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A forte crítica de John McLaughlin ao jazz atual


John McLaughlin é um dos maiores nomes vivos do jazz. O guitarrista tocou com Miles Davis e depois fundou a sua Mahavishnu Orchestra, que foi um dos símbolos da era de ouro do fusion — a grosso modo, a fusão entre jazz e rock.

Tenho vivido um dos períodos mais empolgantes do estilo, McLaughlin garante: o jazz não está morto. E provavelmente jamais irá morrer. Porém, o músico britânico também admite que o gênero não vive seus melhores dias.

Em entrevista à Ultimate Guitar, o britânico ofereceu seu ponto de vista a respeito do jazz atualmente. Ele começou falando:

“Não, (jazz) nunca vai morrer. Mas estou decepcionado. Mas isso sou eu falando, cresci com a velha guarda, sabe?”

Ele continua:

“Por exemplo, eu tinha 16 anos e morava no norte da Inglaterra, logo ao sul da fronteira com a Escócia, e estava com muita vontade de molhar o bico. E como eu era alto o suficiente, conseguia entrar escondido num pub onde supostamente eu já tinha 18 anos. Porque no Reino Unido, quase todo fim de semana, os pubs viram clubes de jazz, principalmente aos domingos.”

Pouco depois dessa época, o próprio McLaughlin estaria tocando com gigantes como Alexis Korner, Jack Bruce, Ginger Baker e, posteriormente, Miles Davis. Para ele, esses e outros instrumentistas do período tinham uma personalidade própria e faziam a música acontecer com técnica apurada, mas também sentimento. Algo que ele sente falta hoje em dia:

“Acho que parte do que as pessoas chamam de ‘jazz’ é quase robótico. Não há sangue ali. Eu quero a paixão daquela pessoa. Eu quero essa paixão. Seja quem for que esteja tocando, quando vou a um show, quero ser levado pela emoção, pela pura musicalidade e pelo amor. Quero ser levado por aqueles músicos.”

John McLaughlin arremata com seu veredito:

“Eu vou a shows e eles não me levam a lugar nenhum. É muito superficial. É um mundo diferente hoje em dia.”

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Fonte: rollingstone.com.br

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