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Se depender de Lula, conversa com Trump é “ontem”, diz Alckmin


O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta quinta (31) que, se dependesse apenas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a conversa com seu homólogo norte-americano Donald Trump já teria acontecido “ontem”.

A possibilidade de que Lula e Trump conversem por telefone ou, até mesmo, presencialmente em uma visita de Estado aos EUA vem sendo discutida pelo governo para negociar o tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros exportados para lá.

“Conversa de presidente da República precisa ser preparada, o presidente Lula está aberto ao diálogo. Se depender dele, o diálogo é ‘ontem’”, disse o vice-presidente em entrevista à TV Globo. Ele próprio disse que iria aos Estados Unidos “ontem” para um encontro, mas que as negociações vêm avançando mesmo à distância.

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Alckmin afirmou que as negociações para um acordo ao tarifaço imposto por Trump estão ocorrendo em diversas frentes por membros do governo, como ele próprio com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick; com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) ao secretário Scott Bessent (Tesouro); e do chanceler Mauro Vieira (Relações Exteriores) a Marco Rubio, secretário de Estado do país.

Em um encontro fora da agenda oficial, Vieira e Rubio se reuniram na quarta (30) em meio à assinatura de Trump da ordem executiva que adiou a entrada em vigor da taxação para o dia 6 de agosto e a isenção de quase 700 produtos.

“Nós não criamos o problema. Mas, estamos trabalhando para resolver”, seguiu Alckmin ressaltando não haver justificativa para o tarifaço.

Ainda durante a entrevista, o vice-presidente afirmou que Lula tem deixado claro que negocia apenas aspectos econômicos da taxação, sem tocar em questões políticas. Isso, porquê, Trump justificou a medida como uma resposta ao que seria uma “caça às bruxas” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Alckmin ressaltou que “é inegociável a soberania do país” e que “não tem como interferir em outro poder”, com base no que determina a Constituição sobre a separação e independência dos Três Poderes.

“Ele [Lula] ficou preso um ano e meio e nunca quis derrubar a democracia e nem o Poder Judiciário. É outro poder”, disparou lembrando do cárcere do ex-presidente após ser condenado por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato.

O vice-presidente afirmou, ainda, que a reunião convocada às pressas por Lula na noite de quarta (30), com a participação do ministro Luís Roberto Barroso, que presidente o Supremo Tribunal Federal (STF), com ele e outros magistrados ocorreu para elaborar um posicionamento oficial do governo às sanções de Trump.

Entre elas a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, que o impede de realizar transações financeiras nos Estados Unidos ou ter relação econômica com empresas do país. “Os Três Poderes disseram solidariedade ao Moraes, não pode a Lei Magnitsky punir um juiz que está cumprindo o seu dever”, pontuou.

“A Justiça não inicia processo, ela é provocada por um cidadão, por uma entidade, instituição ou pelo Ministério Público. Ela se pronuncia baseada na lei, então não pode punir alguém por cumprir seu dever de juiz”, completou.



Fonte: Revista Oeste

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