Billy Joel revela que tentou o suicídio duas vezes — impulsionado por um caso com a esposa de um colega de banda — em seu novo documentário da HBO And So It Goes, e que uma das tentativas o deixou em coma.
Antes de se tornar o “Piano Man”, Joel, então com vinte e poucos anos, tocava em uma banda de hard rock chamada Attila, em Long Island, ao lado de seu melhor amigo na época, Jon Small. Em certo momento, Joel se mudou para a casa de Small, onde moravam também a esposa dele, Elizabeth Weber, e o filho pequeno do casal. Durante esse período, Joel e Weber passaram “muito tempo juntos” e uma relação romântica foi se desenvolvendo aos poucos. Joel acabou confessando a Small: “Estou apaixonado pela sua esposa”.
“Eu me sentia muito, muito culpado por isso. Eles tinham um filho. Eu me sentia como alguém que destruiu uma família”, disse Joel no documentário, segundo a revista People. “Eu estava apenas apaixonado por uma mulher, e levei um soco no nariz — que eu merecia. Jon ficou muito chateado. Eu fiquei muito chateado”.
O caso resultou no fim da banda Attila, na (temporária) ruptura da amizade com Small, e na expulsão de Joel da casa do amigo.
“Eu não tinha onde morar. Dormia em lavanderias e estava deprimido, acho que a ponto de ficar quase psicótico. Então pensei: ‘É isso. Não quero mais viver.’ Eu estava com muita dor, e era como se dissesse: ‘Pra que continuar? Amanhã vai ser igual a hoje, e hoje é horrível.’ Então decidi acabar com tudo.”
A irmã de Joel, Judy — que na época era assistente médica — já havia receitado pílulas para dormir ao irmão para ajudá-lo com o sono. A primeira tentativa de suicídio de Joel aconteceu quando ele “decidiu tomar todas elas de uma vez”.
“Ele ficou em coma por dias e dias”, diz Judy no documentário. “Fui visitá-lo no hospital, e ele estava lá, branco como um lençol. Achei que eu o tivesse matado”.
Desapontado pela tentativa não ter funcionado, Joel acordou no hospital e prometeu que da próxima vez faria “do jeito certo”. Ele contou que bebeu uma garrafa inteira do produto de limpeza Lemon Pledge, e então, seu ex-melhor amigo, Small, o levou ao hospital. “Mesmo com nossa amizade desmoronando, Jon salvou minha vida”, disse Joel.
Small acrescenta no documentário:
“Ele nunca realmente me disse nada, mas a única explicação prática que posso dar para o Billy ter levado tudo tão a fundo é que ele me amava tanto, e isso o matou por dentro — por me ferir tanto. Acabei perdoando ele.”
Após essa segunda tentativa, Joel se internou voluntariamente em uma ala de observação psiquiátrica por algumas semanas — uma decisão que mudou o rumo de sua vida.
“Quando saí da ala, pensei comigo mesmo: você pode canalizar todas essas emoções e usar tudo isso na música.”
Um pós-escrito sobre o caso: Joel e Weber acabaram se reconciliando e se casaram. O casamento durou de 1973 a 1982.
And So It Goes estreou na quarta-feira, 4, no Festival de Cinema de Tribeca, mas Joel não pôde comparecer à exibição devido a um diagnóstico recente de um distúrbio cerebral. No entanto, o cantor enviou uma mensagem por meio dos cineastas: “Envelhecer é uma droga, mas é melhor do que ser cremado”.
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Fonte: rollingstone.com.br
