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Como Bruce Springsteen lidou com saúde mental nos anos 50 e 60


Voz de músicas de sucesso como “Streets of Philadelphia“, “Dancing in the Dark“, “My Hometown” e “Born in the U.S.A.“, Bruce Springsteen falou um pouco mais sobre sua vida pessoal em antecipação ao lançamento de Springsteen: Salve-me do Desconhecido.

Durante entrevista ao programa Breakfast Show with Scott Mills, da Rádio BBC, ele foi questionado sobre como se sentia ao falar abertamente sobre seus problemas de saúde mental. O artista, que sofre de depressão severa, já abordou o tema anteriormente em sua autobiografia. Ele associa a doença ao estresse vivido na infância e à relação conturbada com o pai, diagnosticado com esquizofrenia.

“Eu cresci nos anos 50 e 60, sabe? Eu tinha de um a dez anos na década de 50 e meus pais se mudaram para a Califórnia quando eu tinha 18 ou 19 anos, então foi só isso que conheci meu pai, e aqueles foram os anos mais difíceis dele”, disse (via NME). “A doença mental era comum na minha família. Eu tinha tias muito, muito doentes. Tinha primos muito doentes. E eu simplesmente me acostumei com a situação, aquela era a minha família, e essas eram as pessoas que eu amava”.

Springsteen cresceu acreditando que era constrangedor buscar ajuda psicológica, o que o impediu de receber tratamento adequado por muitos anos. “Não havia medicação, não havia interação com nenhum tipo de ajuda psicológica e as pessoas eram simplesmente abandonadas à própria sorte. Sabe, a situação simplesmente estava lá – nada se sabia sobre isso, então todos simplesmente sofriam”, contou.

O filme biográfico explora os conflitos pessoais vivenciados por Springsteen durante a produção de seu aclamado sexto álbum de estúdio, Nebraska (1982). Durante o período retratado no longa, o cantor conta que começou a procurar apoio profissional: com o auxílio de medicamentos e terapia, conseguiu controlar as crises e se sentir melhor. Segundo ele, o relacionamento com o produtor americano John Landau foi muito positivo, já que Landau tinha experiência e contatos na área que puderam ajudá-lo.

Hoje, o acompanhamento psiquiátrico é essencial para Springsteen, e fez parte de metade de sua vida. Ele afirma ter aprendido a prestar mais atenção aos sinais da própria consciência, embora, no início, sentisse vergonha de falar sobre o assunto. “Durante anos, eu quase me disfarçava antes de entrar no consultório do psiquiatra. Eu estava com meu boné de beisebol e meus óculos, olhando ao redor e entrando o mais rápido que podia”, relata. “Era tão proibido no mundo em que cresci que levei muito tempo para me acostumar a me sentir bem e confiante ao entrar no consultório”.

Mais sobre Springsteen: Salve-me do Desconhecido

Springsteen revelou recentemente que permitiu a realização de Springsteen: Salve-me do Desconhecido, apesar de representar um momento difícil em sua vida, pois o filme não é realmente biográfico. “Ele apenas pega alguns anos da minha vida, quando eu tinha 31 e 32 anos, e os retrata na época em que fiz este disco em particular, e quando passei por momentos difíceis na minha vida. E eu estou velho e não dou a mínima para o que faço agora.”

Ele também elogiou a atuação de Jeremy Allen White (O Urso), que o interpreta no longa. “Jeremy realmente retrata um pouco da minha deterioração naquele momento, quando tive meu primeiro colapso, foi o que realmente aconteceu”, disse. A obra chega aos cinemas brasileiros no dia 30 de outubro.

Uma série de músicas de Springsteen será adaptada para o filme, ao lado de nomes como Jay Buchanan, do Rival Sons, Aksel Coe, Bobby Emmett e Jake e Sam F. Kiszka, do Greta Van Fleet. A trilha sonora também será compilada em um álbum, cuja previsão de lançamento é 5 de dezembro de 2025. Confira o trailer do filme a seguir:

+++ LEIA MAIS: A complexa relação de Bruce Springsteen com o pai, Douglas


Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo, Gabriela é mineira e apaixonada por arte e cultura. Ela também já foi dançarina e seu principal hobbie é conhecer todos os cinemas de rua de SP. Foi estagiária no Jornal da USP e, na Rolling Stone Brasil, fala sobre música, filmes e séries.



Fonte: rollingstone.com.br

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