A gestão pública deveria ser sinônimo de responsabilidade com o dinheiro do contribuinte. No entanto, o caso do imóvel alugado pela Prefeitura de Santos na Avenida Afonso Pena, 185, sem nunca ter sido utilizado, revela um preocupante descaso com os recursos municipais. O gasto de R$ 315.200,00 com aluguéis para um espaço que sequer foi inaugurado levou a uma representação formal ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), gerando questionamentos sobre a transparência e a eficiência da administração local.
O contrato, assinado em novembro de 2023, previa a implantação do Centro Dia para Pessoas Idosas, um serviço essencial para a população mais vulnerável da cidade. Entretanto, passados mais de 16 meses desde a assinatura do documento, o espaço permanece sem funcionamento. A justificativa da Prefeitura aponta atos de vandalismo que exigiram reformas, mas a falta de previsão e agilidade na execução do projeto reforça a impressão de desperdício e má gestão.
O caso se torna ainda mais grave quando se considera que uma emenda parlamentar do deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) destinou R$ 200 mil para o Centro Dia. Mesmo com recursos extras, o projeto não avançou. O vereador Sérgio Santana (PL), responsável por levar a denúncia à Câmara, cobra respostas sobre quem será responsabilizado pelos valores já gastos e se o imóvel continuará alugado sem previsão de funcionamento.
A população de Santos merece mais do que respostas vagas e promessas adiadas. O caso do imóvel na Afonso Pena é um retrato da necessidade urgente de mais fiscalização e responsabilidade na administração municipal. Não se trata apenas de um endereço sem uso, mas de um símbolo do que acontece quando o dinheiro público é tratado sem a devida seriedade. Resta saber se essa história terá um desfecho que beneficie quem realmente precisa: os idosos que aguardam um serviço prometido, mas nunca entregue.
Fonte: Diário do Litoral