Paul Stanleynão guarda boas lembranças da primeira turnê de despedida do KISS, realizada entre 2000 e 2001. Em entrevista ao podcast The Magnificent Others, apresentado por Billy Corgan (do Smashing Pumpkins), o guitarrista abriu o jogo sobre como se sentia na época: completamente infeliz.
“Eu pensava: ‘Tô odiando isso, tô realmente infeliz’”, relembrou.
A banda estava desajustada, tinha noite que o show era horrível, e parecia que ninguém ali queria estar junto. Faltava conexão, faltava alegria.
Stanley contou que críticas negativas normalmente não o afetam, mas naquela fase ele mesmo concordava com o que lia. “É diferente quando você sente que estão exagerando ou querendo te atacar. Mas quando você lê uma crítica e pensa: ‘É verdade, eu também estou odiando isso’, aí é sinal de que tem algo muito errado”.
Ele comparou o momento a ter que sacrificar um animal doente: “Foi como pensar ‘melhor acabar logo com isso’. E isso ia contra tudo que a gente sempre defendeu, que a banda é maior do que qualquer um de nós”.
Mesmo com a formação clássica, Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss, o clima nos bastidores era pesado, marcado por egos, interesses divergentes e pouca vontade de seguir adiante.
Stanley contou ainda que a volta da banda só começou a se desenhar quando, pouco depois da turnê, foi abordado por um fã num lava-rápido. “Ele veio me dizer o quanto tinha curtido o show e perguntou se a gente ia voltar pros 35 anos da banda. E eu fiquei surpreso: ‘Sério? Vocês ainda querem a gente por perto?’”.
A resposta do público foi o empurrão que faltava.
A verdade é que a gente só saiu de cena porque quis. Ninguém tinha pedido pra gente parar.
Anos depois, em 2019, o KISS voltou com a turnê End of the Road, vendida como uma nova despedida, que teve parte da agenda pausada por causa da pandemia. O suposto “último show” foi realizado no final de 2023, no Madison Square Garden, em Nova York, mas como os fãs já sabem, a aposentadoria do KISS é sempre um capítulo em aberto.
Agora, a banda se prepara para uma minirresidência de três noites em Las Vegas, marcada para novembro. E ao que tudo indica, os holofotes ainda não se apagaram para os ícones de rosto pintado, pelo menos, não por enquanto.
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Fonte: rollingstone.com.br