Após anunciar sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (9), o ministro Luís Roberto Barroso falou à imprensa sobre o momento em que decidiu sair. De acordo com o ministro, não seria bom que ele saísse em um “momento convulsionado” do país e acredita que era seu dever participar do julgamento do suposto golpe de Estado.
“Eu não teria saído em um momento mais convulsionado do que o que estávamos vivendo, não podia sair antes de terminar o julgamento do golpe, era meu dever estar aqui”, declarou o ministro.
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Ele disse ainda que estava incomodado com as especulações sobre sua saída, que ele avaliava que estavam “maiores do que o fato”. O minstro disse ainda que “sempre” teve intenção de deixar o cargo após seu período como presidente.
Barroso negou que tenha interesse em trabalhar em representações brasileiras no Exterior. Ele afirmou que tem plano de ser um “intelectual a serviço do país”, sem cargo específico.
“Não há nenhuma pretensão, não pedi ao presidente (o cargo)”, declarou.
O ministro afirmou que deve prosseguir morando em Brasília e indo regularmente ao Rio, onde mora sua filha e ele ministra aulas em uma universidade.
Barroso anunciou saída em sessão
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada. Muito emocionado, o magistrado chorou durante a despedida do tribunal, no qual atuou por 12 anos. O anúncio foi feito em meio a uma sessão plenária da Corte.
“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo”, disse o ministro.
O ministro tem 67 anos e poderia ficar na Corte até março de 2033, quando completa 75, idade da aposentadoria compulsória.
Fonte: Revista Oeste