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As melhores músicas de 2025 até agora, segundo Rolling Stone


O primeiro semestre ainda nem terminou, mas já dá para dizer que 2025 foi um ano fantástico, cheio de sucessos épicos e grandes momentos musicais — de Bad Bunny personificando suas raízes porto-riquenhas a Haim provocando relacionamentos, passando por Lorde (e MJ Lenderman) dançando na balada, do noise-punk de Chicago ao street-pop nigeriano e ao art rock anarquista polonês. Chappell Roan e Lana Del Rey foram para o country, Doechi fluiu, Rema vibrou com Sade e Drake tirou seu legado dos aparelhos. Aqui está uma lista (sem ordem de preferência) dos nossos favoritos até agora.


Bad Bunny, ‘BAILE INoLVIDABLE’

Bad Bunny apresentou muitos destaques em seu revolucionário álbum Debi Tirar Mas Fotos, mas a faceta mais comovente do LP é sua abordagem da salsa. Para “Baile Inolvidable”, Benito convocou um conjunto de jovens músicos da prestigiada escola porto-riquenha Escuela Libre de Música Ernesto Ramos Antonini, para tocar os trombones e claves que dominam a faixa. A narrativa comovente e a letra nostálgica já eram suficientes para tornar esta música um clássico instantâneo, mas é o toque pessoal de relações-públicas que a torna ainda mais impactante. — Maya Georgi

Lady Gaga, ‘Abracadabra’

Há muita magia em “Abracadabra”: a maneira como os sintetizadores aparecem e desaparecem como uma luz de discoteca em uma pista de dança enevoada, o gancho sincopado e arrebatador de “A-braca-da-braaaa” e, claro, a maneira saltitante com que ela declara “Sinta a batida sob seus pés, a pista está pegando fogo” . A música foi um sucesso imediato graças à maneira como ela e suas aprendizes de feiticeira montaram uma música pop perfeita de Lady Gaga que faz referência a sucessos antigos como “Just Dance” e “Bad Romance” bem à beira da glória. — Kory Grow

Haim, ‘Relationships’

Haim está de volta em junho com o excelente Quit, mais uma aula magistral de suavidade soft-rock, melodias doces e química fraternal. O primeiro single afiado do álbum, “Relationships”, tem o tipo de suavidade ensolarada com um toque de hip-hop, algo que elas conseguem tão bem. Mas essa energia vibrante vem com um toque picante. “Acho que estou apaixonada, mas não suporto/A p*rra de relacionamentos”, lamenta Danielle Haim. A música é boa o suficiente para fazer o “verão das solteiras” parecer incrível. Relacionamentos podem ser uma chatice, mas ainda são divertidos de cantar. — Jon Dolan

Hailey Whitters, ‘High on the Hog’

O mais recente trabalho da novata country é um relato de viagem inteligente e cheio de violino sobre as provações e sofrimentos de ser uma aspirante a estrela do interior. Parece familiar? “O Coronel acabou de ligar/disse que a próxima música pode chegar ao topo”, canta Hailey Whitters sobre um arranjo que ficou na memória de todos, de Miranda Lambert a Alan Jackson. Se houvesse justiça, a falsa promessa do Coronel se tornaria profecia. — Jonathan Bernstein

Ela Taubert, ‘¿Quién Diría?’

A cantora e compositora colombiana Ela Taubert se consolidou com baladas pop confessionais que repercutiram tanto no público que ela conquistou o Grammy Latino de Melhor Artista Revelação do ano passado. “¿Quién Diría?” mostra o que ela tem de melhor: a faixa de seu álbum Preguntas a Las 11:11  é cativante e animada, construída com ganchos vibrantes e um refrão poderoso. O efeito é eufórico, mesmo quando ela descreve a tentativa de superar uma decepção amorosa. — Julyssa Lopez

SZA, ‘Scorsese Baby Daddy’

SZA nunca teve medo de uma boa e velha derrocada. “Scorsese Baby Daddy” pode ser a sua melhor música até agora. Sob o som de guitarras, ela enrola seus problemas e pega o isqueiro para queimá-los. Em vez de pegar o telefone para chamar uma voz da razão, ela liga para alguém que a deixa se afundar em vez de superar seus problemas. Em todo o disco, SZA está descontrolada, hilária e viciada em drama. Você sabe que a ama por isso. — Larisha Paul

Doechii, ‘Anxiety’

A versatilidade lírica de Doechii já está bem documentada. Mas “Anxiety” é um testemunho especialmente claro da potência de seus instintos criativos. A música acompanha uma versão hipnotizante de “Somebody That I Used to Know”, de Gotye — que, por sua vez, foi inspirada em “Seville” do brasileiro Luiz Bonfá — e mostra Doechii empregando uma fluidez hábil, porém divertida, enquanto navega pelos sentimentos que cercam a emoção do título da música. Não é de se admirar que a faixa tenha decolado. Doechii consegue articular o sentimento do momento. — Jeff Ihaza

Chappell Roan, ‘The Giver’

Se alguma vez houve alguma dúvida de que Chappell Roan conseguiria tudo, basta olhar para seu único single de 2025 até agora. A versão country de Roan é uma versão lésbica de “Save a Horse (Ride a Cowboy)”, do Big & Rich, com toques de The Chicks e Shania Twain por toda parte. A música é tão divertida e ousada quanto se esperaria, já que é a primeira de Roan em um ano. Mas não espere que ela se dedique ao country para sempre: a música foi, como ela explicou, uma homenagem às suas raízes no Missouri, mas não a direção de seu próximo álbum. — Brittany Spannos

Lorde, ‘What Was That’

Lorde retornou à música com um hipnótico synth-pop que parece o primeiro suspiro após acordar de um pesadelo. É urgente, movido a drogas e deliciosamente assombrado pelos fantasmas de seu som melodrama. Com referências romantizadas ao clube nova-iorquino Baby’s All Right e às ruas sempre lotadas da cidade, a faixa é poderosa o suficiente para inundar o Washington Square Park durante todo o verão — especialmente depois de ela já ter contribuído para o fechamento do parque. — MG

MJ Lenderman and This Is Lorelei, ‘Dancing in the Club’

Nate Amos, do This Is Lorelei, diz que sua excelente música “Dancing in the Club” foi “inventada para outros cantarem”. Ele encontrou o candidato certo no herói do indie-rock MJ Lenderman. Se a versão original era uma brilhante aventura de Auto-Tune rumo à desilusão amorosa, a versão de Lenderman mergulha de cabeça no desespero, com versos vibrantes e turbulentos que ecoam a cada nota: “Um perdedor nunca vence/E eu sou um perdedor, sempre fui”. É uma colaboração devastadoramente ótima — espero que seja a primeira de muitas. — Angie Martoccio

Miley Cyrus, ‘End of the World’

Apesar do nome medonho, “End of the World” está no lado dançante do álbum conceitual de Miley Cyrus, “Something Beautiful” . Escrita para sua mãe, Tish Cyrus, a canção mostra que Cyrus está pronta para uma diversão leve em vez de se concentrar em seus pensamentos e sentimentos negativos. Ela está pronta para ir a Paris e Malibu e “dar uma festa como McCartney com a ajuda dos meus amigos”. É uma música pop vibrante, com influências disco, de uma estrela em sua era brilhante de música pop. — BS

Addison Rae, ‘Headphones On’

Antes de seu álbum de estreia, Addison Rae não conseguia parar de alimentar sua crescente base de fãs com novas músicas e vídeos incríveis. “Headphones On” foi o quarto lançamento e o mais cru até agora; acima de uma batida eufórica, ela canta sobre escapar da dor através da música. É uma faixa profundamente pessoal da cantora, que faz referência ao divórcio de seus pais enquanto tenta manifestar cada vez mais coisas boas acontecendo para ela. — BS

Sabrina Carpenter, ’15 Minutes’

Para todos que achavam que Sabrina Carpenter estava destinada apenas a 15 minutos de fama, ela tem algumas palavras escolhidas a dedo, avisando que está aqui para se divertir, seja por muito tempo ou não. Sabrina está viajando em um coquetel de fama e sexo, ronronando: “Eu consigo fazer muita coisa em 15 minutos/Só vou precisar de dois para você terminar”. Mas ela comemora sua ascensão repentina à fama global, mesmo se perguntando: “De onde vieram todas essas festas? Quando todas essas vadias ficaram tão legais?”Rob Sheffield

Lifeguard, ‘It Will Get Worse’

O álbum de estreia do trio de rock de Chicago, Ripped and Torn, é uma revelação, combinando a intensidade intransigente do art-punk de seus primeiros lançamentos com um novo e aguçado interesse pela melodia. Este hino agitado é um excelente exemplo — uma explosão concentrada de ganchos de basement-pop que vai grudar na sua cabeça. É um cartão de visita e tanto para esta banda e um lembrete de como guitarra, baixo e bateria ainda podem soar emocionantes nas mãos certas. — Simon Vozick-Levinson

Ariana Grande, ‘Dandelion’

“Você não vê que eu floresço à noite?”, pergunta Ariana Grande em “Dandelion”, uma das faixas arrasadoras de Brighter Days Ahead, seu curta-metragem de ficção científica baseado no sucesso do ano passado, Eternal Sunshine. “Dandelion” é repleta de batidas de trap e instrumentos de sopro de jazz, sem mencionar a luxúria na cabeça. Grande pode estar de luto por um romance rompido, mas ela está disposta a atrair alguém novo para o seu jardim do amor, implorando: “Eu tenho o que você precisa/Acho que você deveria plantar esta semente”. — RS

Rema, ‘Baby (Is It a Crime)’

“Baby (Is It a Crime)” é o primeiro single solo de Rema desde o sucesso de seu segundo álbum, Heis, e é superlegal e despreocupado em comparação com o álbum frenético e melancólico. Os fãs clamavam pela música com samples de Sade desde que ele divulgou um trecho em novembro passado. A versão completa mostra Rema em seu auge sensual. “Acabei de ter a maior estreia da minha carreira”, disse ele à Rolling Stone no dia do lançamento. De fato, a música acumulou quase 3 milhões de reproduções em seu primeiro dia. — Mankaprr Conteh

Karol G, ‘Latina Foreva’

Karol G chegou com tudo com seu primeiro single de 2025. A estrela latina pega o estereótipo supersexualizado que persegue as mulheres latinas e o transforma em uma celebração cultural. De um sample do clássico do reggaeton “Oye Mi Canto”, com participação de Nina Sky, a um trecho da atriz Alexa Demie, a música está repleta de referências a mulheres latinas confiantes. “Para sentir esse tipo de sabor, você teria que nascer de novo”, canta Karol, descaradamente, em uma batida dançante. — MG

The Weeknd, ‘Cry for Me’

Em “Cry for Me”, The Weeknd canaliza seu característico som electro-R&B, sutilmente entrelaçado com a batida funk brasileira que ele revisita com mais intensidade na faixa “São Paulo”, de Hurry Up Tomorrow, com participação de Anitta. “Cry for Me” soa essencialmente The Weeknd — sombria, tóxica e melancólica — enquanto ele lamenta um amor perdido que seguiu em frente. “Quando eu mais precisei de você, você sempre me deu compaixão/Agora você me superou”, ele canta em um dos versos arrasadores da música. — Tomas Mier

Pulp, ‘Spike Island’

Os fãs passaram anos rezando pelo retorno do Pulp, que os adorados deuses do britpop dos anos 1990 que deram ao mundo há 30 anos. “Spike Island” é o single de More, seu primeiro álbum em 24 anos, um grande hino glam-rock digno de Bowie. Jarvis Cocker exibe sua sagacidade característica ao relembrar seus sonhos de juventude como astro do rock (“Eu nasci para me apresentar, é uma vocação”) e como eles fracassaram. Como ele canta: “O universo deu de ombros e seguiu em frente”. Bem-vindos de volta. — RS

Playboi Carti, ‘Evil Jordan’

Os agudos maximalistas e as inovações melódicas de “Evil Jordan”, de Playboi Carti, do seu álbum Music, que reconfigura o rap, nos levam a todos para o mundo penetrante e cacofônico de Carti. “Evil Jordan”, produzida por Ojivolta; o colaborador de longa data de Carti, Cardo; e Johnny Juliano, inclui um sample de “Popular”, a colaboração de Carti e The Weeknd de 2021, que abre a música como um fantasma do passado recente. É esse tipo de efeito que “Evil Jordan” acaba tendo, e por isso é tão contagiante. — JI

Rob49, ‘WTHelly’

O clássico absurdista de Rob49, “WTHelly”, no qual ele adiciona todo tipo de palavra à frase “What the helly”, permanecerá gravado no subconsciente de milhões de pessoas ao redor do mundo. A faixa perfeitamente cativante do rapper em ascensão de Nova Orleans encontra um equilíbrio entre humor e habilidade musical para chegar a algo inegável. Pontos extras por dar ao léxico uma nova frase — que, curiosamente, tem sido uma excelente resposta para grande parte do que está acontecendo este ano. — JI

Drake and PartyNextDoor, ‘Nokia’

Provavelmente voltaremos a litigar Drake versus Kendrick Lamar até o próximo século. Felizmente para Drake, nem todo mundo está levando isso tão a sério. Muitos de nós só queremos nos divertir na balada com alguns sucessos, e “Nokia”, do álbum de fevereiro de Drake e PartyNextDoorSome Sexy Songs 4 U,  é exatamente isso. Com uma batida vibrante e infundida de funk, a música que fica na cabeça se presta à leveza de um bom evento, onde conversas sérias — o ponto fraco de Drake no momento — são pausadas. — JI

Lord Sko feat. Curren$y, ‘Understand’

O carismático rimador de Manhattan, Lord Sko, se conecta com uma de suas inspirações estilísticas mais claras em três minutos de conversa de piloto escandalosamente tranquila. As duas cabeças flutuam em altitudes altíssimas sobre teclas orientadas ao jazz, com Curren$y distribuindo sabedoria lacônica (“Dê uma olhada no estacionamento, eu tirei o carro mais antigo ou o mais novo”) e Sko interpretando o jovem sonhador: “Como é ser milionário? Nem sei/Alguns suéteres de mil dólares cheiram a fumaça de maconha”. — SV.L

Shaboozey and Miles Smith, ‘Blink Twice’

Shaboozey demonstra ainda mais como consegue unir gêneros com tanta perfeição que você nem percebe. Seu fraseado profundo e os ritmos de corrida de cavalos da música são puro country moderno, o refrão é perfeito para um estádio, e o baladeiro britânico Smith entra com um verso que não parece nem um pouco deslocado. E mesmo que Shaboozey esteja às voltas com o turbilhão em que sua vida se tornou, letras como “Estou sentindo todos os sentimentos, ou estou apenas ficando dormente?” têm significado para qualquer um que esteja lidando com o furacão diário que é a nova América . — David Browne.

The Marías, ‘Back to Me’

Com “Back to Me”, The Marías, que fazem dream-pop, adicionam mais um capítulo à história que contaram em seu LP de 2024, Submarine. Na faixa que encerra o álbum , “Sienna”, a vocalista Maria Zardoya aceita que o filho e a casa que um dia desejou compartilhar com seu falecido amor jamais se tornarão realidade. Aqui, no primeiro single da banda desde Submarine, Zardoya implora dolorosamente para que seu amado retorne, prometendo ofegantemente “Eu serei tudo o que você precisa” em meio a um reverb ameaçador. — MG

Eric Church, ‘Hands of Time’

O novo álbum do astro country, Evangeline vs. the Machine, é rico em sons orquestrais e corais, mas ele fez questão de oferecer aos fãs (e às rádios) algo acessível com “Hands of Time”. O que não quer dizer que seja popular. Embora a música possa ser cativante e brilhante, com menções a heróis do rock clássico como Seger e Petty, ela ainda tem os instrumentos de sopro, as cordas e o coral vibrante. É fácil ser jovem de coração, ele canta, “Quando você deixa algumas guitarras barulhentas e palavras que rimam/Manusearem as mãos do tempo”. — Joseph Hudak

Lana Del Rey, ‘Henry, Come On’

Em “Henry, Come On”, Lana Del Rey canta com evidente irritação para um amante cowboy emocionalmente distante que se recusa a desistir. A letra é direta: “Diga a ele que sua cowgirl se foi”, declara ela no refrão, antes de avisar nos versos: “Leve seu traseiro para casa/Nem se dê ao trabalho de explicar”. A faixa marca um ponto de entrada na estética com toques de Nashville que ela está explorando em seu próximo álbum. No entanto, embora o acompanhamento de violão acústico dê um quê de country, também é inconfundivelmente Lana. — TM

Bad Suns, ‘Communicating’

Mais de uma década após o lançamento de seu álbum de estreia, Language & Perspective, o Bad Suns ainda sabe como engarrafar o calor do verão californiano em três minutos perfeitos de pop rock. “Communicating”, a primeira música de seu próximo álbum, Accelerator, é um passeio noturno pela estrada com as janelas abertas, o baixo pulsante e a mente em overdrive. “Corpo e mente/Em férias separadas”, canta o vocalista Christo Bowman. “Estou a fim de dirigir/Se você estiver navegando”. — LP

Rachel Chinouriri, ‘Can We Talk About Isaac?’

Rachel Chinouriri transforma o nervosismo de um primeiro encontro em um hit indie-pop e um romance duradouro em “Can We Talk About Isaac?”. A canção de amor, antológica e otimista, defende os raros momentos em que o frio na barriga não se transforma em um sinal de alerta. É um novo lado da estrela pop britânica, que prova aqui que consegue capturar os altos com a mesma sucinta com que detalha os baixos, sem sacrificar sua garra, complexidade e honestidade características. Apaixonar-se perdidamente colocou Chinouriri no topo do mundo. — LP

Coco Jones, ‘Taste’

“Imaginei que isso fosse causar arrepios, porque é claro que é algo tão sagrado”, disse Coco Jones a Brian Hiatt, da Rolling Stone, recentemente. O texto sagrado em questão? “Toxic”, de Britney Spears, que a estrela em ascensão do R&B sampleia e interpola de forma brilhante neste single. Alguns fãs de pop podem ter se incomodado, mas Jones soa confiante e convincente ao se entregar a um amante, superando o R&B mais clássico de seus trabalhos anteriores. — Christian Hoard

Hotline TNT, ‘Julia’s War’

Will Anderson, do Hotline TNT, sempre entrega a majestade da guitarra shoegaze, aprofundada por uma melodia dolorosa. Com sua distorção vibrante, “Julia’s War” soa como se tivesse sido tocada no programa 120 Minutes da MTV em 1991, talvez entre os vídeos do Swervedriver e do Catherine Wheel. Anderson busca, através do barulho do prédio, uma conexão com alguém que está perdendo o foco, enquanto um refrão perfeito de “na na na na na” o empurra da tênue esperança para a pura felicidade. — JD

Nao, ‘Elevate’

Nesta jam soul profundamente satisfatória, a cantora de Londres consegue se aproximar dos primeiros espasmos da felicidade romântica, cantarolando sobre um funk em câmera lenta e envolvente. A coisa toda parece mais leve que o ar, embora Nao tenha uma metáfora mais inebriante em mente: “É como cocaína no seu beijo”, diz ela ao amante anônimo em um dos versos mais memoráveis ​​da música. — CH

Shallipopi, ‘Laho’

Shallipopi é um dos artistas de street pop mais descolados que surgiram na Nigéria nos últimos anos, causando impacto com seu hit de 2023, “Cast”, com participação de Odumodublvck, e representando sua cidade natal, Benin City, em “Benin Boys”, de Rema. Ele criou outro momento com “Laho”, o hino descontraído que tomou conta das mídias sociais africanas com versos empoderadores, como “Ministro do prazer/Intercontinental/Monumental/Nós viveremos para sempre”. Em outros lugares, grande parte da música é tocada em bini, sua língua local. — MC

Joé Dwèt Filé and Burna Boy, ‘4 Kampe II’

“4 Kampe”, do cantor haitiano francês Joé Dwèt Filé, já era um sucesso antes mesmo de Burna Boy entrar na faixa, repleta de bateria estrondosa, um empolgante breakdown de teclado elétrico e o crioulo habilidoso de Filé. Com Burna Boy também falando crioulo, prestando homenagem à cultura haitiana e à cultura africana francófona e oferecendo seu charme lírico característico em inglês, a faixa proporciona um encontro emocionante de parentes da diáspora. — MC

Netón Vega and Peso Pluma, ‘Morena’

A festa que Netón Vega e Peso Pluma frequentam em “Morena” é um evento suntuoso — com Balenciaga, tequila da variedade Cruz Azul e um pouco de pó branco para fazer o sangue correr. Incorrigivelmente hedonista, certo? E, no entanto, esta joia da música mexicana é envolta em um brilho nebuloso e em câmera lenta de riffs de trombone em espiral e baixo pulsante que adiciona uma vibração quase espiritual à história da beleza cativante do título. Melancólica até a medula, e dolorosamente bela. — Ernesto Lechner

O videoclipe de “Blackout” sugere que o apelo sexual combinado das três divas argentinas poderia reduzir qualquer ser humano com pulso a um estado catatônico e suado. Acontece que a colaboração inaugural é uma dose borbulhante e inofensiva de diversão pop, ainda mais fascinante por um groove merengue comovente que surge no segundo verso e efeitos eletrônicos excêntricos no final. A química entre Emilia, Tini e Nicki é orgânica — um motivo sólido para novas colaborações. — EL

Em sua primeira colaboração oficial, as estrelas britânicas AJ Tracey e Jorja Smith transformam a faixa profunda lançada por Brandy Norwood em 2002, “Love Wouldn’t Count Me Out”, em um hit grime. A rapper e estrela do R&B londrina troca versos sobre segundas chances ao longo da faixa, incluindo um em que Smith adota uma cadência de rap suave e sedosa, criada com seu sotaque característico de Walsall. Tracey combina o tom relutante de sua colaboradora com versos inteligentes e simplificados que são um argumento inegável para repetir. — LP

Guiturricadelafuente estourou na cena musical com elegias folk comoventes, inspirando-se nas tradições de sua Espanha natal em seu impressionante álbum de 2022, La Cantera. Mas seu último álbum, Spanish Leather, foca no presente, e talvez nenhuma música do LP capture essa sensação como a despreocupada e ensolarada “Port Pelegrí”. Ele expõe sua voz etérea sobre guitarras animadas — mas rapidamente a contrasta com vocais de apoio mais graves, construindo a energia antes que a música detone em uma joia pop dançante. — JL

Um dos motivos pelos quais a música mexicana prospera é sua tendência a falar sobre a vida real, com seus defeitos e tudo. Aqui, Tito Double P e Gabito contam a história de um homem que não tem notícias da ex há sete dias e afoga sua dor em prostitutas e álcool, como sempre. Um estudo de contrastes, “7 Días” combina a entrega áspera de Tito e a vocalização poética de Gabito, justapondo a crueza narrativa com melodias imbuídas de uma elegância discreta. — EL

Gale começou o ano com uma doce ode ao seu primeiro amor. “O que teria acontecido se eu tivesse ficado naquele momento?”, pergunta a princesa do pop porto-riquenha, em meio a um teclado melancólico, antes de embarcar em uma viagem pela memória. Em um refrão açucarado, repleto de sintetizadores coloridos, ela se lembra de tudo, desde o primeiro beijo do casal até suas playlists no iPhone. “Skittles” não é apenas uma carta de amor ao passado, mas uma espiadinha promissora no futuro musical de Gale, que, espera-se, contenha seu segundo LP. — MG

O espírito da era grunge-estética do Tumblr de 2014 continua vivo em toda uma nova geração de músicos, como Sombr. O jovem de 19 anos perdeu a oportunidade de compartilhar sets de fotos em tons de cinza, mas seu single de sucesso, “Back to Friends”, compensa o tempo perdido. Sombr se apresenta com uma sensação de distanciamento, como se estivesse andando inquieto de um lado para o outro na sala. O disco indie-pop se desenrola como uma conversa apaixonada que atravessa as paredes e captura o melodrama do amor adolescente. — LP

A banda polonesa de art-rock oferece um sonho psicodélico vibrante, com uma linha de baixo sutil que evoca o Radiohead dos anos 2000 e uma crescente sensação de tensão. “Oh, deixem os enlutados irem embora”, canta e grita o guitarrista Wojtek Juchniewicz. O líder da banda, Grzegorz Kwiatkowski, poeta e ativista antifascista, oferece um contraponto com seu backing vocal ao estilo Beatles: “Deixem os enlutados virem”. Ouça o suficiente, e começa a soar como um grito contra o zumbido crescente da política autoritária de direita em todo o mundo. — SVL

O Wet Leg retorna à cena com o primeiro single do álbum de julho, Moisturizer. Flutuando em um ritmo de guitarra inexpressivo e humor sarcástico semelhantes aos do álbum de estreia da banda, que abalou a internet em 2021, a vocalista Rhian Teasdale faz uma declaração melancólica, porém distante, de irritação com um cara que a está assediando em uma balada — “Eu sei muito bem como você é/Eu não quero o seu amor, eu só quero brigar”. — Gabrielle Macafee



Fonte: rollingstone.com.br

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