Os Correios homologaram uma licitação da venda de um terreno de R$ 280 milhões em Brasília por um cheque sem fundos. Segundo a estatal, a venda neste formato cumpria com as normas do edital, mas o negócio está agora em processo de anulação após investigação e a desistência da parte compradora.
O caso foi noticiado pelo jornal O Estado de S.Paulo e confirmado pela Gazeta do Povo com a assessoria de imprensa dos Correios. No mês de setembro, a arrematante formalizou a sua saída do negócio e tentou reaver o valor do cheque sem fundos, mas o documento já havia sido devolvido sem a liquidação.
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A estatal afirmou que o pagamento por cheque estava dentro das conformidades, no entanto, uma investigação dos riscos relacionados à empresa compradora levou a diligências que constataram as irregularidades.
Segundo a reportagem do Estadão, uma ONG chamada CPM Intercab foi a única participante da licitação pelo terreno, de mais de 200 metros quadrados. No local, funcionava a Universidade Corporativa dos Correios. A ONG pertence a um pai de santo chamado Jorge da Silveira, conhecido como Pai Jorge de Oxóssi. Ele possui um terreiro em Ceilândia, região de baixa renda do Distrito Federal.
Ao Estadão, Pai Jorge disse que não sabia de nenhum problema relacionado à compra do imóvel. Ele diz que confiou em uma frequentadora do seu terreiro, que prometeu apoiá-lo financeiramente no projeto de uma instituição de ensino voltada à religião de matriz africana. Segundo a reportagem, esta frequentadora do terreiro teria um mandado de prisão em aberto por aplicar golpes, cujas operações consistiam na cobrança de valores de georreferenciamento pela venda de terrenos.
Os Correios tentarão novamente vender a sede da universidade em outra licitação. Pai Jorge declarou estar interessado em arrematá-lo novamente, desta vez com recursos de outras fontes.
Fonte: Gazeta do Povo



