O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu nesta terça-feira (19) que a superfederação entre o União Brasil e o Progressistas precisa ser um movimento de “política com P maiúsculo”. Os partidos oficializaram a federação em um evento que reuniu personalidades políticas como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
“Não é um movimento de oposição ou de situação. Este movimento precisa ser de política com P maiusculo, com olhar voltado para o futuro do Brasil”, disse. O senador, ao contrário de parte de seus correligionários, resiste a desembarcar do governo Lula (PT).
O União comanda três ministérios com Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional). Já o PP conta com André Fufuca no comando do Ministério dos Esportes. “Não aguentamos mais a divisão da sociedade. A gente tem que compreender que a política foi feita para resolver os problemas, não para criar problemas”, disse o presidente do Senado.
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Ele afirmou que é preciso “serenidade” diante do atual cenário político. “Ninguém está pedindo para desviar de suas convicções nem um milímetro, mas que a gente possa ter serenidade, maturidade, equilíbrio institucional e partidário para atravessamos talvez o momento mais delicado da história do Brasil”, enfatizou.
ACM Neto defende reação contra o PT e Ciro Nogueira sinaliza a Tarcísio
O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, foi contundente ao dizer que os integrantes da federação precisam “assumir um lado” e se posicionar contra o PT. “Não há espaço para fracos e omissos”, disparou.
O presidente do PP e senador, Ciro Nogueira (PP-PI), destacou que a junção dos partidos representa a “espinha dorsal” da democracia. “A partir de agora, inevitavelmente, o Brasil passa por aqui. As decisões do país terão de convencer um conjunto de atores políticos experimentados e que compartilham a mesma visão de Brasil”, frisou.
Ele sinalizou que a União Progressista está aberta a apoiar um candidato de outra legenda nas eleições de 2026. “Se a política é um corpo, nós temos grandes nomes, mas talvez não seja a hora de sermos a cabeça, não seremos também os braços – condenados a estar em um extremo ou outro – a União Progressista nasceu para ser a espinha dorsal da democracia brasileira”, disse Nogueira, que defende Tarcísio como opção à presidência.
Durante o evento, o presidente do PP também afirmou que Ciro Gomes, que está de saída do PDT, poderá ajudar a combater o PT no Nordeste. O ex-governador do Ceará criticou o governo Lula e parabenizou os partidos pela federação. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, disse que a federação busca dizer “não ao extremismo e sim ao diálogo” e será “invencível” em 2026.
“Ditadura com pitada de Judiciário”
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse confiar que as lideranças da União Progressista construirão “uma saída democrática para esse país”. Para Ibaneis, o que o Brasil vive hoje “não é uma plena democracia, não, é um pouco de ditadura e com uma pitada de judiciário”.
“Infelizmente, o governo de plantão aposta no atraso do país e na divisão para tentar vencer as eleições do ano que vem”, criticou o governador. Tarcísio de Freitas também fez um breve pronunciamento, destacando a necessidade de“pacificação e desescalada da crise” no país.
PP tira último governador do PSDB
Além de oficializar a federação com o União Brasil, o PP formalizou a filiação do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, ex-PSDB. Com isso, os tucanos perderam todos os governadores eleitos em 2022. Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Pernambuco, Raquel Lyra, deixaram o PSDB e migraram para o PSD, de Gilberto Kassab, no primeiro semestre deste ano.
União Progressista terá maior bancada do Congresso
A União Progressistas terá a maior bancada da Câmara com 109 deputados federais. Nesta semana, a senadora Margareth Buzetti, que era filiada ao PSD, mas está sem partidos, deve se filiar ao PP. Com isso, a federação chegará a 15 senadores, uma das maiores bancadas do Senado.
Fonte: Revista Oeste