O advogado Jeffrey Chiquini, que defende Filipe Martins, disse, durante o programa Café com a Gazeta do Povo desta quinta-feira (31) que “a Lei Magnitsky não é a solução do Brasil”. Segundo ele, haverá uma união do sistema para tentar se salvar, pois “eles têm um ao outro na mão”, de modo que o país “vai piorar muito ainda” antes de melhorar.
Chiquini afirmou que a nota do Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do ministro Alexandre de Moraes demonstra essa união. Para o advogado, ela evidencia uma cobrança do ministro por suporte de seus pares. E afirma que o sistema só irá entregar “a cabeça de um ou de outro para sobreviver” quando todos os minitros estiverem sancionados.
Ele também ponderou que, na Venezuela, oito ministros da Suprema Corte estão sancionados desde 2017. No entanto, como não há um movimento interno para derrubar o governo, nada muda. Por isso, diz que, caso o Senado não faça o impeachment de Alexandre de Moraes, “virão sanções e mais sanções” e o sistema seguirá intacto, reajustando-se à nova realidade, de modo que “o povo é que vai continuar sangrando”.
Jordy defende impeachment de Moraes, mas diz que “não há clima” para anistia
Ainda no programa de hoje, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que é preciso “desgastar o ministro (Moraes) para ele ser impichado agora”. Segundo Jordy, Moraes “é um sociopata, uma pessoa sem freios e que se auto intitula a democracia”.
Já com relação à anistia, o deputado afirmou que, ainda que essa seja uma pauta prioritária “assim como o impeachment de Alexandre de Moraes”, ele ainda não vê “clima para a aprovação”.
Sobre isso, disse que “Moraes sempre foi o ‘pitbull’ dos ministros, fazendo tudo o que eles queriam, mas não tinham coragem”. Por isso, acredita que, caso Moraes sofra um processo de impeachment, “todos responderão junto” por terem endossado as ações do ministro. Assim, projeta que o STF fará “as suas tradicionais ameaças e chantagens contra os mais fracos, que são a Câmara dos Deputados”. Isso porque quem pode constitucionalmente enfrentar o STF é o Senado.
Desse modo, entende que os ministros entenderão qualquer movimentação na direção de uma votação pela anistia como uma “afronta” a eles. Com isso, diz que os ministros cobrarão os deputados mais “frouxos”. Mas diz que, mesmo assim, trabalhará pela anistia, pois os presos do 8 de janeiro são “os maiores prejudicados pelas violações de direitos humanos cometidas sobretudo por Alexandre de Moraes”.
Fonte: Revista Oeste