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‘Djavan – O Musical’ encanta pela poesia das canções e poder da ancestralidade


Djavan – O Musical: Vidas pra Contar chega a São Paulo — com ingressos praticamente esgotados — para repetir o sucesso de sua temporada no Rio de Janeiro. O espetáculo convida o público a embarcar em uma jornada onde a trajetória do cantor e compositor alagoano se mistura à própria história da música brasileira. Entre versos e melodias, a dramaturgia se mantém leve, amparada em dois pilares: o repertório que consagrou Djavan e a ancestralidade que moldou sua arte e sua vida.

A direção musical, assinada por João Viana — filho do próprio Djavan — e Fernando Nunes, transforma sucessos conhecidos em experiências teatrais, preservando a sofisticação harmônica e adaptando-as à cena. Há instantes intimistas, que se alternam com números expansivos, nos quais o público é instigado a participar, aplaudir e cantar junto, numa cadência que espelha o próprio ritmo da obra do artista. Visualmente, o espetáculo encanta com um cenário versátil, figurinos coloridos e jogos de luz que dialogam com a poesia do cantor.

O repertório é a alma da montagem — como seria de se esperar de um espetáculo sob a direção artística de João Fonseca, consagrado por musicais que já celebraram Tim Maia, Cazuza e Cássia Eller. Dezenas de canções costuram a narrativa, que avança como um álbum folheado ao vivo: da infância à vida amorosa, das conquistas profissionais às parcerias icônicas. No centro de tudo está Raphael Elias, que dá vida a Djavan em diferentes fases, reproduzindo não apenas a voz e o estilo do cantor, mas também sua elegância e introspecção. Sua interpretação é de tal precisão que, em alguns momentos, parece que o próprio Djavan ocupa o palco.

O elenco também brilha ao recriar encontros marcantes da MPB. Gab Lara encarna Chico Buarque, parceiro de viagens a Cuba e Angola nos anos 80; Aline Deluna emociona como Maria Bethânia em “Álibi”; Erika Affonso imprime a força de Alcione; Walerie Gondim resgata a doçura de Gal Costa (1945–2022) em uma versão de “Azul” que ganha ainda mais impacto com a projeção do rosto da tropicalista no cenário. Para quebrar o clima de emoção, Tom Karabachian diverte como um Caetano Veloso caricato, dividindo com Elias um dueto espirituoso de “Sina”.

Entre outros momentos marcantes, “Pétala” acompanha a despedida da mãe de Djavan, Dona Virgínia, vivida com um emocionante apelo por Marcela Rodrigues, enquanto “Correnteza”, “Meu Bem-Querer” e “Um Amor Puro” delineiam sua vida sentimental — da primeira esposa, Aparecida (Eline Porto), à atual companheira, Rafaella (Walerie Gondim).

A dimensão coletiva e espiritual de sua música também ganha destaque. A presença cênica de Elegbara (Milton Filho) desde o início reforça a ancestralidade que pulsa em sua obra. Se “Luanda” celebra os antepassados, o orgulho negro e a espiritualidade, “Se…” coroa o arco narrativo como uma espécie de destino inevitável presente na vida e na arte do compositor. No desfecho da apresentação, “Flor-de-lis” transforma o palco do Teatro Sabesp, localizado no Shopping Frei Caneca, em festa, convidando a plateia a se unir em coro e celebração.

Mais do que um retrato biográfico, Djavan – O Musical: Vidas pra Contar é uma experiência sensorial e afetiva que reafirma a música como memória e ancestralidade. A cada canção, o espetáculo mostra como Djavan, com sua obra, vivências e parcerias, segue transformando e tocando a todos que param para ouvir suas composições.

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Fonte: rollingstone.com.br

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