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8 comédias românticas para quem NÃO gostou de ‘Amores Materialistas’


Vendido como uma comédia romântica sobre um triângulo amoroso, Amores Materialistas, novo longa de Celine Song (Vidas Passadas), tem decepcionado muita gente desde a sua estreia nos cinemas brasileiros, no fim de julho.

Na história, Lucy (Dakota Johnson) é responsável por identificar as melhores qualidades de seus clientes e apresentá-los aos seus pares ideais — e ela é muito boa em seu trabalho. Porém, em sua vida amorosa, as coisas não são tão simples.

Confortável com a ideia de que deve “morrer sozinha”, a casamenteira acaba arrancada de sua realidade quando conhece Harry (Pedro Pascal), o homem dos sonhos de qualquer mulher. Na mesma noite, no entanto, ela também se reencontra com o seu imperfeito ex-namorado, John (Chris Evans), que faz o seu coração balançar mais uma vez.

No entanto, apesar de apresentar um suposto triângulo amoroso, a história de Amores Materialistas, na verdade, não é bem sobre isso. Portanto, se você quer uma comédia romântica de verdade, a Rolling Stone Brasil fez uma seleção de oito produções do gênero, que certamente devem satisfazer os corações dos apaixonados. Confira a seguir:

1. Aconteceu Naquela Noite (1934)

Aconteceu Naquela Noite é considerada a primeira e uma das mais influentes comédias românticas do cinema. Dirigido por Frank Capra (A Felicidade Não Se Compra), o clássico basicamente originou o molde que milhares de filmes do gênero seguiriam depois: casal que se detesta à primeira vista, situação forçada que os obriga a conviver, faíscas, tretas, e, é claro, amor.

Mas o que faz esse filme ser mais do que uma “comédia romântica raiz” é o carisma explosivo dos protagonistas. Clark Gable (…E o Vento Levou) interpreta um jornalista falastrão — uma das inspirações para o Pernalonga! — e Claudette Colbert (Cleópatra) vive uma herdeira mimada em fuga. Juntos, os dois são pura dinamite. O timing cômico, as trocas de farpas, os olhares que dizem tudo… É daquelas duplas que fazem o coração bater mais rápido, mesmo quase um século depois.

Este foi o primeiro filme da história a levar os cinco estatuetas no Oscar — Filme, Diretor, Ator, Atriz e Roteiro — e isso não foi à toa. Capra trouxe um humor inteligente, personagens com profundidade e uma crítica social disfarçada de road movie romântico. Ao mostrar uma mulher rica enfrentando o mundo real e um jornalista em busca de uma boa história — e talvez algo mais —, o filme discutiu diferenças de classe, orgulho, e aquele desejo universal de encontrar alguém que te veja além das aparências. — Angelo Cordeiro

8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/Columbia Pictures)

2. Se Meu Apartamento Falasse (1960)

À primeira vista, Se Meu Apartamento Falasse parece simples. Porém, quando você o reassiste, percebe o quanto ele é ousado, delicado e incrivelmente atual, mesmo sendo de 1960. A história gira em torno de C.C. Baxter (Jack Lemmon, Quanto Mais Quente Melhor), um funcionário de escritório que empresta seu apartamento para os superiores terem seus casinhos extraconjugais, só pra tentar subir na carreira. No entanto, tudo muda quando ele se apaixona pela doce Fran Kubelik (Shirley MacLaine, Laços de Ternura).

O filme é dirigido por Billy Wilder (Crepúsculo dos Deuses), um dos grandes mestres do cinema, e o toque dele é visível em cada cena: diálogos afiados, ritmo impecável e uma mistura de romance, drama e comédia que pouquíssimos conseguiram equilibrar tão bem. Jack Lemmon está num nível de carisma que só ele consegue: meio patético, meio adorável, 100% gente como a gente. E Shirley MacLaine traz uma humanidade linda a Fran: vulnerável, engraçada, intensa e profundamente real.

O valor cinematográfico aqui é enorme: Se Meu Apartamento Falasse ganhou o Oscar de Melhor Filme, mas vai além dos prêmios. Ele cutuca temas como ética no trabalho, solidão nas grandes cidades, e o que a gente está disposto a fazer pra ser aceito, tudo isso embrulhado em uma comédia romântica melancólica e brilhante. Não é só sobre amor romântico; é sobre respeito, dignidade e aquele momento em que a gente finalmente decide se colocar em primeiro lugar. — A. C.

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/United Artists)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/United Artists)

3. Harry & Sally: Feitos Um para o Outro (1989)

Abrimos o top 3 com Harry & Sally: Feitos Um para o Outro, ou como muita gente prefere chamar: o filme que definiu a pergunta que não quer calar: homens e mulheres podem ser apenas amigos? Esse é um daqueles filmes que são quase um estudo sobre o amor moderno (pra época, claro), mas feito com tanto humor, charme e inteligência que você nem sente o tempo passar. Billy Crystal (Máfia no Divã) e Meg Ryan (Mens@gem para Você) entregam atuações que parecem conversa de bar real, com todas as neuroses, provocações e pausas desconfortáveis que a gente conhece da vida real. A dinâmica entre os dois é divertida, imprevisível — aquela cena do orgasmo! — e, principalmente, sincera; eles erram, se afastam, se reencontram, como todo mundo já fez ou vai fazer em algum momento da vida.

A direção de Rob Reiner (Conta Comigo) e o roteiro de Nora Ephron (Sintonia de Amor) são o verdadeiro trunfo aqui. Não tem nada forçado, os diálogos são tão bem escritos que parecem improviso. O mais incrível de Harry & Sally é que ele entende que o amor não acontece só nos grandes gestos, mas também nas conversas bobas, nas caminhadas sem rumo, nas diferenças que se completam. Ele é engraçado, sim, mas também é muito humano, cheio de pequenas verdades que fazem a gente pensar enquanto ri. Por isso está nessa lista, e com louvor: porque é sobre amar alguém depois de conhecê-lo por inteiro, e ainda assim querer ficar.

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/Columbia Pictures)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/Columbia Pictures)

4. Tarde Demais para Esquecer (1957)

Tarde Demais para Esquecer devia vir com um aviso de “prepare os lencinhos”. Não é só uma comédia romântica, é um daqueles filmes que te pega pelo coração e fica ali, quietinho, mesmo anos depois. Lançado em 1957, já nasceu clássico. A história é simples, mas carregada de emoção: dois desconhecidos se apaixonam num cruzeiro, mesmo estando comprometidos com outras pessoas, e fazem aquele pacto de novela das seis de se reencontrarem no topo do Empire State Building. E aí… bem, quem viu sabe o que acontece, e quem não viu merece descobrir do jeito mais bonito. Deborah Kerr (O Rei e Eu) e Cary Grant (Ladrão de Casaca) têm uma química que é pura elegância e tensão contida, daquele tipo que nem precisa de beijo pra fazer a gente suspirar.

Há entre eles uma entrega emocional sem exagero, nesse romantismo antigo que ainda toca fundo. A direção de Leo McCarey (Os Sinos de Santa Maria) é delicada, cheia de pausas, olhares e silêncios que dizem muito mais do que diálogos longos. É um filme que acredita no amor como uma força transformadora, mas também como algo frágil, sujeito ao destino e aos imprevistos da vida. E isso tudo com uma estética linda, trilha sonora envolvente e um final que, até hoje, arranca lágrimas até dos mais céticos. Ele pode não ter piadas rápidas ou reviravoltas malucas, mas tem uma carga emocional que poucas comédias românticas alcançaram desde então. Tá nessa lista porque é um lembrete elegante e eterno de que o amor, quando é de verdade, espera, e sobrevive.

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/20th Century Studios)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/20th Century Studios)

5. Lisbela e o Prisioneiro (2003)

Leléu (Selton Mello, Ainda Estou Aqui) é “um mocinho namorador, que nunca se apaixonou por ninguém até conhecer a mocinha”. Lisbela (Débora Falabella, Depois a Louca Sou Eu) é “uma mocinha, que vai sofrer bem muito, porque o amor do mocinho é cheio de problemas”.

Junte todos os clichês de comédias românticas e você terá Lisbela e o Prisioneiro. Baseado na peça de teatro de Osman Lins, o longa chegou aos cinemas em 2003 e encantou com um romance à la Shakespeare, mas com um toque bastante brasileiro — com sotaque nordestino, vale reforçar —, além de propor uma divertida brincadeira com o cinema usando da metalinguagem para isso.

Leléu, um trambiqueiro conquistador, e a jovem Lisbela, uma mocinha apaixonada por filmes, vivem um romance típico de cinema: cheio de amor instantâneo, obstáculos que parecem impossíveis de transpassar e, é claro, um desfecho melosamente satisfatório, de arrancar suspiros.

Não há surpresas na história, mas isso Lisbela adianta logo no início do filme: “A graça não é saber o que acontece, é saber como acontece e quando acontece”, explica. A graça também é testemunhar a química fora de série entre Selton MelloDébora Falabella, que dão ar de contos de fadas à história de um dos casais mais apaixonantes do cinema brasileiro. — Henrique Nascimento

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/20th Century Studios)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/20th Century Studios)

6. Quatro Casamentos e Um Funeral (1994)

Quatro Casamentos e Um Funeral é tipo aquele vinho que melhora com o tempo: quanto mais a gente reassiste, mais percebe as camadas que ele tem. À primeira vista, parece só mais uma comédia romântica com título engraçado, mas aí você é fisgado logo de cara por aquele grupo de amigos super britânicos, desastrados e adoráveis, tentando lidar com o amor do jeito mais atrapalhado possível. Hugh Grant (Um Lugar Chamado Notting Hill) aparece aqui na sua forma mais clássica: um romântico sem noção, cheio de gaguejos charmosos e caras de “o que é que eu tô fazendo aqui?”. E funciona! Ele e Andie MacDowell (Feitiço do Tempo) têm uma química toda esquisita e irresistível, do tipo que faz a gente torcer mesmo quando tudo parece dar errado.

Mas o filme vai além do romance: ele fala de amizade, de perda, de recomeço. Mike Newell (O Sorriso de Monalisa), que dirigiu o longa, conseguiu esse equilíbrio delicado entre rir alto e ficar com aquele nó na garganta. E o roteiro de Richard Curtis (Simplesmente Amor) é um dos mais afiados do gênero: inteligente, melancólico na medida e com personagens que parecem reais, com defeitos, confusões e todos aqueles silêncios constrangedores que a vida real tem. O filme está longe de ser um conto de fadas, e talvez por isso ele seja tão marcante: mostra que o amor nem sempre chega no momento certo, mas quando chega, bagunça tudo de um jeito bonito. Por A.C.

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/Fox Film do Brasil)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/Fox Film do Brasil)

7. 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999)

10 Coisas que Eu Odeio em Você é aquele tipo de comédia romântica que a gente assiste uma vez e nunca mais esquece. Não só por sua deliciosa vibe anos 90, mas porque ela acerta em cheio na mistura de humor, romance e rebeldia. A história é baseada em A Megera Domada, de William Shakespeare, mas ninguém precisa ser fã de literatura clássica pra curtir — aqui, o texto vira uma guerra de personalidades entre Kat (Julia Stiles, Um Príncipe em Minha Vida), super afiada, e Patrick (Heath Ledger, O Segredo de Brokeback Mountain), que é todo misterioso e cheio de charme. Stiles entrega uma das protagonistas mais autênticas do gênero, enquanto Ledger transforma até uma serenata brega no estádio em uma cena inesquecível para os amantes do gênero. E que trilha sonora, né? É impossível ouvir “Can’t Take My Eyes Off You” e não se lembrar do filme.

O mais legal é que, diferente de muita comédia romântica que finge que todo mundo vive em um mundo perfeito, esse filme mostra personagens meio tortos, com bagagens, medos, e até certo cinismo. Gil Junger (Black-ish), o diretor, teve a sensibilidade de deixar tudo com um clima leve sem cair no pastelão, e ainda por cima entregou umas sacadas bem sinceras sobre expectativas e rótulos na adolescência. No fim das contas, o filme fala sobre se permitir gostar de alguém mesmo quando o mundo parece complicar tudo, e isso é bem mais difícil do que parece. Por isso, 10 Coisas que Eu Odeio em Você merece estar nessa lista: é engraçado, honesto e tem coração. Por Angelo Cordeiro

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/Walt Disney Pictures)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/Walt Disney Pictures)

8. Fundo do Poço (2023)

Em Fundo do Poço, Gary (Zachary Quinto, Heroes), um advogado que se descobriu gay tardiamente, contrata um garoto de programa para lhe fazer uma massagem erótica. Porém, ao descobrir que o cliente é inexperiente no mundo queer, Cameron (Lukas GageAcompanhante Perfeita) decide submetê-lo a um “curso intensivo” sobre ser gay, especiamente após descobrir que Gary não tem muito tempo de vida

Uma divertidíssima comédia de erros, Fundo do Poço trata com leveza o drama de Gary que, para ser socialmente aceito, precisou anular a sua própria existência. Surpreendentemente emotivo, o longa ainda entrega um final de arrancar lágrimas, que nos faz considerar o quão curta é a vida para não vivê-la plenamente. — H. N.

As 12 melhores comédias românticas de todos os tempos, segundo Rolling Stone (Divulgação/Stage 6 Films)
8 comédias românticas para quem não gostou de Amores Materialistas (Divulgação/Stage 6 Films)

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Fonte: rollingstone.com.br

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