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6 Frases de Lula a Trump que afastam Brasil dos EUA


Dez dias após o início da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, as tratativas para um acordo seguem sem avanços. O cenário ficou mais incerto após o cancelamento da reunião que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria na quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

O encontro, que poderia ampliar exceções ou reduzir a alíquota determinada pelo presidente Donald Trump, foi suspenso “sem nova data agendada ou pré-agendada”, segundo Haddad. Ele relatou ter recebido a comunicação por e-mail de assessores de Bessent, que alegaram conflito de agenda. A reunião havia sido apresentada pelo ministro, na semana anterior, como sinal positivo nas negociações.

A tensão aumentou com declarações de Lula sobre o Brics. Respondendo a críticas de que o alinhamento ao bloco poderia motivar retaliações de Washington, o presidente disse:

“Daqui a pouco, alguém vai dizer que o Brasil está sendo punido [por Trump] por causa do Brics. É importante lembrar que esse cara do Brics [China] que assusta eles [Estados Unidos] é simplesmente um país com quem o Brasil tem balança comercial de 160 bilhões de dólares, o dobro do que nós temos com os EUA. Queremos crescer mais, vender mais e comprar mais.”

O petista acusou os EUA de resistirem ao diálogo. “Quem não quer negociar são eles, quem está com bravata são eles. O meu time só sabe negociar, mas, se for preciso brigar, a gente vai brigar. A gente não merecia isso, mas não foi só conosco. Eles taxaram a Índia em 50%.”

Veja abaixo 6 declarações polêmicas de Lula.

1. EUA tentam criar imagem de demônio

Na quarta-feira (13), durante o lançamento da medida provisória que instituiu o Plano Brasil Soberano — pacote de ações para apoiar empresas prejudicadas pelo tarifaço — Lula afirmou que os Estados Unidos tratam opositores como inimigos.

“Os nossos amigos americanos, toda vez que resolvem brigar com alguém, eles tentam criar uma imagem de demônio contra quem eles querem brigar. Estamos em um debate que não é econômico, é político e com um teor ideológico.”

2. Participação dos EUA no golpe de 64

No mesmo evento, Lula relembrou a participação dos EUA no golpe de 1964 e disse que o Brasil perdoou o episódio.

“O que está sendo jogado fora é uma relação de 201 anos de história [entre Brasil e Estados Unidos]. Veja que nós relevamos até o golpe de 64. Nós nem lembramos o que foi o papel da embaixada americana aqui no Brasil, não lembramos o que foi o papel de navio de guerra dos Estados Unidos nos nossos mares. Tudo isso a gente não esqueceu, mas daí a gente não coloca mais em conta. Porque nós somos da paz.”

3. Revogação de vistos de ministros

Ainda na quarta-feira (13), durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária, Lula declarou que “não é possível que Trump não conheça a nossa Constituição” e que “este país em muitas coisas é mais democrático que os Estados Unidos da América do Norte”. Ele também criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, pela revogação de vistos de ministros do STF.

“Estão cassando visto dos ministros da Suprema Corte. Os ministros do STF não podem mais entrar nos EUA. Isso não é forma de um presidente da República da maior economia do mundo. Isso não é civilidade. Isso é um mau exemplo para a humanidade.”

4. Declaração de Trump é “mentira”

No dia 14 de agosto, Lula rebateu uma declaração de Trump de que o Brasil seria um mau parceiro comercial.

“Ele resolveu contar algumas mentiras sobre o Brasil. E nós estamos desmentindo. Ele disse que tinha prejuízo no comércio com o Brasil. Ele só tem lucro. É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. Eu quero dizer, para as pessoas mais pobres desse país, que a gente continua com vontade de negociar.”

5. Brasil não vai “ficar chorando”

No dia 15 de agosto, na inauguração de uma fábrica de hemoderivados em Pernambuco, Lula afirmou que não vai “ficar chorando” e buscará novos mercados para produtos brasileiros.

“Nós vamos ajudar nossas empresas, não vamos deixar morrerem à míngua. Mas também não vamos ficar chorando porque ele (Estados Unidos) parou de comprar, não. Nós vamos vender para a Índia, a China, para a Rússia, a Alemanha, qualquer lugar. Sabe quantos mercados para os produtos brasileiros nós abrimos em dois anos e meio? Quatrocentos, completou ontem, vamos vender carne e miúdos para as Filipinas, que não compravam nada de nós.”

6. No Brasil, Trump seria julgado

Ainda durante a Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária, na quarta-feira (13), Lula disse que Trump seria julgado se invasão ao Capitólio fosse no Brasil.

“E eu disse na resposta ao presidente Trump, se ele morasse no Brasil, se ele fosse candidato no Brasil, se a gente tivesse um Capitólio e se ele tivesse mandado invadir o Capitólio, que morreu cinco pessoas, se ele estivesse no Brasil também estaria sendo julgado, e se fosse culpado teria que pagar pelos erros que cometeu.”

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Fonte: Revista Oeste

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