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Young Thug chora ao falar sobre “traição” de Gunna


Young Thug recentemente foi às lágrimas no podcast Perspektives With Bank ao falar sobre sua decepção com Gunna, seu ex-artista contratado pela YSL. Em 2022, os dois, com outros 26 homens, foram envolvidos no caso YSL RICO, movido pela promotora do condado de Fulton, Fani Willis. Os promotores alegaram que Thug e Gunna eram co-líderes de uma gangue de rua — mas Thug insiste que YSL nunca foi uma organização criminosa. No entanto, em dezembro de 2022, Gunna fez um acordo de confissão que exigia uma audiência na qual ele declarou à juíza Glenda J. Kendrick que a YSL era uma “gangue” que “precisava acabar”.

Durante a entrevista com o rapper e apresentador Big Bank Black, Thug disse que seu antigo amigo cruzou um limite do qual ele acredita que não há mais volta. “Quando você dedura, ou quando você muda… — e eu não tenho nada contra pessoas gays… — eu não consigo te ver da mesma forma. Eu só vou olhar pra você como alguém que quebrou o código de conduta de um homem”, disse. Logo depois, ele se desculpou por ter possivelmente ofendido a comunidade LGBTQIA+, referindo-se a ela de forma equivocada como “LGTV”.

Thug contou que investiu muito em Gunna e o ajudou de diversas maneiras, afirmando: “Eu dei mais tempo pra ele do que pros meus filhos”. Apesar de relatos afirmarem que a declaração de Gunna no acordo de confissão não poderia ser usada contra os co-réus da YSL sem o seu testemunho — o que não aconteceu —, Thug disse que a confissão prejudicou a defesa feita por seu advogado Brian Steele, forçando ele e os outros réus a reformular toda a estratégia.

“Aceitar esse acordo foi prejudicial para mim? Sim, 100%”, disse Thug. “Primeiro, a gente dizia pros jurados: ‘A YSL não é uma gangue.’ Agora, depois dos acordos, temos que voltar e dizer: ‘Bom, algumas pessoas podem dizer que é uma gangue — mas nós não fazemos parte dessa parte, fazemos parte da gravadora.’”

Thug também disse que sente que Gunna deve a ele uma explicação após a confissão: “Mesmo que eu não queira ouvir, você deveria ser um cara real e dizer alguma coisa. Como você faz isso comigo e depois segue sua vida, como se nada tivesse acontecido?” Ainda assim, Thug admitiu: “Eu te amo, mano… Eu coloquei tanto de mim nele que nem consigo odiá-lo. Na cadeia, eu achava que odiava… Mas não desejo nada de ruim para ele — nenhum mal, nenhum ressentimento.”

Young Thug e Gunna (Foto: Michael Tullberg/Getty Images)

Quando Big Bank sugeriu que ele gostaria de perdoar Gunna, Thug respondeu: “Não, eu não quero. Eu queria que ele tivesse feito algo menor, pra que eu pudesse perdoá-lo… Eu chorei muitas noites por causa disso.”

Como o processo afetou outras amizades de Young Thug

Em outro momento da entrevista, Young Thug chorou ao falar sobre os amigos que perdeu por causa de seus acordos com a promotoria. Além de Gunna, sua faixa “Closing Arguments” revela seu desgosto por Yak Gotti, YSL Slug, YSL Obama, YSL DK e SlimeLife Shawty, que também aceitaram acordos, além de YSL Woody, que foi testemunha-chave da acusação. “Os caras com quem eu estava todo dia… não tenho mais nenhum. Tô acabado. Não sei o que fazer”, disse. “E eu não perdi ninguém pra tragédia, eu perdi por traição. Assinar aquele pedaço de papel pode me dar prisão perpétua… Você vai deixar um papel acabar com tudo isso?”

Foi um momento raro de vulnerabilidade para Thug, que raramente participa de entrevistas longas. Sua emoção crua mostrou que seus sentimentos sobre Gunna não são apenas discurso de rua, mas dor real, que ele não sabe como lidar. Seu compromisso com o “código da rua” significa que ele não consegue perdoar aqueles que sente que cooperaram contra ele — mesmo com muita gente dizendo que ele é “burro” por não conseguir superar.

Enquanto isso, fãs de rap celebram músicas que retratam, e às vezes até glorificam, a realidade das ruas, mas criticam artistas que levam essa mentalidade pra vida fora do estúdio. A verdade é que Thug vem de uma realidade dura: durante a entrevista, ele contou que viu seu irmão morrer nos seus braços quando tinha 10 anos e falou sobre os efeitos devastadores do confinamento solitário enquanto aguardava julgamento. É difícil dizer como alguém “deveria” pensar após experiências tão traumáticas.

Nos últimos dias, Thug também se viu no centro de outra polêmica, após vazarem gravações de ligações feitas enquanto estava preso durante o julgamento da YSL. Nessas conversas, ele expressa frustrações com nomes como Kendrick Lamar, Drake e até André 3000, a quem acusa de não apoiar outros artistas de Atlanta apesar de ser considerado um pioneiro na cena local. Ele ainda comentou sobre a suposta briga entre Metro Boomin e Drake, dizendo que tudo aconteceu porque Drake continuava pedindo música semanas após a morte da mãe do produtor. As gravações viraram matéria-prima para fofocas na internet, mas também abalou a reputação de Thug.

Desde o início do julgamento, Young Thug perdeu amigos, oportunidades e apoio enquanto estava preso, enquanto Gunna se tornou persona non grata para muitos no rap. Todo esse conflito nasceu de um caso no qual a promotora Fani Willis tentou, sem sucesso, criminalizar letras de rap e responsabilizar Thug e Gunna por tudo de ruim que acontecia à sua volta. Esses homens vieram de comunidades pobres e marginalizadas de Atlanta e, em vez de a cidade celebrar o impacto global de sua cena de rap, o estado os transformou em alvos. Thug não foi condenado por nada do que Fani Willis o acusava; ele fez um acordo apenas pelas armas e drogas encontradas em sua casa durante sua prisão.

Nada disso precisava ter acontecido. Mas aconteceu — e as vidas de todos eles nunca mais serão as mesmas.

+++LEIA MAIS: Young Thug aceita acordo judicial e é liberto da prisão após associação com gangue



Fonte: rollingstone.com.br

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