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Janja mira evangélicos e intensifica encontros em meio à desaprovação de Lula


A primeira-dama Janja da Silva participou nesta quinta-feira (14) de um encontro com mulheres evangélicas em Salvador, em meio à baixa popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste segmento religioso. A mais recente pesquisa do Datafolha aponta um aumento de 50% para 55% da rejeição dele entre junho e julho, reforçando o peso político desse eleitorado para 2026.

Desde o começo deste terceiro mandato, Lula tem tentado ampliar o diálogo com os evangélicos, fortes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“De mãos dadas com mulheres de fé, vamos desenvolver soluções e políticas que façam bem para o nosso povo, avançando por um projeto de nação que preza por justiça social, onde ninguém passe fome, onde todas as crianças sejam cuidadas e protegidas, onde nenhuma mulher sinta medo de estar em sua própria casa ou no trabalho”, afirmou Janja.

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A tentativa de aproximação de Janja com os eleitores evangélicos tem sido constante nos últimos meses. No dia 4 de julho, ela esteve com um grupo de mulheres evangélicas em Manaus (AM), acompanhada da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, que descreveu a reunião como “escuta ativa e diálogo com mulheres evangélicas que já fazem a diferença em suas igrejas e comunidades”.

“Junto com as igrejas, precisamos pensar soluções e políticas que façam bem para o nosso povo, avançando por um projeto de nação que faça o que é justo e o que é certo”, escreveu a ministra no encontro desta semana.

Janja emendou afirmando que “vamos fortalecer a saúde, gerar renda e enfrentar a pobreza menstrual, porque fé e compromisso social se fortalecem juntas”.

O diálogo inter-religioso também tem feito parte da agenda da primeira-dama. Um dia antes da reunião em Manaus, Janja e Anielle visitaram um terreiro de Candomblé para conversar com mulheres de religiões de matriz africana. Na ocasião, lançaram o edital Mãe Beata Justiça Ambiental, iniciativa que premia mulheres no combate ao racismo ambiental.

O governo tentou, durante os dois primeiros anos deste terceiro mandato de Lula, se aproximar dos evangélicos com um discurso mais aberto de citações religiosas, empreendedorismo e prosperidade, inclusive com a adoção do lema “Fé no Brasil” em meados de 2024 e uso recorrente de palavras como “milagre”, “obra de Deus” e “ato de fé”.

“Se vocês não acreditassem, não tivessem fé, jamais teriam votado para presidente da República em um pernambucano que não tem diploma universitário, que só tem diploma primário”, disse Lula em um evento na época.

No entanto, o tema acabou sendo deixado de lado nos últimos meses em meio à defesa da soberania nacional contra a ofensiva do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ao país por causa do julgamento de Bolsonaro no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.



Fonte: Revista Oeste

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