A cantora Gal Costa completaria 80 anos nesta sexta-feira, 26 de setembro. A data marca uma série de homenagens por todo o país, mas foi a mensagem íntima do filho que mais tocou os fãs. Gabriel Costa publicou uma carta aberta nas redes sociais, declarando o amor e a saudade que sente da mãe. Ele destacou a importância da artista e de seu legado cultural.
O texto é curto e direto, com um forte peso emocional. Confira o texto completo:
“Mãe, hoje você estaria fazendo 80 anos de vida, uma data muito importante, especial e única. Queria poder passar ela com você, mas como sei que isso não é possível, escrevo essa carta aberta para você saber que sinto muito sua falta e que sou muito feliz por ter conseguido viver todos esses anos, meses e dias com você. Eu agradeço do fundo do meu coração por você ter sido quem você foi e por ter sido minha mãe. Não só eu, mas um monte de gente vai manter seu legado vivo e firme. Você não será esquecida nunca, pode ter certeza. Eu te amo.”
O aniversário de 80 anos de Gal Costa se transformou em uma grande celebração nacional. A homenagem de Gabriel não é um evento isolado. O mundo da música se mobilizou para exaltar a trajetória da musa tropicalista. São muitos os lançamentos e concertos que marcam esta semana, garantindo que a obra da cantora continue ressoando.
Em Salvador, por exemplo, a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) realiza o concerto “Gal 80“. O espetáculo sinfônico, com a participação de diversos artistas, revisita os clássicos do repertório da cantora. Além disso, a gravadora Biscoito Fino lançou um EP digital com três faixas inéditas do último show de Gal, gravado no Coala Festival de 2022.
Por fim, as homenagens se estendem à literatura, já que neste ano está previsto o lançamento do livro “Gal Costa canta anos 70 – Tigresa“, de Gutemberg Cruz e publicado pela Editora Noir, que revisita a discografia da cantora ao longo da década de 1970.
Relembrar é viver
Gal Costa começou a carreira no meio dos anos 1960 e rapidamente se firmou como voz central da Tropicália e da MPB. O disco de estreia em dupla, Domingo (1967), com Caetano Veloso, marcou o início de uma trajetória que atravessou décadas. Ao longo dos anos, entregou álbuns fundamentais, entre eles Índia (1973) e o clássico ao vivo Gal a Todo Vapor (1971), e renovou sua estética em projetos posteriores, como Recanto (2011) e registros que revisitavam a tradição brasileira com tom contemporâneo. A importância artística da cantora foi reconhecida internacionalmente, incluindo premiações e homenagens.
A obra de Gal dialogou com os principais compositores do país: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Chico Buarque, Milton Nascimento e muitos outros estiveram no repertório que a tornou referência.
Gal Costa morreu em 9 de novembro de 2022, aos 77 anos, em sua residência em São Paulo por conta de um infarto agudo do miocárdio e um câncer de cabeça e pescoço.
Por fim, Gal fez história e sua discografia reúne gravações autorais e interpretações que viraram referência. Suas parcerias e interpretações ajudaram a definir canções que hoje fazem parte do cancioneiro popular brasileiro.
Confira a publicação completa:
Kadu Soares é formando em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, passa o dia consumindo música, esportes, filmes e séries. Possui um perfil no TikTok (@soareskaa) e um blog no Substack, onde faz reviews de projetos musicais.
Fonte: rollingstone.com.br