Dá para dizer que o Black Pantera vive o seu melhor momento. Com reconhecimento e destaque na cena metal, o trio natural de Uberaba (MG) tem furado diferentes bolhas: venceu a categoria de Melhor Artista de Rock no Prêmio da Música Brasileira e está prestes a se apresentar no Hellfest, um dos maiores festivais da França e do continente europeu.
Em meio a isso, Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Pancho (bateria) estiveram entre as atrações do festival Best of Blues and Rock, no último sábado, 14, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O evento iniciou no final de semana passado e se encerra neste domingo, 15.
Com a sua já conhecida mensagem antirracista, os mineiros entregaram um show de alto nível — que não é nenhuma novidade para quem os acompanha. Escolher um momento de destaque é difícil, já que os músicos trabalham em alto nível e não deixam a régua abaixar em momento algum.

À primeira vista, o crossover thrash do Black Pantera não parece uma escolha tão óbvia para um evento como o Best of Blues and Rock, ainda mais para tocar logo antes de Alice Cooper. Ainda assim, o grupo conquistou a atenção da plateia. Como todo show dos mineiros, “Fogo Nos Racistas” movimentou a plateia, com sua clássica interação com os fãs, que gritam junto de Charles críticas a uma série de preconceitos.
Destacaram-se, ainda, as execuções de “Candeia” e “Provérbios”, faixas do álbum mais recente, Perpétuo (2024), que ganham ainda mais força ao vivo. Também rolaram “Padrão É O Car#lho”, com seu refrão cativante e que gruda à mente; “Perpétuo”, hino de caráter histórico contra o racismo; e a emocionante “Tradução”, com homenagem a todas as mães e lanternas de celular iluminando o Parque Ibirapuera. Sobrou espaço até mesmo para o novo single “Unfuck This”, com letra em inglês.

Mais uma vez, o Black Pantera mostrou que veio para ficar, não apenas pela qualidade de seu repertório e performance, mas também por conta da mensagem que passa. O grupo é formado por três artistas que se completam, com os vocais pesados de Charles, os baixos groovados de Chaene e a bateria de Rodrigo, capaz de guiar as músicas de forma que amarra todas as pontas. Claro, ouvir nas plataformas de streaming já dá uma noção da potência do trio, mas nada se compara a seu show.



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Fonte: rollingstone.com.br