Um dos maiores festivais do Brasil, tanto em estrutura quanto às atrações nacionais e internacionais, The Town encerrou o primeiro final de semana com dias dedicados ao hip hop e ao rock, reunindo milhares de pessoas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Já a próxima semana será voltada ao pop, com nomes como Mariah Carey, Lionel Richie, Backstreet Boys e Katy Perry. De volta aos dois primeiros dias: o dia 6, domingo, teve grande participação de artistas do trap, que atraíram um público mais jovem que lotou shows de Matuê, Wiu, MC Cabelinho, Don Toliver e Travis Scott.
Já o dia 7 foi uma grande celebração ao punk, tanto nacional quanto internacional, com Supla, Bad Religion, Iggy Pop e Green Day. Porém, vale destacar a participação de nomes de outros subgêneros do rock, como Pitty, Capital Inicial, Bruce Dickinson e Black Pantera.
Além disso, a Área VIP do evento conta com um espaço interativo da Rolling Stone Brasil, no qual o público pode imergir no universo da marca (se estiver por lá nos dias 12, 13 e 14, não deixe de nos visitar!). Abaixo, veja como foi o primeiro final de semana do The Town:
Espaço da Rolling Stone Brasil na Área VIP do The Town
O espaço da marca tem um backdrop com capas icônicas de artistas, nacionais e internacionais, como Iggy Pop, Iron Maiden, Ivete Sangalo, Karol Conká, Criolo, Bad Religion, John Lennon e Yoko Ono, Rita Lee e Prince.
No estande, a Rolling Stone Brasil distribuiu palhetas com o logotipo da marca e, a ativação mais especial, e realizou sorteio de jaquetas jeans Levi’s exclusivas (uma por dia, cinco no total) e customizadas pela especialista em upcycling Juliene Darin. Ao final do festival, ocorrerá a divulgação do sorteio, e cada peça será enviada diretamente para a casa dos respectivos vendedores.
Karol Conká celebra carreira e o rap
A rapper Karol Conká foi a responsável por abrir o palco The One neste primeiro dia de The Town 2025. Com energia e estilo característicos, a artista apresentou um setlist recheado de composições marcantes, transformando a performance em uma celebração de seus 25 anos de trajetória.
Reforçando a cena atual do rap nacional, Karol convidou ao palco as rappers Ajuliacosta e Ebony. A dinâmica foi semelhante para ambas: cada uma entrou no palco misturando um hit próprio com um sample.
Pouco depois da saída de Ebony, Karol anunciou uma novidade: o single inédito “Alquimia”, parceria entre as três, que terá um clipe. Outra surpresa emocionante marcou o show. O filho da rapper, Jorge, conhecido como Conjota, subiu ao palco para cantar pela primeira vez em um festival. A música escolhida para o momento foi “Sandália”, arrancando aplausos calorosos do público.
Lauryn Hill em ritmo de festa
o show de Ms. Lauryn Hill nasceu histórico. A cantora, vencedora de oito Grammy Awards, quebrou recordes em 1999 ao conquistar cinco prêmios em uma única noite com The Miseducation of Lauryn Hill, tornando-se a primeira mulher a vencer Álbum do Ano e levando o rap, pela primeira vez, a essa categoria.
Essa dimensão histórica, somada à raridade de suas aparições, fez da apresentação um dos momentos mais aguardados do festival. O espetáculo foi repleto de músicas clássicas de sua carreira. Todas embalaram o público presente que dançava e cantava.
Esse clima também podia ser visto no palco, com a presença de uma banda, backing vocals e até uma pessoa para “animar” o público. Lauryn trazia uma certa paz enquanto cantava com energia.
Burna Boy e todo seu carisma
Com um dia dominado por artistas do trap, especialmente os cantores do Palco Skyline, Damini Ebunoluwa Ogulu, mais conhecido como Burna Boy, trouxe um frescor ao The Town com seus trabalhos que passeiam por afrobeat, reggae e R&B. Justamente este leque musical casa muito com um show, ainda mais com uma banda completa com backing vocals, trompete, saxofone, bateria e tambores.
Apesar da maioria do público estar no aguardo das sensações do trap Travis Scott e Don Toliver (e isso até ficou evidente), o cantor nigeriano não se intimidou e esbanjou carisma ao longo de seu setlist, que teve cerca de 1h de duração. Em certos momentos, ele interagia diretamente com a galera, pedia para abrir rodinhas, pular e mexer o máximo possível.
Matuê domina Palco The One
Quem chegou atrasado no show de Matuê, que aconteceu no primeiro dia de The Town, enfrentou dificuldades de conseguir espiar o palco de tanta gente que foi ao Palco The One assistir ao fenômeno do trap brasileiro.
Em 17 músicas, o artista mostrou o motivo de ser um fenômeno, especialmente entre os mais jovens: estilo, atitude e presença de palco — sem contar a ótima banda de apoio que o acompanha na turnê do disco 333 (2024). Desde os singles lá do começo da carreira, como “Anos Luz”, “Kenny G” e “De Peça Em Peça”, o artista mostra que seu show corresponde à altura os trabalhos de estúdio (algo que muitos trappers não conseguem executar bem). Ponto para você, Matuê.
Capital Inicial cumpriu a missão Punk Por Um Dia
Ao contrário de muitos artistas que levam repertórios protocolares para shows em festivais, o Capital Inicial ofereceu uma apresentação diferente ao público do The Town. O grupo liderado pelo vocalista Dinho Ouro Preto sabia que estaria tocando para uma plateia formada majoritariamente por fãs de punk rock — logo, ao menos na parte inicial de seu set, priorizou canções de seus primeiros álbuns, quando realmente pertencia ao subgênero, antes de deixar seu som mais pop na década de 1990.
Black Pantera
O Black Pantera provou, ao encerrar o Palco Quebrada do The Town neste domingo, 7, que deveria estar em um espaço maior no festival. Do início ao fim, o entrosado trio mineiro que funde thrash metal e hardcore com um groove único teve o público na palma da sua mão.
De certa forma, acabaram tocando para menos gente que o merecido, pois dividiam horário com o Bad Religion no Palco Skyline. Ainda assim, não se importaram e, como diz o título de uma de suas músicas, botaram pra f*. Que venha o palco Mundo no Rock in Rio 2026.
Pitty celebra 20 anos de Anacrônico (2005)
No The Town, Pitty subiu ao The One como a única mulher no topo do lineup e transformou sua apresentação em um ato histórico. O show foi mais que uma performance: uma celebração dos 20 anos de Anacrônico (2005), álbum que consolidou sua trajetória e segue atravessando gerações.
Bastaram os primeiros acordes de “Máscara” para a atmosfera mudar por completo. Pitty trouxe uma presença magnética que fez o público cantar em uníssono.
Bruce Dickinson
Quatro décadas se passaram desde a estreia do Iron Maiden no Rock in Rio — e Bruce Dickinson acabou de mostrar ao The Town que perdeu praticamente nada daquele ímpeto que cativou a Cidade Maravilhosa e, consequentemente, o Brasil.
Mesmo aos 67 anos e tendo enfrentado um câncer na língua — devidamente curado —, o cantor preservou o seu poderio vocal e, dentro do que é humanamente possível, disposição física. O alcance de seu gogó segue extenso, mas agora encontra timbres ligeiramente mais graves e profundos, que caem muito bem no seu repertório solo, mais pesado e focado nos baixos que o executado pelo Maiden.
Dickinson, ícone do metal, estava deslocado no lineup de pegada punk e não engajou tanto a plateia; ainda assim, ofereceu um baita show.
Iggy Pop
Na segunda edição do The Town, Iggy Pop subiu ao palco The One às 21h55 de domingo para encerrar a noite com uma performance de 90 minutos que reafirmou seu lugar como lenda do punk. Em um festival marcado por artistas que trazem sua influência no DNA, ele mostrou em primeira pessoa a força de um legado que atravessa cinco décadas.
Green Day
Grandes festivais são capazes de consagrar ou afundar a carreira de um artista ou banda em definitivo. Felizmente, o Green Day, banda punk mais popular da história, foi premiado com a primeira opção após estrear no palco do Rock in Rio, em 2022, logo como atração principal.
Não estamos falando de um grupo de iniciantes. Composto por Billie Joe Armstrong (voz e guitarra), Mike Dirnt (baixo) e Tré Cool (bateria), o trio recordista de vendas está na ativa há quase 40 anos e conquistou enorme sucesso nas décadas de 1990 e 2000. Lá fora, encabeçam grandes eventos e ocupam estádios. Aqui, porém, nas visitas anteriores em 1998, 2010 e 2017, tocaram em arenas, ginásios e anfiteatros. Por isso, a performance de três anos atrás foi tão importante: mudou o patamar deles em nosso país.
O show, diga-se, foi tão bom que os credenciou a retornar, em 2025, como headliner do único dia rock do The Town. E, neste domingo, 7, novamente mostraram o porquê de terem se tornado uma das maiores bandas do gênero em que estão inseridos.
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Fonte: rollingstone.com.br
