, onde parece haver uma curiosa mudança de afinação de instrumentos em seu miolo, e a “balada” “In My Time of Need”, introduzida após Åkerfeldt dizer que o baterista original do grupo, Anders Nordin, é brasileiro (foi adotado por pais suecos), e sonhava em tocar no Brasil com seus colegas. Mesmo que à distância — visto que saiu da formação em 1997 —, será que tem orgulho dos antigos parceiros?
1. §1
2. Master’s Apprentices
3. §3
4. In My Time of Need
5. Ghost of Perdition
6. Sorceress
7. Deliverance
3) Queensrÿche e as escolhas ousadas
Bandas clássicas eventualmente são alvo de reclamações dos fãs por limarem determinadas músicas de seus repertórios. Ainda assim, são raros os casos como do Queensrÿche, que tirou seu maior hit, a balada “Silent Lucidity”, do setlist executado no Monsters of Rock. “Jet City Woman”, segunda mais ouvida do grupo no Spotify — a primeira sendo a canção já mencionada —, também caiu fora.
Ambas pertencem ao álbum Empire (1990), representado na tarde de sábado, 19, apenas por sua faixa-título. O quinteto composto por Todd La Torre (voz), Michael Wilton (guitarra), Mike Stone (guitarra), Eddie Jackson (baixo) e Casey Grillo (bateria) vem de uma turnê que celebra o EP homônimo de 1983 e o álbum de estreia The Warning (1984), logo, as escolhas fazem algum sentido. Quatro das 12 faixas tocadas no Allianz Parque vieram desses dois trabalhos.
É fato, também, que Operation: Mindcrime (1988) carregou outras cinco canções para o set, com destaque para a grudenta “I Don’t Believe in Love” e o encerramento com “Eyes of a Stranger”, com direito a La Torre pegar o celular para filmar a enorme plateia enquanto cantava. O vocalista ocupa desde 2012 a vaga deixada pelo frontman original Geoff Tate, rompido com os ex-colegas após um show em São Paulo marcado por briga verbal e até uma cusparada em direção ao antigo baterista Scott Rockenfield. Todd é um ótimo substituto para Geoff, a ponto de emular precisamente o timbre de seu antecessor, e serve como cereja do bolo para um instrumental afiado, conduzido pelo habilidoso Wilton e enérgico Grillo.
1. Queen of the Reich
2. Operation: Mindcrime
3. Walk in the Shadows
4. I Don’t Believe in Love
5. Warning
6. The Needle Lies
7. The Mission
8. Nightrider
9. Take Hold of the Flame
10. Empire
11. Screaming in Digital
12. Eyes of a Stranger
4) A emocionante volta do Savatage
Uma banda realiza sua última turnê em 2002. O show derradeiro, em 2015. Decide se reunir, enfim, para uma nova excursão. A primeira parada? O Brasil, por incrível que pareça. Esta é a história do retorno do Savatage, até então considerado improvável devido aos recorrentes problemas de saúde do vocalista, tecladista e líder, Jon Oliva.
De forma sábia, Jon deu um passo atrás e pediu para que os demais integrantes — Zak Stevens (voz), Al Pitrelli (guitarra), Chris Caffery (guitarra), Johnny Lee Middleton (baixo) e Jeff Plate (bateria) — excursionassem sem ele, com dois tecladistas: o colombiano Paulo Cuevas e o americano Shawn McNair (informação via site Igor Miranda). Soou tão certo que os fãs até se esqueceram do tempo perdido até que isso, enfim, ocorresse.
Não dá para negar que o quinteto parecia desconfortável nas primeiras músicas. Execução perfeita, mas gestual de quem não tocava aquele repertório junto havia algum tempo. Lá para a metade do set, com “Chance” e suas bandeiras no telão — tendo a do Brasil no final —, todo esse receio havia passado de vez. O Savatage está de volta.
Como o tempo era reduzido (aproximadamente uma hora), o grupo preparou um setlist que trouxe os principais clássicos — como “Edge of Thorns”, “Jesus Saves” e “Hall of the Mountain King” — ao mesmo tempo em que pôs luz a canções gravadas já com Stevens nos vocais, oriundas dos álbuns Handful of Rain (1994), Dead Winter Dead (1995) e The Wake of Magellan (1997). O heavy metal de tom progressivo e por vezes erudito cativou, emocionou e fez muita gente concluir o que já foi dito no parágrafo anterior: o Savatage está, mesmo, de volta.
Mas é impossível deixar de destacar “Believe”. A baladaça teve sua execução inicial a partir de um vídeo com Jon Oliva cantando e tocando piano, antes da entrada ao vivo dos demais músicos. Ao longo do solo, imagens do guitarrista Criss Oliva, falecido em 1993, surgiram no telão. Quem não ficou pelo menos com nó na garganta, ou não conhece a história do grupo — o que está tudo bem —, ou tem coração de pedra.
1. The Ocean
2. Welcome
3. Jesus Saves
4. The Wake of Magellan
5. Dead Winter Dead
6. Handful of Rain
7. Chance
8. Gutter Ballet
9. Edge of Thorns
10. Believe
11. Sirens
12. Hall of the Mountain King
5) Europe, muito além do hard rock farofa
Um recorte específico da discografia do Europe — o de maior sucesso, há de se reconhecer — faz com que a banda sueca seja rotulada como parte do movimento glam metal oitentista. A sonoridade de álbuns como The Final Countdown (1986) e Out of This World (1988) se alinha, sim, a este segmento, mas como julgar a trajetória de um grupo de 45 anos com base em menos de uma década?
Especialmente a partir de sua volta no início dos anos 2000, após 11 anos de hiato, o Europe é outro tipo de animal. Mais pesado, orientado ao blues e ao hard rock setentista, com as guitarras de John Norum em vez dos teclados de Mic Michaeli na linha de frente. E, mais uma vez, o quinteto completo por Joey Tempest (voz), Ian Haughland (bateria) e John Levén (baixo) mostrou ao público brasileiro que oferece mais do que refrães grudentos e arranjos de teclas.
“Superstitious”, por exemplo, ganhou uma roupagem mais heavy ao ser executada — apesar do pós-solo estendido com direito a trecho de “No Woman No Cry” (Bob Marley & the Wailers). “Ready or Not”, naturalmente mais direta, fica robusta com Joey na segunda guitarra. “Walk the Earth”, faixa-título do álbum mais recente, lançado em 2017, é quase derivada de “Kashmir”, do Led Zeppelin.
Mas quando é para soar como nos anos 1980, eles conseguem. Seja no hit imortal “The Final Countdown”, na balada açucarada “Carrie” ou na pegajosa “Cherokee”. Se soa mais pesado ou radiofônico, os destaques são os mesmos: a voz característica e a presença de palco extremamente enérgica de Tempest, a fusão entre técnica e apuro melódico de John Norum — um dos gigantes da guitarra hard rock — e a “cereja do bolo” que são os teclados e backing vocals de Mic Michaeli, apesar de pequenos erros aqui e acolá.
- On Broken Wings
- Rock the Night
- Walk the Earth
- Scream of Anger
- Sign of the Times
- Hold Your Head Up
- Carrie
- Last Look At Eden
- Ready Or Not
- Superstitious (com trecho de “No Woman, no Cry”, de Bob Marley & The Wailers)
- Cherokee
- The Final Countdown
6) Judas Priest, os deuses do metal
Para os deuses do metal, não basta chegar aos 55 anos de carreira: é preciso atingir tal número em um nível de qualidade surpreendente. Quem assistiu ao espetáculo oferecido pelo Judas Priest como antepenúltima atração do Monsters of Rock saiu de queixo caído. Por variadas razões.
Não há como deixar de começar com Rob Halford. O homem que fez por merecer o apelido de “Metal God” justifica, a cada turnê, seu caráter praticamente imortal na música — pesada ou não. Aos 73 anos, ainda canta que é uma barbaridade. Com o mesmo fôlego e disposição de décadas passadas? A resposta é óbvia. Não apenas seria ridículo esperar por isso, como sequer é necessário, pois o que apresenta é mais do que suficiente para, reforço, deixar queixos caídos.
Ciente de que segue em alto nível, Halford não alivia para si. Encara músicas de execução complicadíssima sem fugir de explorar sua voz. “Painkiller”, faixa-título do álbum cuja tour os colocou no Brasil pela primeira vez — Rock in Rio 1991 —, continua no setlist com performance vocal digna de aplausos. Lados B como “Devil’s Child” e “Riding on the Wind” podem soar desafiadoras para outros cantores, mas Rob mata no peito. E o que dizer do agudo de “Victim of Changes”, executado após breve homenagem no telão a Glenn Tipton, guitarrista afastado desde 2018 em função do Parkinson? Que outros septuagenários conseguem fazer algo assim?
Além do vocalista, ficam sob constantes holofotes os guitarristas “novinhos” Richie Faulkner, 45, e Andy Sneap, 55. Cada um deles merece menção à parte. O primeiro, substituto de K.K. Downing quando este resolveu se aposentar no fim de 2010, meio que se tornou o segundo membro de maior destaque quando Tipton teve de se afastar. Assume a maior carga dos solos e jamais demonstra qualquer tipo de sequela dos recentes problemas de saúde, desde o aneurisma da aorta que sofreu em pleno palco em 2021 à série de AVCs que, segundo o próprio, lhe deixaram danos cerebrais.
O segundo, ocupante do posto de Glenn a partir de 2018, é também um produtor renomado que inclusive gravou o próprio Judas antes de se juntar à formação de turnês. Embora mais discreto que Richie, Andy parece estar mais à vontade no palco: tem circulado mais, assumido novos solos e até deixado o cabelo crescer dentro de suas limitações genéticas.
Há ainda Scott Travis, 63, simplesmente o criador da linha de bateria da já mencionada “Painkiller”. Embora esteja sentado o tempo todo, é quem mais se parece com um garoto, tendo em vista a energia de sua performance. Soa como, no bom sentido, uma máquina, tamanha a precisão.
Diante do público paulistano, o Judas Priest mostrou como chegou em 2025 como a banda de música pesada mais respeitada em atividade e certamente um dos maiores nomes da história do gênero que ajudaram a moldar. Celebrem os deuses do metal. (Versão resumida de artigo completo disponível aqui)

- Panic Attack
- You’ve Got Another Thing Comin’
- Rapid Fire
- Breaking the Law
- Riding on the Wind
- Love Bites
- Devil’s Child
- Crown of Horns
- Sinner
- Turbo Lover
- Invincible Shield
- Victim of Changes
- The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (cover de Fleetwood Mac)
- Painkiller Bis:
- The Hellion + Electric Eye
- Hell Bent for Leather
- Living After Midnight
7) Scorpions, um encerramento glorioso
Sessenta anos de carreira. Quais outros artistas e bandas além do Scorpions chegaram a uma marca tão representativa como esta? São raros os exemplos — e mais incomuns ainda os que seguem em turnês mundiais como o grupo alemão composto por Klaus Meine (voz), Rudolf Schenker (guitarra rítmica), Matthias Jabs (guitarra solo), Pawel Maciwoda (baixo) e Mikkey Dee (bateria).
Os fãs que encheram o Allianz Parque para assisti-los, mesmo após seis outros shows e sob uma incômoda chuva, apreciaram a performance de 100 minutos do grupo, que, efeitos pontuais da idade à parte, não soa como se tivesse sido criado em 1965 — ainda que Rudolf seja o único remanescente da primeiríssima formação, com Klaus entrando em 1969, Matthias em 1978 e os demais já no século 21. Meine, aliás, é quem demonstra naturalmente lidar com as consequências dos anos de estrada. No alto de seus 76 anos, o cantor vez ou outra tem alguma dificuldade para manter os tons mais agudos e opta por uma presença de palco mais contida. Nada que incomode o público, visto que sua performance ainda segue de alto nível. Ainda é emocionante ouvi-lo cantar hits como a baladaça “Send Me an Angel”, a otimista “Wind of Change”, a divertida “Big City Nights” e a diretaça e derradeira “Rock You Like a Hurricane”, executada com um enorme escorpião ao fundo após “Blackout”, outra pérola.
Já os demais integrantes são como garotos. Rudolf, também 76, é energia pura e oferece a base necessária para o brilho de Matthias, 69, talvez um dos guitarristas mais subestimados da história do hard rock. Se é raro vê-lo em listas de mais celebrados ou influentes no instrumento, é comum ficar de queixo caído ao ouvi-lo executar arranjos precisos e solos afiados com um timbre refinado, de clareza incomum no segmento.
Mikkey, 61, segue uma usina de energia baterística e, inegavelmente, deu gás novo desde sua chegada em 2016, pouco tempo após a morte de Lemmy Kilmister e o fim do Motörhead, grupo que integrava até então. Soa, inclusive, plenamente recuperado da recente cirurgia no pé, necessária diante de uma grave infecção generalizada contraída no fim de 2024. Pawel, 58, é o caçula da formação — embora esteja há mais tempo do que o baterista — e o mais discreto, ainda que colabore com Schenker ao oferecer sustentação para Meine, Jabs e Dee brilharem cada um a seu modo.

Quanto ao setlist executado em São Paulo, há prós e contras. De modo majoritário, os clássicos estão lá. Até “Still Loving You”, limada do setlist de Brasília três dias antes, retornou. Entre as ausências mais sentidas, estão “Holiday”, fora desde 2020, e “No One Like You”, cortada a partir de 2022. Fora isso, seria legal ouvir mais material da década de 1970? Com certeza. Mas o repertório flui bem, em especial, por ter poucas músicas lentas — só três — e priorizar uma abordagem mais pesada. Os resgates de “Loving You Sunday Morning”, após quase 9 anos sem tocá-la, e o medley de “Top of the Bill” + “Steamrock Fever” + “Speedy’s Coming” + “Catch Your Train”, em celebração à fase com Uli Jon Roth, fazem sentido.
São detalhes que podem render algum tipo de debate entre fãs mais dedicados. Nada muito além. O Scorpions entrou vitorioso já nas primeiras notas de “Coming Home” e, conforme o desenrolar do set, apenas concentrou ainda mais as atenções do público — extasiado nos momentos finais com o escorpião inflável gigante no palco e as clássicas “Blackout” e “Rock You Like a Hurricane”. São sessenta anos de carreira, quarenta anos de relação direta com o Brasil, mas o sentimento é de casal recém-formado. (Versão resumida de artigo completo disponível aqui)

- Coming Home
- Gas in the Tank
- Make It Real
- The Zoo
- Coast to Coast
- Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train (medley)
- Bad Boys Running Wild
- Send Me an Angel
- Wind of Change
- Loving You Sunday Morning
- I’m Leaving You
- Solos de baixo e de bateria
- Tease Me Please Me
- Big City Nights
- Still Loving You
Bis:
- Blackout
- Rock You Like a Hurricane
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Fonte: rollingstone.com.br