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PSOL abre mão de candidaturas próprias em 2026 para “derrotar extrema-direita”


O PSOL decidiu não lançar candidaturas próprias a alguns cargos nas eleições do ano que vem para apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e coligações de esquerda com candidatos mais competitivos. A decisão foi aprovada pela Executiva Nacional do partido com o alegado objetivo de “derrotar a extrema-direita e o centrão”, mesmo que isso signifique abrir mão de uma presença maior nos âmbitos político e eleitoral.

Segundo a resolução, o PSOL “tem atuado para derrotar a extrema-direita e disputar na sociedade uma agenda política em favor do povo”, mantendo-se na “linha de frente contra retrocessos” e reforçando o apoio ao governo petista. O texto deixa claro que a legenda pretende se manter como parte da base de sustentação de Lula, priorizando a unidade da chamada “frente progressista” em vez de buscar autonomia eleitoral.

“Essa tarefa segue colocada como um dos principais desafios para 2026, tanto na recondução do campo progressista ao governo quanto na redução da representação da extrema-direita e do centrão no parlamento, ampliando o número de parlamentares dos setores de esquerda”, afirmou na resolução (veja na íntegra).

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A guinada do PSOL para uma maior aderência à base governista se dá, ainda, pela recente nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como ministro da Secretaria-Geral da Presidência (SGP), além de já ter Sonia Guajajara comandando o Ministério dos Povos Indígenas.

De acordo com o documento, o PSOL também priorizará a superação da cláusula de barreira, que exige o mínimo de 2,5% dos votos válidos em nove estados, com ao menos 1,5% em cada um. A legenda reconhece que esse desafio é vital para a sobrevivência institucional do partido, que depende do cumprimento dessa meta para manter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV.

O texto orienta que os estados “deverão, quando possível” priorizar o que chama de “unidade do campo progressista desde o primeiro turno, em torno da disputa de governo que represente o melhor nome para derrotar a extrema-direita”. A mesma regra valerá para as candidaturas ao Senado, em que o partido admite recuar em prol de nomes mais competitivos de outras siglas.

Em um gesto simbólico, a resolução também indica o empenho do PSOL em atrair novos quadros, como Manuela D’Ávila e Áurea Carolina, que devem figurar entre as prioridades eleitorais de 2026.

O plano do partido prevê, ainda, a realização de pesquisas internas para avaliar o desempenho e a imagem do PSOL, com o objetivo de “ajudar na comunicação da agenda política” e preparar terreno para a campanha.

O PSOL atualmente faz parte de uma federação com a Rede Sustentabilidade desde as eleições de 2022, uma manobra para driblar a cláusula de barreira ao somar o desempenho eleitoral de dois partidos. A regra obriga que as legendas sigam juntas por, pelo menos, quatro anos, com prazo final indeterminado.

Naquele ano, as duas legendas aderiram à “frente ampla” que apoiou a candidatura de Lula ao terceiro mandato e que o governo pretende manter na disputa à reeleição. Além deles e do PT, também fizeram parte o PC do B, PV, Solidariedade, PSB / Agir, Avante e PROS.



Fonte: Revista Oeste

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