Uma das músicas garantidas em show do Green Day é “American Idiot”. A faixa-título do álbum lançado em 2004 se tornou um dos mais aclamados da carreira do grupo. Seu disco foi, inclusive, eleito o melhor da banda por Igor Miranda, crítico da Rolling Stone Brasil.
Mas do que se trata a canção? Quem é o “american idiot” a que ela se refere?
Green Day e o significado de “American Idiot”
De acordo com Billie Joe Armstrong, autor da letra de “American Idiot”, a música se refere aos Estados Unidos e ao povo americano em geral – não a uma pessoa específica (via Songfacts).
Ela foi lançada em 2004, um momento marcado pela campanha presidencial que reelegeu o presidente George W. Bush. Também traz uma abordagem crítica à mídia e à “redneck agenda” (“agenda caipira”, na tradução livre em português).
O eu-lírico da música se mostra descontente com as pautas retrógradas e conversadoras do país. Assim, tenta-se se distanciar do senso comum em questões sociais e políticas.
Donald Trump?
Recentemente, Billie Joe Armstrong fez um paralelo de “American Idiot” com o governo de Donald Trump, atualizando o conceito da música para o contexto atual.
O guitarrista e vocalista do Green Day disse à Rolling Stone argentina (via g1) que o presidente dos EUA se encaixa na crítica da canção e que ela se mantém atual.
Veja a explicação:
“Originalmente, essa música foi escrita (para falar) sobre a presidência de George W. Bush. Mas acho que tem ainda mais peso com a presidência de Donald Trump: uma pessoa claramente incapaz de liderar o país… Ele é um completo idiota.”
Billie Joe Armstrong acrescentou:
“O problema de músicas como ”American Idiot’ é que, nos Estados Unidos, elas se tornam mais verdadeiras com o tempo”.
Outros usos
Ao longo dos anos, “American Idiot” foi usada como música de protesto nos Estados Unidos e em outros países, como a Inglaterra.
O próprio Green Day incentiva esse tipo de apropriação e, ao vivo, já alterou alguns versos da canção para protestar contra Trump e o discurso do MAGA – “make America great again”.
Elon Musk também já foi alvo de críticas via “American Idiot”, com Billie Joe Armstrong trocando o verso “I’m not a part of a redneck agenda” por “I’m not part of an Elon agenda”.
A letra de “American Idiot”
“Não quero ser um americano idiota
Não quero uma nação sob o novo delírio
E você consegue ouvir o som da histeria?
A América subliminar que ferra com a mente
Bem-vindos a um novo tipo de tensão
Que atinge toda a nação alienígena
Onde nada é feito para dar certo
Sonhos televisivos do amanhã
Nós não somos aqueles a quem você vai seguir
Isso já é motivo suficiente para brigar
Bem, talvez eu seja o viadinho, América
Eu não sigo a boiada
Agora todos seguem a propaganda
E cantam na era da paranoia
Bem-vindos a um novo tipo de tensão
Que atinge toda a nação alienígena
Onde nada é feito para dar certo
Sonhos televisivos do amanhã
Nós não somos aqueles a quem você vai seguir
Isso já é motivo suficiente para brigar
Não quero ser um idiota americano
Uma nação governada pela mídia
Era da informação histérica
Está pedindo ajuda da América idiota
Bem-vindos a um novo tipo de tensão
Que atinge toda a nação alienígena
Onde nada é feito para dar certo
Sonhos televisivos do amanhã
Nós não somos aqueles a quem você vai seguir
Isso já é motivo suficiente para brigar”
Green Day no The Town
O Green Day desembarca no Brasil nesta semana para tocar no festival The Town, em São Paulo. A banda californiana se apresenta no dia 7 de setembro, no Autódromo de Interlagos.
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Fonte: rollingstone.com.br
