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Jordânia reativará serviço militar obrigatório e cita ameaça de Israel


O governo da Jordânia anunciou nesta segunda-feira (18) a reativação do serviço militar obrigatório a partir de fevereiro de 2026, com o objetivo de “reforçar a identidade nacional” e “formar o caráter” dos jovens no contexto da crise regional no Oriente Médio com a guerra em Gaza. A obrigatoriedade militar havia sido abolida no reino jordaniano de 1991.

O ministro da Comunicação e porta-voz do governo, Mohamed Momani, detalhou em entrevista coletiva com o porta-voz das Forças Armadas jordanianas, Mustafa Hiyari, que o novo programa terá duas modalidades: uma militar, que ocupará a maior parte, e uma teórica.

Ao ser questionado por jornalistas se a Jordânia enfrenta uma ameaça que motivou o anúncio urgente do programa, Momani assegurou que “a ameaça provém da extrema direita israelense”.

“Seu comportamento, que prejudica as possibilidades de uma solução de dois Estados, afeta a estabilidade regional, por isso apoiamos nosso Estado e suas instituições para responder com prudência e racionalidade a essa loucura extremista”.

A força militar integrará as pessoas nascidas em 2007 e que completem 18 anos antes de 1º de janeiro de 2026, com uma primeira fase de 6 mil homens jordanianos.

O primeiro ciclo do chamado Programa de Serviço Nacional começará em 1º de fevereiro de 2026 e, a cada ano, haverá três ciclos, cada um com duração de três meses, indicou, acrescentando que o número de recrutas aumentará para 10 mil “o mais rápido possível”.

“O programa tem como objetivo reforçar a identidade nacional jordaniana, formar o caráter de nossos jovens e familiarizá-los com os valores do exército, incluindo dedicação e disciplina”, afirmou o porta-voz do governo, acrescentando que isenções serão consideradas, conforme estipulado por lei, para filhos únicos ou pessoas com incapacidade médica.

Também disse que o custo para o Estado será de 20 milhões de dinares (mais de US$ 28 milhões), despesas que serão “de emergência” neste ano, embora tenha esclarecido que o programa será coberto pelo orçamento geral do Estado e que não há apoio financeiro de nenhuma parte.

Uma das razões pelas quais o serviço militar foi abolido no início da década de 90 foi seu alto custo. Na época, a Jordânia aboliu o o serviço militar obrigatório, que exigia que homens entre 18 e 40 anos servissem no Exército por dois anos.

O reino depende da ajuda dos Estados Unidos e tem um pacto de defesa com Washington, sob o qual milhares de militares americanos estão no país.



Fonte: Revista Oeste

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