O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou nesta terça (30) o projeto de lei alternativo à anistia, que vem sendo chamado de “PL da dosimetria”, e afirmou que a não aprovação do perdão aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 pode impedir a direita de disputar a eleição presidencial de 2026.
A crítica foi feita em meio às negociações do relator da proposta, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), para conseguir os votos necessários para passar o mérito do texto. O projeto revê as penas aos condenados, mas não livra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da condenação por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Uma alternativa seria apresentar um destaque à parte da proposta para beneficiar o ex-presidente, mas que é criticado por Eduardo por não ter votos suficientes para ser aprovado.
“Os deputados que defenderem a estratégia de lutar pelos destaques a fim de se alcançar a anistia, estão mentindo para você. Ou, ao menos, na melhor das hipóteses, mordendo a isca dos opositores da anistia. Porquê nós não teremos votos para aprovar os destaques”, afirmou o deputado em um vídeo publicado em uma rede social.
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Para ele, mesmo se o “PL da dosimetria” for aprovado com a revisão das penas dos condenados pelo vandalismo às sedes dos Três Poderes, em Brasília, a direita poderá ser afetada nas eleições de 2026 por conta de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Certamente passa longe de pacificar o país, condena ao exílio perpétuo todos aqueles perseguidos pelo [ministro Alexandre de] Moraes que estão hoje fora do país, e também coloca a direita fora da eleição de 2026, porquê continuará o STF poderoso a ponto de fazer o que o Flávio Dino está fazendo, abrindo inquéritos relativos à pandemia para depois acelerar e condenar vários favoritos ao Senado que cairão na Lei da Ficha Limpa e não poderão votar a favor de impeachment de ministro do STF em 2027”, seguiu o parlamentar na crítica.
Ainda segundo Eduardo Bolsonaro, apenas uma anistia ampla pode pacificar o país e permitir que a direita dispute contra a tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em uma reunião com sindicalistas também nesta terça (30), Paulinho da Força afirmou que o momento é de esperar a “poeira baixar” para apresentar o relatório do projeto de lei. A Câmara ainda sente os efeitos da mobilização popular que fez o Senado arquivar a PEC da Imunidade na semana passada, em uma derrota para os parlamentares.
Paulinho da Força ainda se reuniu com lideranças do PL para avançar com o texto – o partido é o mais resistente à proposta alternativa à anistia. Ele afirmou que está ouvindo todos os partidos para fechar o relatório.
“Previsão de apresentar o relatório e quando terminar essas conversas e a gente resolver com o Senado. O relatório é algo muito simples, é um negócio bem curto curto e grosso, mexer em duas ou três penas e com isso pacificar o país”, afirmou a jornalistas.
Fonte: Revista Oeste