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Tarifaço é “ação perversa de família”, diz presidente da Apex


O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, afirmou nesta terça (22) que o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump ao Brasil não é um problema de comércio, e sim de grupos políticos que seriam ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A afirmação é semelhante à de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que culpam apoiadores do antecessor pelas sanções americanas ao país. Entre eles o próprio ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que chamou a família Bolsonaro de “um problema para o país”.

“Eu não consigo achar o problema que nós temos com os Estados Unidos, para poder agir. Porque o que está vindo para nós não é um problema de comércio, é uma ação perversa de família, de grupos extremistas que querem danificar o país, querem danificar quem trabalha, danificar as empresas e danificar a soberania do nosso país. E diante disso devemos estar unidos como nunca antes”, disse Viana em um evento.

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A ameaça do tarifaço a partir do dia 1º de agosto preocupa empresários brasileiros e os impactos para a balança comercial. Apesar disso, Viana afirmou que o Brasil continua buscando soluções diplomáticas.

Desde a imposição da sobretaxa aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem se reunido com representantes dos setores que devem ser diretamente afetados, como a indústria e o agronegócio. Nesta quarta (23), ele terá uma nova rodada de conversas – dessa vez com o setor farmacêutico.

Em paralelo, já prevendo uma dificuldade de desfecho próximo, o Ministério da Fazenda trabalha em planos de contingência caso a taxação entre em vigor na data prevista.

O secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, afirmou que o governo ajudará os setores afetados com o menor impacto fiscal possível.

“A gente tem olhado para necessidade de socorrer [as empresas], o que será feito com menor impacto fiscal possível, pontual, e para aqueles que tenham sido afetados. A gente tem feito conversas ainda a serem validadas pelo presidente”, disse em uma entrevista coletiva.

De acordo com ele, o governo adotará “uma série de critérios” para socorrer as empresas afetadas.

Uma das preocupações dos economistas é de que a ajuda do governo ao setores produtivos afete as contas públicas, ainda mais neste momento de corte de gastos. Embora o contingenciamento do orçamento tenha diminuído em R$ 20,6 bilhões – passou de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões – há o receio de que o eventual socorro volte a pressionar o cumprimento da meta fiscal deste ano – de zerar o resultado primário.



Fonte: Revista Oeste

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