O álbum Rumours (1977) do Fleetwood Mac entrou para a história do rock. O disco nasceu em um ambiente de intensas brigas e caos pessoal, já que o grupo o gravou em meio a separações conjugais e conflitos abertos entre seus membros. Em meio às tensões, a canção de piano “Songbird” foi criada em um dos poucos momentos de tranquilidade durante o turbilhão de 1976.
A tecladista Christine McVie compôs e interpretou a faixa. O baterista Mick Fleetwood descreveu a balada como sendo “muito parecida com uma oração”, afirmando que ela representava um refúgio de sanidade para a banda. A canção se tornou, ironicamente, o momento de maior orgulho do grupo no disco.
Em entrevista para a Rolling Stone em 1997, Christine McVie disse: “Eu a escrevi em meia hora. Fiquei acordada até tarde uma noite. Acho que fiquei pensando em todos os membros da banda – ‘Meu Deus, não seria bom simplesmente ser feliz?’”. A composição levou apenas cerca de 30 minutos, com Mick Fleetwood estimando o processo em meros dez minutos, dada a facilidade da criação.
Sem um gravador no quarto, McVie evitou dormir a noite inteira. Ela tocou e cantou a música repetidamente para fixá-la na memória. Na manhã seguinte, correu ao estúdio e pediu que o produtor Ken Caillat a registrasse imediatamente. A compositora nunca conseguiu explicar a origem da canção.
A banda reconheceu o valor da faixa e investiu em sua atmosfera. Para a gravação, o Fleetwood Mac alugou o vasto Zellerbach Auditorium em Berkeley. Eles usaram 15 microfones para capturar a reverberação natural do auditório vazio. O investimento técnico amplificou a intimidade, fazendo “Songbird” contrastar drasticamente com o restante da produção do álbum.
Após o falecimento de Christine McVie em 2022, a faixa reafirmou seu status sagrado. “Songbird” serviu como peça central do tributo à artista no Grammy de 2023, interpretada por Sheryl Crow e Bonnie Raitt.
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Fonte: rollingstone.com.br
