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reações após cúpula de Trump e Putin


A reunião histórica da última sexta-feira (15) entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador russo, Vladimir Putin, terminou sem um acordo de cessar-fogo. O republicano mencionou “grandes avanços” e o chefe do Kremlin destacou a “relação muito boa” entre ambos os líderes.

Logo após a coletiva de imprensa, as reações começaram por todo o mundo. Veja as principais:

União Europeia

Após a cúpula no Alasca, líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e outros chefes de Estado conversaram com Donald Trump por telefone.

Na chamada com o republicano, também participaram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky; o presidente francês, Emmanuel Macron; o chanceler alemão, Friedrich Merz; o presidente finlandês, Alexander Stubb; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o presidente polonês, Karol Nawrocki; o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o secretário-geral da Otan, Mark Rutte; o secretário de Estado americano, Marco Rubio; e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.

Ursula Von der Leyen em visita Volodymyr Zelensky, em Kiev em 2024. EFE/ Sergey Dolzhenko (Foto: EFE/ Sergey Dolzhenko)

Mais tarde, Ursula von der Leyen, em conjunto com outras sete lideranças, isto é, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, Macron, Meloni, Merz, Starmer, Stubb e Tusk divulgaram uma declaração conjunta, onde se disseram “dispostos a colaborar” em um cúpula com trilateral, entre Zelensky, Trump e Putin.

“Conforme previsto pelo presidente Trump, o próximo passo agora deve ser continuar as conversas, incluindo o presidente Zelensky, com quem se reunirá em breve. Também estamos dispostos a colaborar com o presidente Trump e o presidente Zelensky para realizar uma cúpula trilateral com o apoio da Europa”, afirmaram.

As lideranças europeias disseram “saudar os esforços de Trump para deter a matança na Ucrânia, pôr fim à guerra de agressão da Rússia e alcançar uma paz justa e duradoura”, destacando que a nação ucraniana “deve contar com garantias de segurança inabaláveis para defender eficazmente sua soberania e integridade territorial”.

“Acolhemos com satisfação a declaração do presidente Trump de que os Estados Unidos estão dispostos a oferecer garantias de segurança”, completaram.

Rússia

Dirigentes, funcionários públicos, meios de comunicação e especialistas russos amanheceram felizes após a reunião do chefe da Casa Branca e do Kremlin no Alasca. Isso porque entenderam que a cúpula aproximou Washington de Moscou e deixou os europeus estagnados.

O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que algumas semanas atrás discutiu com Trump através de redes sociais, o que provocou a mobilização de dois submarinos nucleares por parte da Casa Branca destacou que: “É importante que a reunião demonstrou que as negociações são possíveis sem condições prévias e simultaneamente com a continuação da Operação Militar Especial [guerra da Ucrânia].

Vladimir Putin com o ex-presidente Dmitri Medvedev, em 2019. EFE/Yuri Kochetkov (Foto: EFE)

Diante da ausência de acordos na cúpula, os funcionários estatais russos criticaram o papel da União Europeia.

Já Leonid Ivlev, deputado da Duma, a Câmara de Deputados russa, celebrou a aproximação do país com os EUA, que segundo ele, “estão criando conjuntamente tendências para construir um futuro pacífico”, enquanto “os países mais agressivos da Europa Ocidental ficaram marginalizados”.

Para Maria Butina, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma, esta cúpula demonstra que a União Europeia foi “jogada no lixo da história”.

Críticas feitas por parte do Conselho da Federação, o Senado da Rússia, também fizeram eco.

“Os europeus têm algo em que pensar. Se realmente querem pôr fim ao conflito, e se a Ucrânia o deseja especialmente, o que eu duvido, devem então buscar maneiras de se aproximar [de nós]”, afirmou o representante da Câmara alta do Parlamento, Vladimir Dzhabarov.

Já os especialistas do país mencionaram uma vitória diplomática do Kremlin, também ressaltando o isolamento europeu e a possibilidade de novos acordos entre os EUA e a Rússia.

“Esta reunião foi um marco importante na normalização das relações entre a Rússia e os EUA. Acredito que esta cúpula foi uma vitória para Putin e para a Rússia”, opinou Aidan Sezer, ex-representante comercial turco para a Federação Russa.

Na reunião de ontem entre os líder russo e americano, Putin garantiu que está “sinceramente interessado em pôr fim” à guerra, mas ressaltou, como fez em inúmeras ocasiões desde o começo da campanha militar em 2022, que o acordo para o conflito deve ter “um caráter sólido e duradouro”, de forma que as causas que o originaram sejam eliminadas.

Ucrânia

Se por um lado os russos estão contentes com o resultado da cúpula no Alasca ocorrida ontem, parte das lideranças ucranianas se demonstraram insatisfeitas, sobretudo, pelos líderes não terem chegado a um acordo de cessar-fogo.

Zelensky, após conversa  “longa e substancial” com Trump, destacou apoio às propostas do republicano, de uma futura cúpula trilateral, entre os dois e o ditador russo.

“A Ucrânia reafirma sua disposição de fazer o máximo esforço para alcançar a paz”, enfatizou o presidente ucraniano, que também destacou a importância de que “a força dos EUA tenha um impacto na evolução da situação”.

Após cúpula Trump-Putin, sentimento de parte dos ucranianos e líderes do país foi de frustração. EFE/EPA/HANNIBAL HANSCHKE (Foto: EFE)

“A Ucrânia destaca que em nível de líderes é possível abordar questões-chave e um formato trilateral é adequado para isso”, reforçando o desejo de sentar em uma mesa de negociações com Moscou.

Zelensky concluiu destacando a importância de que os líderes europeus estejam envolvidos “em cada fase” do processo para garantir, junto com os EUA, que a Ucrânia receba garantias de segurança confiáveis.

“Também discutimos os sinais positivos da parte americana a respeito de sua participação para garantir a segurança da Ucrânia. Continuamos coordenando nossas posições com todos os parceiros”, finalizou.

O jeito “serene” do presidente da Ucrânia não foi o mesmo de outras lideranças do país, que apontaram fracasso do encontro.

Oleksandr Merezhko, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento ucraniano, manifestou sua frustração ao jornal The New York Times.

“Acho que [a reunião] foi um fracasso porque Putin voltou a falar sobre questões de segurança e usou sua retórica habitual”, disse Merezhko. “Não vejo nenhuma mudança.”

O deputado ucraniano disse que Putin “venceu a guerra da informação”: “Ele usou Trump para mostrar que não está isolado”.

Outro deputado ucraniano, Oleksiy Goncharenko, escreveu no Telegram que a reunião apenas serviu para Putin “ganhar tempo”. “Nenhum cessar-fogo ou qualquer redução da tensão foi acordado”, completou.



Fonte: Revista Oeste

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