Minutos antes de subir ao palco do Espaço Unimed, em São Paulo, para a estreia da EVOM Tour, Veigh recebeu a Rolling Stone Brasil em seu camarim. Cercado por dançarinos, familiares e membros da equipe, o rapper não escondeu o nervosismo, muito por conta de estar dando mais um passo importante da sua carreira: a estreia da sua primeira turnê.
Entre pausas, risadas e um olhar de gratidão, ele falou sobre o peso espiritual por trás de Eu Venci o Mundo (2025), seu novo álbum e ponto de partida da apresentação, e refletiu sobre a importância da fé, das lutas internas e do tempo certo para que as coisas aconteçam.
O título Eu Venci o Mundo tem um peso emocional forte. Em que momento essa frase começou a fazer sentido para você?
Pô, mano, na minha vida faz sentido desde quando eu li esse versículo [João 16:33], tá ligado? Porque é uma passagem que fala sobre vencer o mundo. E quando eu falo sobre vencer o mundo, eu não tô falando sobre você, sobre ele, sobre outra pessoa, eu trago isso para mim. Eu venci o mundo. Só de pronunciar isso já te traz uma força e uma vontade de vencer absurda assim.
Você já disse que o álbum fala sobre vencer o mundo material e vencer a si. Quais dessas batalhas têm sido mais difícil?Mano, é muito difícil de falar assim, especificar alguma, mas eu acho que as batalhas mais difíceis são as internas, né? Precisamos trabalhar a mente, o corpo, que às vezes está muito cansado. Mentalmente também, às vezes muito cansado para lidar com algumas coisas. Mas sempre focar no certo e saber que a vitória é próxima. Se hoje não foi um dia bom, aguardar que amanhã um novo dia tá por vir.
Falando do show, que vai rolar agora. Quando você pensou o álbum, já existia a ideia da turnê também?
Sempre existe, né? Aquela vontade de você falar: “Pô, vou lançar um álbum e em breve quero lançar uma turnê”. Mas até aí é muito difícil de ter essa noção que o álbum vai dar certo a ponto de conseguir criar uma turnê. Até porque o trap é algo muito novo aqui no Brasil, então é muito difícil de vários artistas conseguirem fazer esse movimento. Então eu fico muito feliz de criar tudo isso. Trabalhando com a produtora [30e], mais de 100 pessoas envolvidas nesse projeto.
E o setlist tem quase 30 músicas. Como foi escolher o que entra e o que fica fora?
Fica um pouco mais fácil quando se baseia em números. O que as pessoas mais ouvem. Então acabei colocando essas faixas, algumas antigas que não tem como tirar, como “Novo Balanço” e “Invisível”, que eu gosto muito pessoalmente. Acho que fica mais fácil quando se baseia nisso mesmo, no que o público tá ouvindo bastante e no que eu curto cantar.
Falando nelas, qual música você mais tá ansioso para cantar hoje?
Mano, eu tô muito, muito ansioso para cantar “Ausência”. É quase uma das últimas. Tem várias que estou ansioso, como “Artista Genérico” e “Taylor”, mas “Ausência” é uma que eu gosto bastante pessoalmente.
A turnê também vai passar pela Europa. O que você quer mostrar para o público internacional?
Já fiz bastante tour lá fora, então é uma rapaziada que acaba gostando muito do meu trabalho. Até quando eu vou lá, às vezes tem mais fãs em volta correndo e procurando onde eu tô do que aqui no Brasil. […] Agora, levar dançarino, vários outros músicos e uma estrutura desse tamanho vai ser algo muito da hora para eles verem.
Para fechar, se pudesse resumir o disco, a turnê e essa fase da sua vida em uma frase, qual seria? Não vale: “Eu venci o mundo”.
[Risos] Essa aí tá meio batida já. Vou falar acho que é “esperar a hora certa”. Às vezes a gente coloca muita coisa na nossa cabeça, muita dificuldade, pensa em desistir, mas no final tudo tem seu tempo. Deus tem hora certa para todo mundo.
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Fonte: rollingstone.com.br
