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Por que Milton Nascimento resolveu processar o Cruzeiro, seu time do coração


Milton Nascimento se manifestou, por meio de sua assessoria de imprensa e via redes sociais, sobre o processo que move contra o Cruzeiro. Trata-se, curiosamente, de seu time do coração.

O artista passou a ser alvo de ataques e ondas de ódio de torcedores do clube mineiro que o criticam por ter acionado o Cruzeiro judicialmente.

De acordo com Milton e sua equipe, a instituição utilizou, sem autorização, a música “Clube da Esquina nº 2” para anunciar a contratação do jogador Gabriel Barbosa, também conhecido como Gabigol. A campanha publicitária foi feita em 1º de janeiro de 2025.

Desta forma, Milton Nascimento e sua equipe questionam o uso indevido da canção. Alega-se que tal atitude “configura violação direta da Lei de Direitos Autorais” (via Veja e Terra)

Segundo o comunicado divulgado pelo artista, “tentativas amigáveis de resolução foram feitas, porém foram ignoradas” pelo Cruzeiro. O texto acrescenta:

“Reiteramos que a música é trabalho, é sustento, é propriedade intelectual. Assim como um jogador de futebol é remunerado por seu ofício, compositores e artistas também têm o direito de decidir quando, como e por quem suas obras podem ser usadas.”

Comunicado de Milton Nascimento

Veja, abaixo, a íntegra da nota da equipe de Milton Nascimento. O clube ainda não se manifestou.

Diante da repercussão recente sobre o processo movido por Milton Nascimento contra o Cruzeiro Esporte Clube, esclarecemos que trata-se de uma ação legítima por uso não autorizado de sua obra musical em uma campanha publicitária do clube, veiculada em 1° de janeiro de 2025.

A música foi utilizada para anunciar a contratação de um jogador de forma claramente promocional, sem qualquer autorização ou tentativa de diálogo prévio, o que configura violação direta da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998). Tentativas amigáveis de resolução foram feitas, porém foram ignoradas.

Reiteramos que a música é trabalho, é sustento, é propriedade intelectual. Assim como um jogador de futebol é remunerado por seu ofício, compositores e artistas também têm o direito de decidir quando, como e por quem suas obras podem ser usadas.

Em casos assim, é necessário separar a idolatria, e se entender que o clube, para além do sentimento, é uma empresa/marca, que visa e tem lucros, e a música, para além do entretenimento que gera, é um trabalho sério, um patrimônio do autor e fonte de renda.

É curioso notar como ainda há dificuldade, por parte de muitos, em compreender a música como profissão. Para tornar mais clara essa lógica, propomos uma analogia simples: imagine se alguém entrasse em uma grande rede de supermercados pertencente ao proprietário do clube, pegasse os produtos das prateleiras e, ao chegar no caixa, solicitasse os itens gratuitamente, por amor ao time. Seria aceito? Ou, até mesmo, solicitar que os jogadores joguem ou façam campanhas publicitárias sem a sua devida remuneração, apenas por amor.

É exatamente isso que acontece quando se exige o uso gratuito de uma obra musical com fins comerciais, em nome de uma suposta homenagem.

Lamentamos profundamente o ódio destilado nas redes sociais contra Milton, com ataques etaristas e ofensivos, que nada têm a ver com o mérito da questão. Comentários criminosos estão sendo registrados e medidas legais serão tomadas individualmente. A internet não é terra sem lei.

Essa não é uma briga por dinheiro. É uma defesa legítima do trabalho artístico, do direito autoral e do respeito à profissão.

Atenciosamente,

Equipe Nascimento Música

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Fonte: rollingstone.com.br

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