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ministros do TST ganharão sala VIP exclusiva no aeroporto de Brasília


Uma sala VIP exclusiva para os 27 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) será instalada pelo órgão no Aeroporto Internacional de Brasília ao custo de R$ 1,5 milhão em dois anos, e que poderá beneficiá-los inclusive para o aguardo de voos em que não estejam em missão oficial. O privilégio aos magistrados da Corte se soma a outros semelhantes mantidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no terminal da capital federal.

De acordo com uma apuração publicada nesta sexta (8) pela Folha de S. Paulo, o custo milionário do TST compreende a construção, manutenção e operação do espaço e, ainda, serviços como transporte privativo de carro até a aeronave e atendimento personalizado por funcionários do aeroporto, mesmo em voos pessoais. O contrato é válido até abril de 2027 com possibilidade de renovação.

A Gazeta do Povo pediu explicações ao TST mais cedo e aguarda retorno.

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Segundo justificou o TST à apuração da Folha de S. Paulo, em nota, a forma como eram realizados os embarques e desembarques dos ministros no aeroporto “propiciava a aproximação de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes, o que aumentava significativamente os riscos evitáveis para essas autoridades”.

Já a Inframérica, concessionária responsável pela gestão do aeroporto de Brasília, afirmou que não comenta contratos comerciais e não forneceu informações sobre o acordo firmado com o TST. A empresa contratada pelo órgão para fazer a obra também não se pronunciou por conta de uma cláusula contratual.

A apuração aponta que o TST gastará R$ 30 mil mensais apenas pelo aluguel do espaço onde a sala VIP exclusiva dos ministros será instalada no terminal, além de uma taxa extra de R$ 2.639,70 referente ao rateio de despesas. A obra do novo espaço, estimada em R$ 85 mil, está em andamento e deve ser concluída até meados deste mês.

O espaço contará com 44 metros quadrados e decoração de piso de granito, copa e banheiros privativos. O TST informou que serão aproveitados “prioritariamente mobiliários” do órgão e funcionários de contratos já existentes.

A nova sala será “destinada, única e exclusivamente, ao apoio nos processos de embarque das autoridades” do TST, disse o órgão em nota, e ficará ao lado de uma das salas VIP comerciais já existentes acessada por passageiros mediante pagamento ou cartões de crédito com benefícios premium. No entanto, diferentemente desses espaços, a sala da Corte será bancada com recursos públicos e contará com atendimento e estrutura exclusivos.

Além do espaço físico, os ministros terão à disposição serviços adicionais, como o acompanhamento individualizado por um funcionário do aeroporto, a R$ 284 por atendimento, com um mínimo de 50 mensais. O benefício também será válido para viagens de caráter pessoal.

Outro ponto do contrato prevê o uso de carro exclusivo entre o terminal e o avião para evitar o transporte coletivo por ônibus, normalmente utilizado quando a aeronave se posiciona no pátio longe da área de embarque, ao custo de R$ 144 por deslocamento.

Ainda segundo a apuração, o tribunal contratou sem licitação a mesma empresa que construiu as demais salas VIP do terminal. A dispensa foi justificada por se enquadrar no valor limite permitido por lei entre as três que teriam sido consultadas.

Questionado sobre o privilégio concedido aos seus membros, o TST argumentou que segue um padrão já adotado por outras cortes superiores, “no mesmo molde do STF e STJ”.

“Tal preocupação se dá em razão da logística atual do terminal aeroportuário de Brasília, que possibilita risco à segurança dos ministros, principalmente por possível abordagem de terceiros, sendo conveniente sua minimização”, completou a Corte em nota.

A concessão de salas VIP para tribunais superiores começou em 2017 quando o Supremo Tribunal Federal (STF) implementou espaço similar, alegando necessidade de segurança reforçada após o aumento da exposição pública dos ministros por causa da Operação Lava Jato. Desde então, o modelo vem sendo replicado em outras instâncias do Judiciário.



Fonte: Revista Oeste

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